Prêmio Oceanos de literatura - Cultura Alternativa

Prêmio Oceanos de literatura 2024

Prêmio Oceanos anuncia os 60 livros semifinalistas da edição 2024; 37 editoras aparecem na relação

Obras brasileiras, portuguesas, moçambicanas e caboverdianas estão entre as selecionadas

O Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa anunciou nesta sexta-feira (23) os 60 títulos semifinalistas da edição de 2024. Neste ano, a premiação contou com 2.619 livros inscritos, submetidos a dois júris especializados, um de prosa e outro de poesia, formados por profissionais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal. Entre os finalistas, estão nomes como Mia Couto, Micheliny Verunschk, Germano Almeida, João Silverio Trevisan, João Tordo, Adilia Lopes, Nei Lopes e Luis Henrique Pellanda.

Um dos destaques da seleção é a quantidade e a diversidade de editoras entre os semifinalistas: as 60 obras foram publicadas por 37 casas editoriais – das grandes às independentes, de diferentes perfis e nacionalidades, como as brasileiras Aboio e Corsário-Satã, a angolana Kacimbo, a moçambicana Gala-Gala, e a portuguesa Poética, entre outras.

Após o trabalho de leitura e avaliação das obras, ao fim de mais de quatro meses, cada júri elegeu 30 livros em prosa e 30 de poesia, de autoras e autores de quatro diferentes nacionalidades: Brasil, Portugal, Moçambique e Cabo Verde. Tanto o júri, quanto o resultado desta primeira etapa enfatizam a proposta do prêmio de valorização da língua portuguesa, segundo o comunicado da organização.

O quesito diversidade também se verifica no perfil dos semifinalistas, composto por escritoras e escritores tanto veteranos com de obras publicadas, quanto por estreantes. Entre os veteranos estão escritores como João Silvério Trevisan (Brasil), Hélia Correia (Portugal) e Mia Couto (Moçambique), na prosa; e Glauco Mattoso e Nei Lopes (Brasil), Adília Lopes (Portugal), e José Luiz Tavares (Cabo Verde), na poesia. Entre os estreantes, para citar alguns nomes entre outros, estão Juliana Slatiner e Ana Johann (Brasil), e Sofia Perpétua (Portugal), na prosa; e Jeremias F. Jeremias (Moçambique) e Vitoria Vozniak (Brasil), na poesia.

Os selecionados

Na categoria prosa, foram eleitos 19 romances, sete livros de contos, dois de crônicas e duas dramaturgias. Parte dessa produção atualiza o passado, em narrativas de ambientação histórica que percorrem do século XVI ao século XX, como se verifica nos romances A capitoa, de João Paulo Oliveira e Costa, e Revolução, de Hugo Goncalves (Portugal), e Os infortúnios de um governador nos trópicos, de Germano Almeida (Cabo Verde). Outra parte dialoga com o presente de um mundo em crise, flagrando a morte, literal ou simbólica; as várias formas de violência, intolerância, fundamentalismo e discriminação; os atentados contra a dignidade humana e animal.

As obras dos brasileiros Airton Souza (Outono de carne estranha), Micheliny Verunschk (Caminhando com os mortos) e Joca Reiners Terron (Onde pastam os minotauros), por exemplo, são expressões dessa contemporaneidade. As tensões sociais, ao lado das grandes questões existenciais, mesclam-se às igualmente várias formas do amor, do desejo, das saudades, e do luto. Todos esses temas são abordados com grande sensibilidade artística pelos semifinalistas.

Quando se considera a poesia, pode-se falar, ainda, de uma outra diversidade, relativa aos estilos. Elas contemplam desde a ressignificação e a subversão do soneto e outras formas tradicionais, como Porca miséria, de Glauco Mattoso (Brasil) e Uma colheita de silêncios, de Nuno Júdice (Portugal), à mescla de gêneros, com poemas em prosa e versos de dicção prosaica ou ainda à maneira de autobiografias, como Ninguém quis ver, de Bruna Mitrano, e Vida e morte de Adília Lopes, de Piero Eyben (Brasil).

Pandemia, guerras, as faces da resistência, as trincheiras das identidades, o fazer poético como ficção estão entre os temas presentes nos 30 livros semifinalistas brasileiros e estrangeiros na categoria Poesia.

Vale observar que dois poetas portugueses semifinalistas, Nuno Júdice e Miguel Gullander, faleceram em 2024.

O Prêmio Oceanos lamenta profundamente essas perdas, e esclarece que, pelo regulamento, escritores falecidos após a inscrição de seus livros permanecem concorrendo e, caso ganhadores, o prêmio é concedido in memoriam.

Seleção dos finalistas

O prêmio entra, agora, na etapa de seleção dos 10 finalistas entre as 60 obras que chegaram à semifinal.

O júri, eleito pelo anterior, é composto, na prosa, pelos brasileiros Carola Saavedra e Cristóvão Tezza; os portugueses António Araujo e Simão Valente; e pela moçambicana Teresa Manjate. Na poesia, pelos brasileiros Ademir Assunção e Luiza Romão; pelos portugueses Helena Buescu e Hugo Pinto Santos; e pela moçambicana Teresa Noronha.

Veja a lista completa dos semifinalistas

O prêmio

O Oceanos é realizado via Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), pelo Ministério da Cultura, e conta com o patrocínio do Banco Itaú, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas da República Portuguesa, o apoio do Itaú Cultural, da Biblioteca Nacional de Moçambique e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde; e o apoio institucional da CPLP. O Prêmio Oceanos é administrado pela Associação Oceanos em parceria com o Itaú Cultural.

CONCURSOS LITERÁRIOS PARA ACOMPANHAR

 + Prêmio Cataratas de Contos e Poesia
 + Prêmio Oceanos de literatura 2024

Prêmio Oceanos de literatura

A inscrição ao Oceanos contempla livros impressos e digitais, sejam de editoras ou autopublicações.

O regulamento completo, com informações detalhadas sobre todo o processo de avaliação desta edição, também está disponível no site de inscrição.

Prêmio Oceanos de literatura

Inscrições em ascensão

Desde 2015, quando a premiação passou a contar com o patrocínio do Itaú e apoio do Itaú Cultural, o Prêmio Oceanos já recebeu cerca de 14 mil livros. Assim, obras de dez mil autores e 1.500 editoras diferentes.

De acordo com a organização, ano a ano, o certame tem novos recordes de inscrição. Isso, tanto no Brasil, quanto em Portugal e nos países africanos, em especial Moçambique e Cabo-Verde.

O histórico de inscrições do prêmio de 2015 a 2023 está disponível no site: oceanosmapeamento.com.

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