Espetáculo brasileiríssimo
Foi a mais bela apresentação de violão a que já pude assistir. E, além disso, preenchida pela simbologia da relação familiar.
No palco do teatro do Sesc Consolação, Paulão 7 Cordas, o pai, e Ramon Araújo, o filho, fizeram um show impecável, em mais uma edição do programa Sesc Instrumental.
A magia do espetáculo, além do virtuosismo em família, recaiu sobre a seleção musical – o que de melhor o Brasil foi capaz de criar naquele instrumento.
O duo familiar iniciou com “Mazurka”, do maior dos mestres, Heitor Villa Lobos, “que compôs uma das obras para violão mais importantes do mundo”, disse Paulão, que economiza nas palavras o que esbanja como instrumentista.
Vieram em seguida “Escovado”, choro de outro mestre, Ernesto Nazareth, e “Tempo de criança”, de Dilermando Reis.
O time dos sonhos só fez se ampliar até o final da performance, com composições de Canhoto da Paraíba, Pixinguinha, Cachimbinho, Rafael Rabello, e até bambas como Tom Jobim, Paulinho da Viola e Guinga que, jogando nas onze, também contribuíram para o repertório violonístico.
Pai e filho se revezavam, ora brilhando no acompanhamento, ora no solo. No bis, executaram o clássico “Odeon”, de Ernesto Nazareth. Um fã soltou lá da plateia: “Muito bom, Paulão!”
Um espetáculo brasileiríssimo, com a essência de nossa tradição musical.
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Por Paulo Lima
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