Espaços doméstico para pets
Design emocional: uma nova forma de morar
Na sociedade contemporânea, os animais de estimação deixaram de ocupar papéis periféricos para se tornarem membros afetivos da família.
Esse vínculo vai além do carinho: ele molda decisões de consumo, comportamento social e, cada vez mais, o modo como organizamos nossos espaços de convivência.
O conceito de “lar” evoluiu para incluir também as necessidades físicas e emocionais dos pets.
Segundo estudo publicado na Frontiers in Psychology (2017), interações com animais domésticos reduzem o estresse e estimulam a liberação de ocitocina, contribuindo significativamente para o bem-estar humano. Essa convivência afetiva tem inspirado soluções arquitetônicas mais sensíveis e inclusivas.
Espaços doméstico para pets
Arquitetura com empatia: o exemplo do “Home of Pets”
O projeto “Home of Pets”, desenvolvido pelo escritório chinês HDD e publicado no ArchDaily, ilustra bem essa transformação.
Projetado para abrigar uma família e seus gatos, o espaço foi pensado como uma experiência compartilhada.
A residência utiliza rampas, prateleiras elevadas, passagens ocultas e superfícies resistentes às garras – elementos que respeitam o comportamento natural dos felinos, promovendo sua mobilidade e bem-estar.
O diferencial do projeto está na forma como ele funde estética, funcionalidade e afeto. Essa abordagem é um reflexo do design afetivo, conceito que propõe criar ambientes que despertem emoções positivas. Aqui, o lar não é apenas cenário, mas extensão do vínculo entre os habitantes.
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Espaços doméstico para pets
Além dos gatos: diversidade animal e inclusão no espaço
Ainda que gatos sejam ótimos exemplos de animais que exigem adaptações verticais, cães, coelhos, pássaros e até peixes também exigem planejamento consciente.
Pisos antiderrapantes para cães idosos, janelas protegidas para pássaros, espaços silenciosos para coelhos e iluminação indireta para aquários são apenas algumas das soluções possíveis.
Projetar com base no comportamento e nas necessidades específicas de cada espécie reforça o compromisso com o bem-estar animal.
Tendência em alta no Brasil
De acordo com o Instituto Pet Brasil (2023), o país conta com mais de 149 milhões de animais de estimação. Essa realidade tem impulsionado o mercado da construção civil e da decoração.
Um exemplo nacional é o projeto da arquiteta Ana Yoshida, apresentado na Casa e Jardim (2022), que incluiu um “quintal sensorial” para cachorros, com gramado específico, obstáculos para brincar e fonte de água filtrada.
Mais que tendência estética, trata-se de uma mudança cultural. A casa deixa de ser apenas funcional e passa a ser emocionalmente significativa, um espaço que acolhe a todos – de humanos a animais.
Espaços doméstico para pets
Desafios e limitações
Apesar dos avanços, nem sempre é simples implementar adaptações pet friendly. Em áreas urbanas densas, como apartamentos compactos, há limitações físicas e orçamentárias.
A ausência de normativas técnicas específicas para ambientes mistos (humanos e animais) também dificulta a padronização. Além disso, muitos tutores não têm acesso a informação de qualidade sobre como adaptar seus lares.
Esses desafios reforçam a importância de políticas públicas de moradia que considerem o convívio com pets como parte da realidade doméstica brasileira – e não um luxo ou capricho.

Tecnologia e sustentabilidade como aliadas
Em paralelo ao design afetivo, a tecnologia tem desempenhado papel fundamental.
Sistemas de automação que ajustam a temperatura dos ambientes, alimentadores programáveis, sensores de movimentação e câmeras de monitoramento já são usados por famílias para garantir conforto e segurança aos animais durante a ausência dos tutores.
O compromisso com a sustentabilidade também se destaca. Materiais laváveis, recicláveis e não tóxicos ganham preferência.
A ventilação cruzada, o uso de plantas não venenosas e a entrada de luz natural não apenas beneficiam os animais, mas também promovem um ambiente mais saudável para todos.
Espaços doméstico para pets
Reflexão final: repensar o espaço com afeto
Projetar um lar pet friendly é mais do que seguir uma tendência: é reconhecer que o afeto molda espaços.
Quando a arquitetura acolhe não apenas corpos, mas vínculos, ela se transforma em expressão genuína de convivência.
A casa, nesse novo olhar, é um organismo vivo – onde humanos e animais compartilham experiências, rotinas e emoções.
A pergunta que fica é: seu lar reflete o amor que você sente pelos seus companheiros de quatro patas?
Fontes consultadas:
ArchDaily (2018). “Home of Pets / HDD”
Frontiers in Psychology (2017). “Human–Animal Interaction as a Social Determinant of Health”
Instituto Pet Brasil (2023). “Censo Pet 2023”
Revista Casa e Jardim (2022). “Quintal sensorial para cachorros: projeto brasileiro inova”
American Pet Products Association – APPA (2023)
Anand Rao e Agnes Adusumilli
REDAÇÃO SITE CULTURA ALTERNATIVA