Estou me sentindo um lixo

Estou me sentindo um lixo – 22 de Maio de 2020

Estou me sentindo um lixo – 22 de Maio de 2020

Muitos diriam que vou escrever uma babaquice.

Coisa de gente sensível que tem que amadurecer e parar de ser bobo.

Mas, não consigo dormir por estar me sentindo um lixo.

A partir de hoje, o diário de um homem inquieto, virá sempre com um título para chamar mais atenção e ter mais leitores.

De repente, o caos

No dia 20 estava inquieto, sem paz interior.

Almocei e revelei para minha esposa a inquietação que por um milagre  me ouviu, valorizou e respeitou.

Fato que me deixou emocionado, pois, ela crê que estas inquietações são perdas de tempo.

À tarde descobri que havia errado ao calcular o armário do meu escritório,

Tentei informar ao marceneiro, que talvez tivéssemos que dividir o móvel do escritório.

Havia descoberto que antigamente os espaços para armários eram divididos por uma construção em alvenaria com relação ao maleiro.

O marceneiro nem quis me ouvir e com tom de deboche disse: é só solicitar ao pedreiro para retirar.

Eu pressionado, solicitei ao pedreiro que quebrasse a divisória.

Ele de forma cortês e profissional em uma hora quebrou.

Meu escritório ficou uma imundice de poeira, pois, foi uma situação inesperada.

Estou me sentindo um lixo – 22 de Maio de 2020

Prepare-se para o inesperado

Ao escrever este texto, estou aprendendo que quando realizamos uma reforma em um apartamento antigo, temos que estar pronto para o inesperado.

Estou crescendo muito dentro de mim ao me sentir um lixo.

Faço votos que você aprenda com o que aconteceu comigo.

Esteja sempre pronto, quando for realizar uma reforma, para o inesperado e considere o mesmo um fato normal.

Vinho

Depois da quebradeira resolvi me embriagar e ao realizar uma “live” com Paulo Miquéias sobre a Arte da Escrita fui um mago.

Mago ao dizer e fazer poemas encima de comentários.

Tudo para enriquecer o meu dia que havia sido tão devastador.

Curta a “live”.

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Anand Rao e Paulo Miqueias – Parte 2

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Estou me sentindo um lixo – 22 de Maio de 2020

Madrugada do dia 21

Acordei na madrugada do dia 21 para esvaziar a escrivaninha de meu pai que seguirá para outras paragens nesta reforma.

Isso dói no meu coração tanto, que você leitor nem pode imaginar.

Nesta escrivaninha ele escreveu seus poemas, bebeu seus uísques, escreveu seu projetos e preservei a mesma o quanto pude.

Mas, chegou a hora de mudar, de revolucionar e sinto no meu coração que ele me autorizou a seguir em frente, pois, faleceu há muitos anos.

Com dor de cabeça, de ressaca, esvaziei tudo que estava sobre e sob a mesa.

Cerca de uma hora levei, e depois, dormi.

Ao acordar, o dito cujo marceneiro, que havia me prometido levar três peças: a nova escrivaninha feita sob medida, o armário do local onde havia uma alvenaria e um armário para cobrir um duto de ar condicionado, só trouxe o armário para o espaço onde havia acontecido a quebradeira.

Eu que elogio sua competência e profissionalismo via Whatsapp, achando que esta atitude é valiosa, fiquei estarrecido.

E ainda mais, trouxe toda a família para a instalação. 

Ele havia me informado que sua família estava trabalhando com ele, mas, em tempos de pandemia, ele sabendo que sou diabético e tive três canceres, nunca deveria ter trazido a equipe completa para a instalação no meu escritório.

Esperar que pessoas humildes tenham informações sanitárias é ótimo, mas, a maioria não tem.

Quebrando e tirando o que restara do armário ele sujou o imundo escritório mais ainda.

Colocou o novo armário que sinto está muito bem feito, é um bom profissional.

Informou que tinha derrubado a escrivaninha e danificado a mesma por isso não havia trazido.

E nós aceitamos a colocação… Fazer o que?

No armário antigo tínhamos várias instalações com fiação e etc. Hoje pelo menos chegou o novo.

Fui à loja para comprar tomadas e fiação e pedi para ele embutir deixando uma folga para instalação do home theatre.

Parte deles ficaram sem a solicitada folga.  

Me senti um lixo.

Ninguém para desabafar e conversar

É duro ser casado e não ter com quem falar e desabafar.

Por vezes, é muito ruim, mesmo a pessoa sendo muito boa.

Precisava desabafar e conversar com minha companheira.

Ela que é muito metódica e produtiva e gosta de realizar tudo a tempo e hora.

Não percebeu essa minha necessidade, mas, foi espetacular na produção.

Espero aguentar por muito tempo a forma como ela é, Deus me ajude.

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Arrumação

No fim da tarde fui arrumar o novo armário.

O escritório está uma imundice.

Amanhã virá uma faxineira que toda vez que vem, tenho que solicitar que use mascaras.

Outra sem informação sanitária.

Da última fiz colocações sobre a questão ela disse que iria usar.

Estou orando que consiga limpar a imundice que esta parte da casa.

Poeira é uma coisa que te deixa de absoluto baixo astral, mas, tudo, oro, vai melhorar.

Agora neste momento me sinto um lixo.

Fios antigos

No fim da tarde descobri que a fiação, além da encanação da cozinha, é antiga.

Vou ter que trocar, me assustei com a mão de obra do eletricista.

Consegui negociar com ele a mão de obra.

Mas, é um gasto que não esperava por falta de experiência, pois, nunca reformei a cozinha.

Neste prédio, pasmem, morou o Presidente Juscelino Kubistcheck.

Vamos em frente amigos.

Estou me sentindo um lixo – 22 de Maio de 2020

Fabiana Zanella

À noite, mesmo sem conectar tudo no novo armário, fiz uma “live” com a escritora Fabiana Zanella.

Foi o ponto alto do dia.

Não me senti um lixo.

Me senti um jornalista norteado de poesia.

Assista.

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Amanhã, sextou

São quase duas horas da manhã de sexta, 22 de maio de 2020.

A insônia de me sentir um lixo me trouxe para escrever este texto.

Mais um episódio do Diário de um Homem Inquieto.

Escrevo este na sala, um lugar menos imundo da casa, olhando Brasília vazia pela janela do segundo andar.

Aqui, no plano piloto, estão, segundo sinto, cumprindo o isolamento social.

Espero que esta sexta que está nascendo seja incrível.

Vou voltar o que tirei da escrivaninha do meu pai e aguardar o dia que chegará a nova escrivaninha, segundo o rapaz, quarta-feira.

Vamos orar.

Espero reerguer meu estúdio, ler poemas, e continuar.

E torço para voltar a malhar e que a sexta-feira seja única, mágica e singular.

Que Deus me ajude.

Anand Rao

Editor do Cultura Alternativa