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Roubo e furto de celulares no Brasil

Golpes digitais

A segurança pública brasileira enfrenta, ano após ano, desafios que se transformam em verdadeiras epidemias silenciosas.

Um dos crimes patrimoniais mais frequentes é o roubo e o furto de celulares, prática que se intensificou nas grandes cidades e alcançou números alarmantes.

Quantos celulares são roubados ou furtados no Brasil?

De acordo com o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho de 2024, o Brasil registrou 937.294 ocorrências de roubo e furto de celulares ao longo de 2023. Esse volume representa quase dois aparelhos subtraídos por minuto no país.

Pela primeira vez na série histórica, os furtos superaram os roubos. Foram 494.295 furtos (sem ameaça ou violência) contra 442.999 roubos, evidenciando uma mudança de comportamento entre os infratores.

Aparentemente, há uma preferência por abordagens menos arriscadas juridicamente, o que pode estar associado à tentativa de escapar de punições mais severas.

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Onde e como esses crimes ocorrem com mais frequência?

A maior parte dessas ocorrências acontece em vias públicas. Locais com grande circulação de pessoas, como centros comerciais, transportes coletivos e regiões de intenso fluxo de pedestres, são os principais cenários desses delitos.

Em muitos casos, o crime acontece em segundos, e as vítimas sequer percebem a ação até o momento em que tentam acessar o dispositivo.

Além disso, cresce a preocupação com o uso desses celulares subtraídos em fraudes bancárias, clonagens e golpes virtuais, conectando o crime patrimonial à prática de estelionato e ao crime cibernético.

Evolução dos roubos e furtos de celulares (2018 a 2024)

Nos últimos anos, os números se mantiveram elevados, com pequenas oscilações. Embora 2023 tenha apresentado uma queda de 4,7% em comparação a 2022, a cifra ainda está longe de ser tranquilizadora.

A expectativa é de que os dados de 2024, que serão oficialmente divulgados apenas em meados de 2025, indiquem se essa leve redução representa um início de tendência ou apenas uma flutuação pontual.

Essa linha do tempo reforça a importância de ações preventivas permanentes, uma vez que o problema se mostra persistente mesmo com iniciativas pontuais de segurança.

Celulares recuperados e devolvidos: o que dizem os dados?

Um dos grandes entraves no combate a esses crimes é a baixa taxa de recuperação dos aparelhos. Embora o Anuário de 2024 não apresente uma estimativa exata de celulares recuperados e devolvidos, outras fontes destacam que a maioria dos equipamentos subtraídos nunca retorna ao proprietário.

Ao mesmo tempo, o impacto financeiro desses crimes vai além da perda do objeto. Um estudo citado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública estima que, entre julho de 2023 e julho de 2024, crimes relacionados a celulares e fraudes digitais movimentaram cerca de R$ 186 bilhões no Brasil. Esse dado reforça a ligação entre o roubo de smartphones e o fortalecimento de redes criminosas organizadas.

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Quando os roubos e furtos mais ocorrem? Horários e dias da semana mais visados

Embora o Anuário não traga tabelas específicas com a distribuição percentual por horário ou dia da semana, dados de segurança urbana sugerem que a maior incidência ocorre entre o fim da tarde e o início da noite, quando as pessoas estão em deslocamento para casa, após o trabalho ou estudos.

Já em relação aos dias da semana, sextas e sábados concentram maior número de ocorrências, especialmente em áreas de lazer, centros comerciais e durante eventos públicos. Esse comportamento acompanha o aumento da circulação urbana nesses períodos.

O que pode ser feito para reverter esse cenário?

Diante da dimensão desses números, é indispensável investir em ações conjuntas entre governo, empresas de tecnologia, operadoras de telefonia e cidadãos. Bloqueios imediatos via IMEI, incentivo à utilização de aplicativos de rastreamento e campanhas educativas sobre golpes virtuais são estratégias que precisam ser intensificadas.

Além disso, a repressão ao mercado ilegal de aparelhos e a desarticulação de quadrilhas especializadas em fraudes digitais são medidas essenciais para desestimular a prática criminosa.

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Por fim,

O roubo e furto de celulares no Brasil não é apenas um incômodo individual, mas um reflexo de um sistema que ainda precisa evoluir em termos de prevenção, repressão e inteligência digital.

Embora os dados de 2023 indiquem uma discreta redução, a realidade ainda é preocupante.

Ao unir tecnologia, informação e políticas públicas, é possível reverter essa tendência e transformar o celular de um ponto de vulnerabilidade em um instrumento de segurança.

Agnes ADUSUMILLI

Cultura Alternativa