Parques tecnológicos: local de construção do futuro
Sandro Schmitz dos Santos – Doutorando em Economia, com extensão universitária em FinTech pela Universidade de Chicago, Sócio-Diretor da Austral Consultoria e Investimentos, Colunista de Economia do Portal Cultura Alternativa, Professor de Direito Internacional Público, Direito Internacional Privado e Economia Internacional em Porto Alegre/RS.
Um dos elementos mais significativos para a inovação são os Centro de Tecnologia e Inovação, locais onde se unem talentos, tecnologia, capital e conhecimento com objetivo de estimular o networking e parcerias entre os envolvidos.
Existem diversos tipos de centros de tecnologia, contudo os mais conhecidos são: incubadoras de empresas, os parques tecnológicos, aceleradoras, polos tecnológicos e também centros de inovação.
Contudo, muitos desses possuem em sua estrutura duas ou mais tipos das modalidades existentes. É possível citar como exemplo Parques tecnológicos que incubam empresas, mas também possuem parceiros que realizam os processos de captação de recursos.
No entanto, a grande característica desses parques são o seu foco em criar espaços que facilitem a criação de soluções para os mais diversos tipos de problemas.
Parques tecnológicos
Outro efeito positivo gerado pelos Parques tecnológicos foi o fortalecimento de uma cultura de proteção a propriedade intelectual, fazendo com que as empresas incubadas desenvolvam estratégias de maior proteção à suas criações do ponto de vista jurídico.
Esse efeito tende a, no médio e longo prazo, aumentar a riqueza do país com produtos de maior valor agregado, e, por consequência criar um círculo virtuoso de inovação, pois os produtos/serviços criados anteriormente cujo lucro derive de suas marcas e/ou patentes tende a financiar novos produtos e/ou serviços.
Não por acaso algumas das nações mais ricas do mundo são detentoras também do maior número de registros de patentes. No ano de 2021 os países que mais registraram patentes no mundo foram: Estados Unidos (28%), Alemanha (7%), China, Suíça e Japão (5% cada).
Como pode ser observado as maiores economias do mundo estão entre esses países sendo suas posições as seguintes: Estados Unidos [1ª posição], China [2ª posição], Japão [3ª], Alemanha [4ª], e, Suíça em 20º lugar considerando os dados para ranking de 2023.
De acordo com diversos estudos, utilizando os Estados Unidos como referência, a propriedade intelectual chega a responder por 40% do PIB do país.
Se transpormos esse valor para a realidade brasileira isso iria significar passar da 9ª posição com US$ 1.8 trilhões para a 6ª posição com US$ 2.520 trilhões, ultrapassando Itália, Índia e França no ranking. Esse, portanto, é uma outra razão para o permanente incentivo a inovação.
Parques tecnológicos
Em relação a parques tecnológicos o Rio Grande do Sul pode ser considerado um polo de inovação em nível estadual, pois possui parques em praticamente todo o território do estado.
Apenas para mencionar alguns: TecnoPuc, em Porto Alegre e Viamão [http://www.pucrs.br/tecnopuc/], Feevale Techpark em Porto Alegre, Novo Hamburgo, e, Campo Bom [www.feevale.br/techpark/unidades/unidade-campo-bom], Oceantec em Rio Grande [oceantec.furg.br/], PampaTec em Alegrete [ sites.unipampa.edu.br/pampatec/], Parque Canoas de Inovação em Canoas [www.canoas.rs.gov.br/pci/], ULBRATECH com unidades em Canoas, Gravataí, Torres, Itumbiara/GO, Manaus/AM, e, Palmas/TO [https://www.ulbratech.com.br/br/], Pelotas Parque tecnológico em Pelotas [pelotasparquetecnologico.com.br/], TecnoUCS em Caxias do Sul [www.ucs.br/site/tecnoucs/parque/], e, Zenit em Porto Alegre [www.ufrgs.br/zenit/].
Como pode ser visto, o estado possui parques tecnológicos em toda a extensão do seu território, sendo que ainda faltam diversos parques que não puderam ser citados por limites de espaço.
Da mesma forma, é possível perceber que existem parques voltados a tecnologias específicas, caso do OCEANTECH com especial foco em tecnologias marítimas, e, parques que incentivam o desenvolvimento de tecnologia nas mais diversas áreas.
Durante o SouthSummitBrasil tivemos a participação dos mais diversos parques, contudo teve especial destaque o Ulbratech, tendo em vista seu alcance em nível nacional e focar nos mais diversos setores, e, o Pelotas Parque Tecnológico em razão de seu foco dirigido as empresas da região sul do estado, tendo inclusive auxiliado a desenvolver a Indicação de Procedência [IP] “Doces de Pelotas”. Sobre essa IP é possível obter maiores detalhes no site: http://docesdepelotas.org.br/site/indicacao-geografica/
Fica evidente, portanto, a enorme importância dos parques tecnológicos para o desenvolvimento de uma cultura de inovação no país, assim como a geração de riqueza a todos os envolvidos e seus óbvios impactos positivos na sociedade como um todo.
É importante que as pessoas compreendam essa importância e busquem os parques tecnológicos em suas regiões, afinal temos diversos parques em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará, e, em muitos outros estados.
A qualidade desses locais e seus centros de inovação devem ser conhecidos e buscados por suas comunidades.
Artigo – Sandro Schmitz dos Santos – Analista e Consultor Internacional, Sócio-Diretor da Austral Consultoria [www.austral.cc]
e-mail: sandro.schmitz@austral.cc
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