Acreditar Sempre: Um mergulho profundo em fé, ceticismo e realidade
Acreditar, no sentido mais amplo, é ter fé em algo, confiar em uma ideia ou perspectiva mesmo quando a evidência tangível é escassa. Segundo o Dicionário Oxford, acreditar é “aceitar (algo) como verdadeiro; sentir certeza sobre”.
A habilidade de acreditar transcende a religião e a espiritualidade, impulsionando a nossa visão de mundo e informando as nossas decisões diárias. A crença pode variar de valores pessoais profundamente arraigados a suposições informais sobre o mundo ao nosso redor.
Enquanto isso, a força motivacional do ato de acreditar é frequentemente subestimada. A crença, segundo a psicóloga e pesquisadora britânica Dr. Elaine Fox, pode influenciar os comportamentos, padrões de pensamento e até mesmo a fisiologia de uma pessoa. Como um conceito, é multifacetado e permeia muitos aspectos da vida humana.
O Descrédito você já tem
Descrença ou ceticismo é o contrário da crença. O ceticismo é caracterizado por uma relutância em aceitar afirmações sem provas suficientes. Na filosofia, é a doutrina que suspende o julgamento em questões de crença e conhecimento.
A descrença, como coloca o filósofo alemão Peter Strasser, é uma ferramenta útil para desafiar alegações não substanciadas e prevenir a aceitação cega de informação falsa.
No entanto, o descrédito muitas vezes já está presente na mente das pessoas. Este é um conceito articulado pelo escritor brasileiro Arnaldo Jabor, que sugere que desacreditar é uma resposta inicial padrão e requer um esforço consciente para superar. A descrença, nesse contexto, é uma maneira de proteger-se contra a decepção e o desapontamento.
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Acreditar Sempre
Técnicas para crer
As técnicas para acreditar são várias e dependem muito da personalidade e das experiências de vida de cada indivíduo. A prática de mindfulness, por exemplo, pode ajudar a fomentar uma perspectiva mais positiva.
Um estudo de 2019 publicado no Journal of Clinical Psychology revelou que a prática regular de mindfulness pode reduzir o pessimismo e promover a crença na possibilidade de mudança.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é outra técnica poderosa. A TCC é uma forma de terapia que ajuda a mudar padrões de pensamento negativo ou destrutivo, permitindo a um indivíduo reconhecer e desafiar pensamentos automáticos negativos, ajudando-o a acreditar em resultados positivos.
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A vida de quem acredita
Os que acreditam tendem a desfrutar de vários benefícios, incluindo melhor saúde mental e maior satisfação com a vida. De acordo com uma pesquisa de 2018 realizada pela American Psychological Association, aqueles com crenças fortes – seja em uma divindade, em si mesmos ou no futuro – tendem a ter níveis mais altos de satisfação com a vida e menor incidência de depressão.
Entretanto, acreditar não é isento de desafios. Como o psicólogo social Lee Ross observa, acreditar profundamente em algo pode levar ao viés de confirmação, onde se busca e interpreta a informação de uma maneira que confirma as próprias crenças preexistentes.
A vida de quem não crê
Contrariamente, os que não creem ou são céticos também têm suas vantagens. O ceticismo saudável pode levar a uma análise mais crítica das informações, o que pode resultar em melhores decisões e menos chances de ser enganado.
Como aponta a psicóloga e autora australiana Dra. Carol Tavris, o ceticismo pode funcionar como um “filtro” que ajuda a discernir a verdade do engano.
No entanto, a descrença ou o ceticismo também podem levar a um excesso de negatividade ou a uma incapacidade de tomar decisões. A falta de crença pode resultar em baixa autoestima ou um senso de desesperança, segundo a psicóloga clínica Dra. Jennifer Kunst.
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Realidade e Fantasia
A linha entre a crença na realidade e a crença na fantasia às vezes pode ser tênue. É possível acreditar em algo tão fortemente que se torna real para o crente, mesmo que seja objetivamente falso ou ilusório. Este é um fenômeno conhecido como “efeito placebo”, bem documentado na literatura médica.
Por outro lado, a descrença pode proteger uma pessoa de cair em fantasias sedutoras, mas fundamentalmente enganosas. No entanto, como afirma o filósofo Daniel Dennett, a linha entre a realidade e a fantasia pode ser importante para manter a clareza mental e a eficácia na vida real.
Conclusão
Em resumo, tanto a crença quanto o ceticismo têm seu lugar no espectro humano de pensamento e experiência. Acreditar pode trazer esperança e direção, enquanto o ceticismo pode manter os pés firmemente plantados na realidade.
Como em muitas coisas na vida, o equilíbrio é essencial, permitindo que acreditemos quando necessário e questionemos quando apropriado. Afinal, como coloca o famoso escritor Mark Twain, “A coisa mais suprema é a capacidade de mudar nossas opiniões em face da nova informação”.
Anand Rao
Editor Chefe
Cultura Alternativa