Fomos Tão Jovens

Somos ou Fomos Tão Jovens – Por Anand Rao

Cultura Alternativa participa da festa que agitou a cidade no dia 13 de Agosto de 2016

Chegamos. Ponto inicial. A convite de Marcio Henriques, arquiteto de mão cheia, arquiteto da redação do Cultura Alternativa, fomos para a festa Somos Tão Jovens, e descobrimos que, Fomos Tão Jovens. Marcio, completando cinquenta anos no dia do evento, participando da produção da mesma corria de um lado para o outro. No dia anterior, presenteamos nosso arquiteto com um Red Label, pois, sabíamos que no dia, ele não seria só nosso (risos) mas, do mundo. Marcio receba nosso carinho, admiração e abraço. Mas, vamos à festa.

 

Luz, Câmera, Ação

A estrada que pegamos para ir até a hípica é a que passa na frente do zoológico. Muito interessante Brasília, setorizada, plena, intensa e de cara vimos aqueles holofotes tradicionais dos mega eventos, vimos da estrada e ficamos encantados com a produção e obviamente a iluminação feita por Rene Louis Pic, genial, que foi o iluminador também da redação do Cultura Alternativa e é formado em filosofia na Sorbonne, pasmem.

Chegando, e chegamos 21 h para uma festa que começaria as 22, procuramos estacionar o carro. Como sabemos que no Brasil todos fecham a todos em estacionamentos, já havíamos pensado, vamos ficar num local onde ninguém nos fechará, não formarão fila dupla, enfim, nos sentiremos no primeiro mundo, e conseguimos, graças à nossa habilidade, ao nosso medo e ao horário, pois, se chegássemos depois, creio, sofreríamos para estacionar.

 

Os primeiros

Os últimos serão os primeiros, diz o dito popular. Mas, não, fomos realmente os primeiros e nos deparamos com a primeira dicotomia, descer uma escada de cimento às escuras. Aí começamos a descobrir que o nome da festa era “Somos Tão Jovens” e que nós “Fomos Tão Jovens” e fazendo farra, descemos a escada às escuras, mas, graças a Deus não caímos. Na nossa geração, nascemos em 61 e hoje temos 55 anos, as mulheres andam de salto e vimos que a área em que estava sendo realizado a festa era num gramado amplo, mas, com ondulações. Ou seja, mulheres atentas, lindo, desatentas, chão. No período que ficamos, não vimos quedas femininas devido ao salto alto, e tudo transcorreu muito bem. Bola dentro da produção.

 

Os shows

Vimos Elite Sofisticada e Escola de Escândalo, e tivemos a chance de curtir Kadu Lambach, para muitos daquela geração, Paraná, primeiro guitarrista, salvo engano, da Legião Urbana. Por sinal o nome Somos Tão Jovens foi uma homenagem ao reconhecido músico Renato Russo e como havia chovido na passagem do som, à tarde, muitos disseram que era o choro do Renato por não estar nesta festa que o homenageava. Agora, confesso, vimos muitos dos frequentadores, dos convidados, perdidos, indagando se não ouviriam músicas famosas do Renato, da Legião Urbana. Nós, pelo menos até uma hora da manhã, não ouvimos, e confesso que ouvi vários comentários desapontados com a programação musical, que estava homenageando uma gravação, um disco, que completava trinta anos e tinha sido feito com as bandas que tocariam na noite. Tudo bem, mas, o mote jornalístico, Renato Russo, não foi homenageado na programação musical, pelo menos no período em que estivemos lá e o disco feito, que não sabemos o nome, sim. Achei uma falha esta parte, mas, o disco X foi homenageado, com certeza. Sinto X, pois, não sei o nome, sei o nome sim, e já cantei canções, de Renato Russo.

 

Entrevistas

Fizemos uma, como nosso cicerone, Marcio Henriques e uma breve inserção final de sua esposa que chegou durante a entrevista, a renomada arquiteta e bela Sandra Henriques. Ouça.

 

Fotos

Curta a nossa página no facebook e veja todas as fotos que fizemos, ressaltando que fomos para nos divertir e de forma breve trabalhar, então, não são fotos jornalísticas e sim fotos de quem se divertiu e exercitou o ofício, mesmo que de forma tímida, de cobrir jornalisticamente o evento. Veja neste link:

Algumas abaixo na Galeria de Imagens para ilustrar.

 

Reencontros

Muitos daquela geração nos cumprimentaram e nós que “Fomos Tão Jovens” não lembrávamos quem eram. É chato quando a mente começa a falhar e é intenso ao mesmo tempo. Contamos histórias que vêm às lembranças, o momento fica mágico, nos emocionamos, enfim, é bom demais relembrar, ver como estamos hoje, constatar que alguns obtiveram fama e outros não. Como é bom, ter experiências e falar do que já foi, nós que não fomos, estamos e somos.

 

A Produção

Está de parabéns, mas, uma fila se formou para a compra de bebidas. Isso tem que ser melhorado. Haviam food trucks, todos atendendo normalmente, mas, a fila das bebidas se aglomerava e parecia meio desorganizada. Nós…. Como seguimos à risca o espírito da nossa geração, levamos nossa meia garrafa de vinho no bolso. Hoje, um chileno, ontem, o velho e famoso vinho dos universitários sem grana, o sangue de boi. Passamos bem, não ficamos em fila e só tivermos que nos adaptar ao velho e famoso atualmente, em eventos, e horroroso banheiro químico, mas, graças a Deus as mulheres tinham um banheiro melhor, rodeado de paredes de cimento por todos os lados.

Outra situação que nos preocupou foi que surgiram pequenos e breves pingos de chuva e o palco pareceu descoberto, isso creio, seria um problema se a chuva viesse, mas, ela não veio. Renato, com certeza, segurou a mesma cantando um rock para Deus lá no céu, e quando fomos embora seus olhos estavam resplandecidos numa bela lua que nos homenageava com seu olhar.

 

Por fim

Por fim, fica a saudade de mais um momento proporcionado por este grupo que faz uma festa por ano. Confesso que no ano passado ao escrever a matéria pós evento, sugeri que num próximo, fosse feita uma homenagem ao famoso “Concerto Cabeças” marca presente na época. Neste, refiz a sugestão, achei que o produtor Gustavo Vasconcelos ouviu, mas, valorizou pouco e outros que estavam ao meu redor disseram que o Néio Lúcio, coordenador do evento à época, não é fácil de ser encontrado, ou coisas quetais. Mas, nós do Cultura, mantemos a sugestão deste evento que seria belíssimo, um reconhecimento à história cultural de Brasília. Saímos. Ponto Final.

 

Anand Rao

Editore do Cultura Alternativa