Pobreza
Estudo aponta que 59 milhões de pessoas vivem com uma renda mensal menor que R$ 665
Segundo a Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 4 de dezembro de 2024, aproximadamente 8,7 milhões de brasileiros saíram da linha de pobreza, e 3,1 milhões superaram a condição de extrema miséria.
Esses resultados, impulsionados por políticas públicas eficazes e iniciativas comunitárias, representam uma transformação significativa na vida de milhões de famílias.
O Que é Pobreza e Miséria?
Em um ano, 3,1 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza. Nessa categoria, caiu de 12,6 milhões de brasileiros para 9,5 milhões, menor contingente desde 2012. O estudo considera extrema pobreza as pessoas que recebem até R$ 209 por mês. O dado teve um recuo de 5,9% para 4,4%. Esta é a primeira vez que o indicador fica abaixo de 5%, segundo o IBGE.
No entanto, a pobreza não é apenas uma questão de renda. Ela envolve uma dimensão multidimensional, afetando o acesso a direitos fundamentais e perpetuando desigualdades.
O impacto dessas condições se faz sentir especialmente entre crianças, mulheres e populações das regiões mais vulneráveis do Brasil.
Pobreza
Contexto Histórico e Regional
A pobreza no Brasil é um problema estrutural, historicamente mais intenso em regiões como o Nordeste e o Norte, onde o acesso limitado a serviços públicos e oportunidades econômicas contribuiu para índices elevados de vulnerabilidade.
A maior parte da população brasileira que vivia abaixo da linha de pobreza em 2023 morava em estratos geográficos que abrangiam as regiões Norte e Nordeste, com destaques para os Arcos Metropolitanos.
Os estratos com maiores proporções de pobres foram Vale do Rio Purus (AM), com 66,6%, Litoral e Baixada Maranhense, com 63,8%, e Entorno Metropolitano de Manaus (AM), com 62,3%, acima da média nacional (27,4%).
Fatores que Contribuíram para a Redução da Pobreza
Os números positivos de 2023 não foram alcançados por acaso. Diversos fatores contribuíram para esse progresso, incluindo:
1. Expansão de Programas Sociais
O Bolsa Família, fortalecido em 2023, aumentou o valor médio dos benefícios e expandiu sua cobertura, incluindo famílias que antes estavam fora do programa. Além disso, iniciativas complementares, como o Auxílio Gás, ajudaram a aliviar a pressão financeira sobre as famílias de baixa renda.
2. Recuperação do Mercado de Trabalho
A geração de empregos formais e informais foi outro motor desse avanço. De acordo com o IBGE, o Brasil criou mais de 2 milhões de vagas formais em 2023, enquanto o salário mínimo, reajustado acima da inflação, aumentou o poder de compra da população.
3. Investimentos em Educação e Saúde
Políticas públicas voltadas para a ampliação de creches e escolas públicas, além de melhorias na atenção básica de saúde, reduziram a pobreza multidimensional. Esses investimentos aumentaram o acesso a oportunidades que ajudam a romper o ciclo da pobreza.
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O Papel das Comunidades e Ações Locais
Além das políticas governamentais, a sociedade brasileira desempenhou um papel essencial no combate à pobreza. Iniciativas comunitárias mostraram-se fundamentais para promover inclusão social e gerar oportunidades.
Entre os exemplos bem-sucedidos estão:
- ONGs que promovem capacitação profissional para jovens e mulheres.
- Cooperativas comunitárias em áreas rurais que fortalecem a economia local.
- Redes de solidariedade, como bancos de alimentos e mutirões, que enfrentaram a insegurança alimentar em comunidades vulneráveis.
Essas ações, somadas ao apoio governamental, criaram uma rede de suporte essencial para milhões de brasileiros.
Desafios e Perspectivas para 2025
Embora os avanços de 2023 sejam significativos, ainda há desafios importantes para consolidar e expandir os resultados. Entre eles:
Para 2025, espera-se que o Brasil continue avançando, mas isso dependerá de uma combinação de políticas públicas sólidas, estabilidade econômica e engajamento social.
O instituto afirma que, se não existissem programas sociais do Governo Federal, a proporção de pessoas na extrema pobreza teria aumentado de 4,4% para 11,2% em 2023. Já a porcentagem da população na pobreza teria subido de 27,4% para 32,4%.
Conclusão
Os números divulgados pelo IBGE não apenas celebram um marco na redução da pobreza no Brasil, mas também mostram o potencial do país para promover transformações sociais profundas. Governos, comunidades e indivíduos desempenham papéis complementares nessa jornada.
A redução da pobreza em 2023 é um exemplo inspirador de como estratégias bem direcionadas podem mudar vidas, reafirmando que um Brasil mais justo e inclusivo não é apenas possível, mas alcançável com esforço conjunto.
Notas Finais
Os dados utilizados neste artigo foram retirados da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) 2023, divulgada pelo IBGE em dezembro de 2024.
REDAÇÃO SITE CULTURA ALTERNATIVA