Alan Viggiano

Mestre Alan Viggiano, chefe e amigo, saudades

Sou aposentado, funcionário público federal do Senado, Alan foi um dos primeiros chefes que tive na instituição quando trabalhei no gabinete do Senador Jorge Kalume, meu senador, praticamente, um pai para mim. Os filhos do Senador Kalume são meus irmãos de coração e magia: Márcia, Cláudio e Dário são uma família para mim.

Me ajudaram em tudo e sou eternamente grato a eles.

Alan Viggiano

Minha relação com Alan

Revisor. Sempre me valorizou, meus textos, meus poemas. Creio que não achava os mesmos excelentes, mas não detonava os mesmos. Sempre lia e sempre considerava aquele garoto, eu, especial. Era meu chefe no gabinete do Kalume. E estes dias fiquei sabendo da sua passagem para um outro plano e lembranças diversas vieram à minha mente.

Sou um funcionário do Senado que teve muita sorte. Toda minha vida naquela instituição foi ligada a pessoas ligadas a literatura ou que me colocaram em atividades ligadas à feiras de livros. Por muitas anos fui a várias feiras de livro para mostrar os livros do senado. Que vida eu tive.

Alan Viggiano

Marcos Linhares Escreve sobre Alan

Faleceu aos 90 anos, no domingo (18/09), o escritor Alan Viggiano ( *Inhapim-MG 18/03/1932, +Brasília-DF 18/09/2022).

Filho de mãe costureira e pai caldeireiro, ele e o irmão Moacyr, também escritor, conheceram Ziraldo em Caratinga, e a amizade inspirou a criação de personagens da Turma do Pererê. Alan inspirou o macaco e Moacyr foi a inspiração para a criação do jabuti. Em 1963, Alan Viggiano, já bacharel em Direito,  fez concurso para taquígrafo do Senado, transferindo-se para Brasília. Em 1965, publicou seu primeiro livro, “Amanhece” (romance). Em 1970, formou-se em Comunicação pela Universidade de Brasília. Em 1971, tornou-se assessor de imprensa da UnB. Trabalhou como jornalista no jornal Última Hora e no Correio Braziliense.. Em 1979, entrou para a Academia Brasiliense de Letras. Em 1983, tornou-se mestre em Literatura Brasileira pela UnB. Em 1984, entrou para a Academia de Letras e Artes do Planalto. Era membro da Associação Nacional de Escritores (ANE), sendo quatro vezes presidente. Fundou o Sindicato dos Escritores do Distrito Federal, sendo seu primeiro presidente. Fundou a Editora André Quicé. Prêmios do autor na Academia Brasileira de Letras: “Afonso Arinos” (Contos), por “O Exilado”; “Francisco Alves” (monografia sobre o ensino fundamental no Brasil e sobre a língua portuguesa), por “Uma aventura linguística” e “Prêmio Coelho Neto” (Romance), por “Lisábria de Jesus”.  

Em 2020,  o Sindescritores o homenageou colocando o nome dele em um prêmio literário: Prêmio Alan Viggiano – Conto e Poesia.

“Foi uma grande perda para a literatura brasileira assim como para nós, colegas de Brasília. Muito nos orgulhamos da qualidade das obras dele, terem sido, inclusive, reconhecidas e premiadas pela Academia Brasileira de Letras”, disse o presidente do Sindicato. Gilbson Alencar. “

“Alan comandou a ANE por quatro mandatos, nas décadas de 1980 e 1990, tendo deixado a marca de importantes realizações nesta casa de escritores”, divulgou em nota pelas redes. o presidente da instituição, Fábio Coutinho; 

“Alan foi inventar Blues em outras paragens e deve estar encantando a todos agora com seu jeito irreverente de ser”, revelou o organizador do Prêmio Alan Viggiano, presidente do Instituto Fazer o Bem e Vice do Sindescritores, Marcos Linhares.

Alan Viggiano

Ele está vivo

Pensei em ir ao velório de Alan, mas não fui. Ele está vivo e mora em mim. Como moram em mim tantos escritores que já se foram, destaco meu amigo e outro pai para mim, o Senador Aureo Mello, bem como, o advogado e pai para mim Antônio Carlos Osório.

Sou um homem de sorte, de muita sorte.

Anand Rao

Editor Chefe

Cultura Alternativa