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Brasil Desconectado: O Desafio do Letramento Digital em 2024

Letramento Digital

Você conseguiria marcar uma consulta médica pelo celular ou identificar uma fake news nas redes sociais?

Para milhões de brasileiros, tarefas como essas ainda representam um obstáculo diário.

Uma pesquisa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), divulgada em 2024, revela uma realidade preocupante: apenas 29,9% da população possui habilidades digitais básicas, enquanto somente 17,9% alcançam um nível intermediário de proficiência.

O que os números revelam

Entre as competências avaliadas, estão ações como copiar arquivos, anexar documentos em e-mails, criar senhas seguras ou navegar com segurança.

Mesmo com a expansão da internet no país, o domínio dessas tarefas segue limitado.

A pesquisa da Anatel aponta ainda que menos de 5% da população possui habilidades avançadas, como programação ou criação de aplicativos.

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Desigualdades que ampliam a exclusão digital

O acesso desigual à tecnologia escancara um abismo entre diferentes regiões e grupos sociais.

No Sudeste, por exemplo, 36,5% da população demonstram habilidades básicas.

No Nordeste, esse número cai para 19,8%. Fatores como escolaridade, renda e idade também influenciam o desempenho.

Mulheres, idosos e pessoas de classes sociais mais baixas enfrentam mais barreiras para se integrar ao mundo digital.

Impactos na cidadania e na economia

Essa exclusão tecnológica tem consequências diretas na vida cotidiana.

Muitos brasileiros não conseguem acessar serviços públicos digitais, fazer cursos online, se proteger de golpes virtuais ou participar de processos democráticos informados.

No mercado de trabalho, a situação é igualmente grave: profissionais com baixa competência digital têm menos oportunidades de inserção e crescimento.

O que está sendo feito — e o que ainda falta

Frente a esse cenário, a Anatel estabeleceu a meta de elevar o índice de habilidades intermediárias para 30% da população até 2027.

Programas de inclusão digital, como telecentros e capacitações gratuitas em bairros periféricos, vêm ganhando força.

No entanto, o ritmo das políticas públicas ainda é insuficiente para reverter a defasagem.

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Educação digital e pensamento crítico

Mais do que saber manusear um celular ou computador, o letramento digital exige pensamento crítico e discernimento.

A chamada alfabetização midiática torna-se indispensável para que os cidadãos reconheçam fontes confiáveis, identifiquem desinformações e participem ativamente da sociedade digital.

Um compromisso com o futuro

A inclusão digital não se resume ao acesso à internet.

Trata-se de garantir que todos — independentemente de onde vivem ou de sua escolaridade — tenham condições reais de navegar com autonomia no mundo virtual.

Investir em letramento digital é investir em cidadania, segurança e desenvolvimento. O Brasil precisa avançar — e rápido.

Anand Rao e Agnes Adusumilli