Roseana Murray, filha de imigrantes poloneses que vieram para o Brasil antes da Segunda Guerra fugindo do antissemitismo, a autora passou a infância no bairro do Grajaú, no Rio de Janeiro.
E quem diria que este seria o grande tema de suas poesias?
Roseana, que diz adorar a vida no campo, prefere olhar o lado silencioso da vida e viver no mato.
Seus poemas que giram em torno do universo infantil apresentam uma belíssima visão da infância, com um olhar atento, peculiar e absolutamente criativo.
Todo seu trabalho pode ser conhecido através do site pessoal da autora Roseana Murray (Clique aqui para acessar!).
Todos os poemas foram retirados de lá, onde você pode ler muito mais.
Vale muito a pena passear pelo site da autora e conhecer bastante do seu trabalho interessantíssimo e essencial para toda criança.
Digo como Neruda, poeta que amo: para nascer nasci. Para fazer poesia, amar, cozinhar para os amigos, para ter as portas da casa e do coração sempre abertas.
Poemas de Roseana Murray
1- COLO DE AVÓ
Tem avó que é diferente, nada de cachorro, gato, cavalo ou duende. Galinha de estimação é o que a avó carrega feito mapa do tesouro, para lá e para cá (parecem duas dançarinas). e para quem conta os seus segredos, fala do tempo, do que vai colher, do que vai plantar. A galinha concorda: có, discorda: cócó, Às vezes dorme, às vezes acorda e muitas vezes esquece que a avó não é galinha. Apesar de tão quentinha, a avó é gente.
2- MÁQUINA DE COSTURA
A avó tem uma máquina de costura que foi da mãe da sua mãe, da sua avó. A avó pedala a máquina e costura rendas na barra dos vestidos, costura um sol e uma lua no bolso das camisas, costura uma hora na outra, um carinho no outro. E o chão fica cheio de fios e linha colorida enquanto a avó vai costurando amor.
3- PASSARINHOS
A avó é amestradora de passarinhos. Ela canta, assovia. do seu corpo o amor escapa e enlaça o ar. Então os passarinhos voam para seus braços e ela vira ninho.
4-HIBISCO
Há flores que se comem como se fossem frutas, numa comunhão entre os olhos, a boca, o jardim. Hibiscos coloridos, caprichosos, derramam no prato a sua beleza, passageira como um relâmpago, e ao morder um hibisco nos transformamos em poesia.
5-PULAR CORDA
Se pudesse o menino pularia corda com a linha do horizonte, se deitaria sobre a curvatura da Terra para sempre e sempre saudar o sol, encheria os bolsos de terra e girassóis. Mas chove uma chuva fina e o menino vai até a cozinha fritar ideias
Pesquisa pelo site Notaterapia