Di Miranda e sua liberdade criativa

Di Miranda e sua liberdade criativa de retratar as emoções humanas

Di Miranda e sua liberdade criativa de retratar as emoções humanas


A artista visual brasileira pinta mais de 400 quadros por ano e contou em uma entrevista especial como funciona o seu processo de criação


A liberdade artística se reflete nas infinitas sensações, sentimentos, temas e causas que se traduzem no impacto de imagens que nos transmitem prazer visual, consciência social, ou mesmo mergulhos cromáticos em que visitamos nossos medos, nossa alegria, nossa solidão.

Mas o exercício dessa liberdade não vem de graça. O artista muitas vezes tem de batalhar pela possibilidade de voar livre, superando rótulos impostos pela crítica.

Di Miranda e sua liberdade criativa

A artista visual Di Miranda é um exemplo dessa luta que foge de rótulos e faz da liberdade de sua expressão sua causa maior. Em suas próprias palavras, sua arte vem “de dentro”. O observador perceberá rapidamente que a imagem reflete seus sentimentos. Que são, afinal, universais. 

Com liberdade criativa, seu espírito livre se revela em suas obras e os teóricos têm dificuldade em classificar um talento que se expressa com igual desenvoltura numa arte que pode ser chamada de Cubista ou Sacra ou Regional.

Para ela, prevalece a inspiração. Sem a preocupação estreita de seguir um padrão ou uma escola, a brasileira que reside no Reino Unido, também se destaca no Abstrato. E é interessante observar que, seja qual for o quadro, conseguimos rapidamente reconhecer o estilo de Di. 

Di Miranda e sua liberdade criativa

Di Miranda faz parte do grupo de artistas da UP Time Art Gallery, galeria itinerante que reúne artistas do Brasil e de países da Europa para oferecer às pessoas trabalhos que retratam e inspiram emoções, causas e vidas.

Confira, abaixo, uma entrevista em primeira mão com a profissional que fala sobre seu processo criativo, inspiração e visão do papel da arte. 

Como é ser brasileira e morar em outro país?

Eu já moro no exterior há muitos anos. Residi em outros países antes de fixar residência no Reino Unido. É uma experiência que me enriquece social e culturalmente, ter contato com diferentes culturas, diferentes heranças culturais.

O que a levou a morar em outro país?

O início dessa movimentação tem origem na vida profissional de meu marido. O trabalho dele nos fez viajar bastante e hoje estamos estabelecidos aqui.

Pretende voltar a morar no Brasil?

Muitas vezes dirigimos nossa energia para o passado, que não pode ser modificado, ou para o futuro, que ninguém consegue antecipar. Minha visão é de que o amanhã só a Deus pertence.

Eu pratico o ensinamento de viver o agora. E no agora minha residência fixa é aqui. Tudo que fazemos, tudo que acontece, está no presente, está no agora. 

Di Miranda e sua liberdade criativa

Como foram seus primeiros passos na arte?

Ainda criança, comecei por brincadeira a desenhar e pintar minha família em papel e lápis de cor. Na época, eu morava em Manaus, cidade em que nasci. Eu não imaginava a dimensão que a Arte teria em minha vida. Hoje é difícil dissociar a Arte de meus sentimentos e de minha própria definição como profissional.

Quais artistas servem de referência para o seu trabalho?

Um dos pontos positivos de viver no exterior é a possibilidade de contato com sociedades que valorizam muito a cultura. Então, por onde vou, sempre visito galerias de arte e museus.

Acabei por me apaixonar pelas obras de da Vinci, Michelangelo, e as primeiras madonnas de Raphael. Com o passar do tempo, vi de perto obras de Picasso, Van Gogh, Gauguin, Cézanne, Monet, Manet, Dali, Munch, Renoir, Modigliani. Daí em diante me apaixonei cada vez mais pela arte.     

Fale sobre seu processo criativo. Como chega a inspiração para você?

Eu amo a arte e nela eu vivo. Ao pintar não programo nada, as coisas vão surgindo na tela, sem ter de copiar nada de um livro ou de uma foto. Deixo fluir nas tintas o que tenho dentro de mim .Também costumo arranhar a tela antes.

Você acha que toda arte deve ser engajada socialmente? 

Essa é uma questão antiga e polêmica. Sobre a divisão de pensamento entre a arte engajada e a “arte pela arte”, minha opinião é que o artista tem o direito de usar seu talento para transmitir seus pensamentos, atitudes, protestos. A arte engajada reflete a realidade social.       

A arte, em termos gerais, cumpre um papel de refletir a sociedade?

A arte reflete o social e também o indivíduo com seus sonhos, medos e aspirações. Mas a grande mudança que vemos hoje é o impacto da Internet para a construção dessa ponte entre a inspiração do artista e a sintonia do observador. A Internet serve de meio de comunicação entre as pessoas. E a arte, por sua vez, nos ajuda a compreender melhor a vida         

Que mensagem você deixaria para um aspirante?

O desejo do artista de compartilhar o que sente, nasce de um interesse, uma preocupação pelo próximo. O observador sente e reconhece a sinceridade artística. Então minha recomendação, não só para os aspirantes é: usar sempre o amor em tudo que fizer. As pessoas vão reconhecer!