Fake news prejudica diagnóstico e tratamento do câncer
Profissionais de saúde realizam palestra para debater as falsas informações sobre curas alternativas no tratamento da doença
Hoje em dia é comum receber e compartilhar em aplicativos como WhatsApp ou redes sociais informações que falam sobre medicamentos, alimentos, e outras várias informações sobre tratamentos de doenças de fontes duvidosas.
Entretanto, as chamadas fake news (notícias falsas) chamam atenção e causam preocupação nas entidades médicas. Quando informações equivocadas chegam até um paciente com câncer, o resultado pode ser até fatal.
De acordo com Ludmila Thommen, médica oncologista do Hospital HUB e da clínica Aliança, todos os dias chegam ao consultório vários pacientes com dúvidas baseadas em notícias que leram e ouviram. Um dos temas mais frequentes é a alimentação.
Pensando em esclarecer esse assunto a médica, que é idealizadora do Movimento Vida em Brasília, vai realizar no HUB, no dia 08/11 às 10 horas, um bate papo sobre as “Nutrição na Oncologia e o impacto da Fake News na vida de pacientes com câncer. A ação aberta para pacientes em tratamento, conta com apresentação das nutricionistas Thais Muniz, Clarissa Hoffman e da profissional Isabela Porto, que irá debater os aspectos negativos das falsas notícias.
“É preciso sempre desconfiar e, ao buscar por notícias na internet, checar a fonte. Informações adquiridas a partir de sites de hospitais de referência são sempre mais confiáveis. As falsas notícias causam pânico e um prejuízo ao bem-estar das pessoas atingidas, pelo fato de gerarem preocupações desnecessárias e ainda causar mais dúvidas sobre o tratamento”, alerta a médica.
A médica explica que, ainda hoje, existe bastante desinformação sobre o câncer, e isso desperta medo e leva as pessoas a procurarem respostas de diferentes maneiras. Dessa forma, acabam caindo nas armadilhas da internet. “Nessa busca, paciente e familiares se deparam com notícias falsas e começam a confiar em assuntos sem embasamento cientifico, como receitas caseiras e medicamentos milagrosos”, diz Ludmila.
Ludmila ressalta que é importante ter em mente que o câncer não é uma doença única e sim um conjunto de mais de 100 doenças. Por isso existe tantas particularidades no tratamento e prognóstico. Cada pessoa reage de maneira diferente, por isso nem tudo que funciona para uma pessoa serve para todos. Por isso, é importante que a pessoa não deixe de lado o tratamento convencional especifico ao seu caso por conta de condutas sem evidencias cientificas e que podem aumentar os riscos para a saúde do paciente.
“Uma coisa que tenho tentado fazer no momento do atendimento ao paciente é identificar seu comportamento alimentar e como ele costuma buscar informações. A partir dessas informações, posso ajudar o paciente orientando as melhores escolhas e como é importante ter equilíbrio nas suas decisões. Isso é questão não só de qualidade da assistência, mas de segurança do paciente” finaliza a oncologista.
Veja a resposta da profissional sobre algumas fake News que circulam na internet:
Ter silicone faz com que a mulher tenha mais chances de ter câncer de mama?
Não, pois o câncer se desenvolve a partir de uma mutação do DNA celular.
Apenas mulheres acima dos 50 anos podem ter câncer de mama?
Não é verdade. A incidência do câncer de mama é baixa antes dos 40 anos, apesar de termos pacientes bem jovens com o diagnóstico. Mas, começa a aumentar com o envelhecimento.
Se o resultado da mamografia der alterado a paciente está com câncer?
Não. Para termos certeza do real diagnostico é precisamos fazer uma biópsia.
Quais as principais fake News em torno da cura ou prevenção do câncer de mama?
· Mamografia eleva o risco de câncer de tireoide;
· Chá de graviola cura câncer;
· Açúcar causa câncer;
· Vitamina C cura câncer;
· Suco de limão + bicarbonato de sódio curam o câncer;
· Óleo de coco mata as células do câncer.
Serviço:
Local: Unacon – Hospital Universitário de Brasília
Entrada: Pacientes em tratamento na unidade de saúde
Data: 08 de Novembro
Hora: 10 horas