A passagem deste plano para o outro, encantamentos abrem o entendimento sobre a transição da vida terrena ao plano espiritual.
Esse momento, tão presente em diversas tradições religiosas e filosóficas, costuma ser descrito como um rito de passagem onde o espírito se liberta da matéria.
Para alguns, trata-se de um fenômeno natural do ciclo da vida, enquanto para outros assume contornos místicos, carregados de rituais e simbologias.
Transição da vida para o plano espiritual
A passagem deste plano para o outro, encantamentos trazem reflexões sobre como a consciência enfrenta o processo de desligamento do corpo físico.
No espiritismo, o desprendimento do perispírito, a camada energética que envolve a alma, acontece de forma gradual. Quando os laços entre corpo e espírito se encontram enfraquecidos, o processo ocorre de maneira serena. Caso contrário, a transição exige maior esforço e pode provocar sofrimento.
Além disso, a literatura espírita mostra que muitos espíritos entram em um estado de perturbação após o desligamento inicial. Nesse período, as lembranças se confundem e a consciência demora a retomar a clareza. Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, descreve esse estágio como essencial para que o ser compreenda sua nova realidade.
Por consequência, esse momento funciona como um aprendizado. O estado em que o espírito desperta depois da morte reflete a vida que levou, seus valores e atitudes. Dessa forma, quem cultiva virtudes e serenidade durante a existência terrena encontra mais facilidade em viver uma passagem tranquila.
Contudo, os encantamentos espirituais e a preparação
Contudo, os encantamentos entendidos como práticas de harmonização espiritual, como preces, cânticos, mantras ou rituais de conexão com dimensões sutis, ajudam nesse processo. Eles não se limitam a fórmulas mágicas, mas funcionam como instrumentos de elevação da vibração do espírito. O ambiente sereno e repleto de boas energias favorece o desprendimento e fortalece o desencarnado para seguir adiante.
Da mesma forma, diferentes tradições tratam os encantamentos como recursos de amparo. No budismo tibetano, por exemplo, o Bardo Thodol (conhecido como o Livro Tibetano dos Mortos) orienta o falecido com preces e instruções para guiá-lo na travessia entre planos. Já no candomblé e na umbanda, cânticos e oferendas invocam entidades que auxiliam na condução da alma, reforçando a ideia de que ninguém enfrenta esse caminho sozinho.
Ademais, a preparação para a morte integra o processo de evolução. O cultivo de virtudes como gratidão, compaixão e perdão cria uma atmosfera de paz interior e reduz resistências no instante do desprendimento. Essa preparação, que muitos chamam de encantamento espiritual, vai além dos rituais externos e se conecta à vivência diária.
Por fim, significado e repercussão na jornada espiritual
Por fim, a passagem deste plano para o outro e seus encantamentos representam não apenas um encerramento, mas o início de uma nova fase da existência. Muitas correntes espiritualistas compreendem a morte como transformação. O espírito prossegue sua jornada em outra dimensão, ajustando-se a frequências mais sutis de acordo com seu grau de elevação moral e energética.
Consequentemente, rituais e encantamentos ligados a esse processo também cumprem função social. Eles confortam os que ficam e oferecem dignidade a quem parte. Esses gestos simbolizam o elo entre o mundo material e o espiritual, reafirmando a crença na continuidade da vida. Esse entendimento inspira esperança e fortalece a confiança em reencontros futuros.
Em síntese, refletir sobre a passagem deste plano para o outro significa reconhecer que a morte ultrapassa os limites da biologia. Trata-se de um processo de profundo significado, em que os encantamentos, seja como ritos, orações ou atitudes de amor no cotidiano, suavizam a travessia. A espiritualidade guia e ampara, confirmando que a existência continua além do que os olhos humanos conseguem enxergar.
Anand Rao
Editor Chefe
Cultura Alternativa