O Brasil e a Felicidade segundo dois relatórios

Leia esta matéria e veja a discrepância entre o Relatório Mundial da Felicidade e o Estudo Global da Felicidade e entenda o porque? Em um o Brasil está longe de ser um país feliz em outro é a quinta nação mais feliz do Mundo.

O Brasil e a Felicidade

Relatório Mundial da Felicidade

O Brasil apresenta queda significativa no ranking de felicidade, de acordo com o Relatório Mundial de Felicidade 2023 (World Happiness Report – WHR), uma iniciativa da ONU que publica anualmente a classificação da felicidade em aproximadamente 140 países.

Os brasileiros caíram 11 posições no ranking deste ano, referente ao período de 2020 a 2022, chegando ao 49º lugar. No ano anterior, que considerava dados de 2019 a 2021, o Brasil ocupava o 38º lugar. Essa queda confirma a tendência de declínio do Brasil no ranking da felicidade, que já vinha ocorrendo desde 2020, quando o país estava na 29ª posição.

Em 2015, o Brasil alcançou sua posição mais alta, ocupando o 16º lugar como o país mais feliz do mundo.

Os indicadores do relatório

O Relatório Mundial de Felicidade baseia-se em sete indicadores principais, sendo a avaliação de vida anual realizada pelo Gallup o principal deles. A pesquisa questiona aos entrevistados qual nota, de 0 a 10, eles dariam à sua vida. Além disso, dados dos países pesquisados também são levados em consideração, incluindo PIB per capita, expectativa de vida saudável, liberdade, generosidade, apoio social e percepção de corrupção.

A generosidade, que cresceu cerca de 25% em relação a 2019, é um fator importante neste 12º Relatório de Felicidade Mundial, segundo o economista John Helliwell, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá.

O Brasil e a Felicidade

O ranking na parte superior

Pelo sexto ano consecutivo, a Finlândia lidera o ranking como o país mais feliz do mundo. A nação escandinava está lançando um curso chamado “Masterclass of Happiness”, que acontecerá em um resort finlandês em junho de 2023 e oferecerá gratuitamente passagem, hospedagem e quatro dias de aulas a dez pessoas escolhidas pela Business Finland, agência governamental responsável pelo turismo no país.

Logo após a Finlândia, aparecem Dinamarca e Islândia, nas mesmas posições do ano passado. O destaque entre os primeiros colocados é a ascensão de Israel, que subiu da nona para a quarta posição. Os demais países no top 10 são Holanda, Suécia, Noruega, Suíça, Luxemburgo e Nova Zelândia.

O ranking na parte inferior

Na parte inferior do ranking, diversos países africanos ocupam posições baixas, como Serra Leoa (135º), Zimbábue (134º) e Botsuana (132º). Contudo, as duas últimas colocações são ocupadas por países do Oriente Médio e regiões próximas: Líbano (136º) e Afeganistão (137º). Ambos mantiveram as posições mais baixas que já possuíam no ano passado.

O Brasil e a Felicidade

Os profissionais

O Relatório Mundial de Felicidade é coordenado por especialistas de diversas instituições, como o economista Jeffrey Sachs, diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade Columbia (EUA), o Centro de Pesquisa de Bem-Estar da Universidade de Oxford (Reino Unido) e o Programa de Bem-Estar da London School of Economics.

O Estudo Global da Felicidade

Na semana passada, outro estudo relacionado à felicidade foi divulgado: o Estudo Global da Felicidade, realizado pelo instituto Ipsos. Realizado de forma online, a pesquisa coletou dados de 22 mil pessoas em 32 países, apresentando resultados bastante diferentes daqueles divulgados pela ONU, que analisou 137 países.

O Brasil e a Felicidade

Ranking do Estudo

De acordo com o estudo do Ipsos, o Brasil é a quinta nação mais feliz do mundo, com 83% dos 1.000 entrevistados se considerando felizes ou muito felizes. Um ano antes, os brasileiros que se consideravam felizes ou muito felizes eram apenas 63%. À frente do Brasil no top 5 do Estudo Global da Felicidade estão a China (91%), Arábia Saudita (86%), Holanda (85%) e Índia (84%).

Discrepância entre os dois relatórios

A discrepância entre os dois estudos pode ser atribuída a diferenças metodológicas e ao escopo geográfico mais limitado da pesquisa do Ipsos. No entanto, ambos os estudos fornecem informações valiosas sobre a percepção de felicidade e bem-estar nos países avaliados.

É fundamental considerar que o conceito de felicidade é complexo e multifacetado, envolvendo aspectos culturais, sociais, econômicos e psicológicos. A queda do Brasil no ranking da felicidade da ONU pode ser atribuída a uma combinação de fatores, como desafios econômicos, instabilidade política e preocupações com a corrupção. Além disso, a pandemia de COVID-19 afetou a saúde mental e o bem-estar da população, agravando a situação do país no ranking.

Conclusão

Para melhorar a posição do Brasil no ranking da felicidade, é necessário investir em políticas públicas que promovam o bem-estar e a qualidade de vida da população, abordando questões como saúde, educação, emprego e segurança. Ações que visem reduzir a desigualdade social, combater a corrupção e promover a sustentabilidade também podem contribuir para uma sociedade mais feliz e próspera.

Em resumo, o Brasil apresenta um declínio significativo no ranking de felicidade da ONU, enquanto o estudo do Ipsos mostra resultados mais positivos. Os desafios enfrentados pelo país são complexos e exigem uma abordagem multifacetada para melhorar a percepção de felicidade e bem-estar entre os brasileiros. Investir em políticas públicas que promovam a qualidade de vida e abordem questões sociais, econômicas e políticas é crucial para criar um futuro mais feliz e próspero para o Brasil.

Anand Rao

Editor Chefe

Cultura Alternativa