Com acessibilidade audiovisual para pessoas com deficiência, começa uma nova era no cinema brasileiro
Nova tecnologia que dá acesso gratuito e em tempo real à audiodescrição, legenda e LIBRAS vai beneficiar mais de 10 milhões de pessoas surdas, cerca de 600 mil pessoas completamente cegas e outras 6,5 milhões que apresentam baixa visão, além de outros públicos, com ou sem deficiência, como pessoas idosas, por exemplo.
O dia 9 de novembro vai ser marcado como o início de uma nova era na exibição cinematográfica no Brasil.
É que, na data, um evento em Brasília com a exibição dublada do filme Caça Implacável (Diamond Films), celebrará a chegada de uma nova tecnologia que dá acesso gratuito e em tempo real à audiodescrição, legenda e LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), durante as exibições.
O evento acontecerá no Espaço Itaú localizado no Shopping Casa Park, a partir das 10 horas.
A iniciativa vai beneficiar mais de 10 milhões de pessoas surdas, cerca de 600 mil pessoas completamente cegas e outras 6,5 milhões que apresentam baixa visão, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Acessibilidade audiovisual
Além disso, outros públicos, com ou sem deficiência, como pessoas idosas, por exemplo, também serão beneficiados.
A ação da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex – ABRAPLEX tem o objetivo de democratizar ainda mais o acesso à cultura e ao entretenimento, e ampliar a acessibilidade de pessoas com deficiências em todas as salas de cinema do País.
“Estamos, com isso, mudando a realidade de uma parcela significativa da sociedade que não tinha o cinema como parte do seu entretenimento”, salienta o presidente da ABRAPLEX, Marcos Barros.
Para Lúcio Otoni, presidente da FENEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas), a iniciativa também vai beneficiar os exibidores de pequeno e médio porte.
“Além de democratizar o acesso, a nova tecnologia não implicará em aumento de custos para as empresas, principalmente nas cidades menores, o que é essencial para este momento em que retomamos as atividades após um longo período de paralisação”.
Acessibilidade audiovisual
Além de ser um desejo da ABRAPLEX, está previsto na Instrução Normativa n°165, da Agência Nacional do Cinema – Ancine, tornar os cinemas mais inclusivos.
E cabe às distribuidoras e exibidoras proporcionarem recursos de acessibilidade audiovisual ao público. A Lei nº 13.146, de 2015, do Estatuto da Pessoa com Deficiência, determina que, a partir de 2 de janeiro de 2023, todas as salas de exibição devem fornecer recursos de acessibilidade audiovisual às pessoas com deficiência nas sessões.
Como funciona Considerada intuitiva e de fácil navegação, a inovação- um APP para smartphones – funciona da seguinte maneira: a tecnologia implantada reconhece o áudio do filme e sincroniza, em tempo real, os recursos de audiodescrição, legenda e LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Assim, o usuário consegue escolher a melhor opção para acompanhar o longa em exibição.
Os filmes com acessibilidade serão identificados com um selo acompanhado de um QR Code. De acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) relativos ao mês de agosto, há 261,3 milhões de celulares no país com densidade de 121,62 aparelhos por 100 habitantes (o equivalente a 1,2 celulares por pessoa).
Além dos cinemas, outra vantagem é que a funcionalidade pode ser utilizada para assistir filmes em qualquer lugar, inclusive fora dos multiplex. O aplicativo é gratuito e possui versões para Android e IOS.
O aplicativo pode ser acessado em https://www.moviereadingbrasil.com.br/ .