Tecnologias Emergentes

Ações Globais para Controlar Tecnologias Emergentes

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Iniciativas Governamentais e Regulações: Ações Globais para Controlar Tecnologias Emergentes

Governos ao redor do mundo estão intensificando esforços para regulamentar o uso de tecnologias emergentes, buscando equilibrar inovação com proteção aos cidadãos e mercados.

A Austrália, por exemplo, planeja implementar medidas que obriguem gigantes da tecnologia a remunerar veículos de mídia por conteúdos noticiosos, visando equilibrar a distribuição de receitas no ecossistema digital.

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A Proposta Australiana de Taxação das Big Techs

Em dezembro de 2024, o governo australiano anunciou planos para impor um imposto às grandes empresas de tecnologia que não estabeleçam acordos financeiros com veículos de mídia locais.

A medida visa compensar os editores pelo compartilhamento de links de notícias que direcionam tráfego para as plataformas digitais dessas empresas. Gigantes como Meta (dona do Facebook e Instagram) e Google estão entre as principais afetadas pela proposta.

O ministro de Serviços Financeiros da Austrália, Stephen Jones, destacou que a decisão foi motivada pela recusa da Meta em renovar contratos com veículos de mídia locais, o que resultou em perdas significativas de receita para essas empresas.

A nova legislação, denominada “Iniciativa de Negociação de Notícias”, exigirá que empresas com receita anual superior a 250 milhões de dólares australianos compensem as organizações de mídia pela exibição de seu conteúdo.

A ministra de Comunicações, Michelle Rowland, argumentou que o crescimento das plataformas digitais alterou significativamente o ecossistema mediático, ameaçando a viabilidade do jornalismo de interesse público.

A medida busca garantir que as plataformas digitais contribuam de forma justa para o financiamento do jornalismo, essencial para a democracia.

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Reações das Empresas de Tecnologia

As empresas de tecnologia expressaram preocupações em relação à proposta australiana.

A Meta argumentou que a lei não reflete o comportamento real dos usuários em suas plataformas, sugerindo que a maioria dos usuários não acessa as redes sociais principalmente para consumir notícias.

Além disso, a empresa destacou que já direciona tráfego significativo para os sites dos editores, contribuindo para sua receita por meio de publicidade.

O Google, por sua vez, indicou que pode reconsiderar a renovação de acordos com editores australianos sob o novo sistema de cobrança.

A empresa já havia estabelecido acordos com veículos de mídia locais após a implementação do Código de Negociação de Mídia Noticiosa em 2021, mas a introdução de um imposto adicional levanta dúvidas sobre a viabilidade econômica de tais parcerias.

Especialistas apontam que a imposição de impostos ou taxas pode levar as plataformas a reduzir ou até eliminar a presença de conteúdo noticioso, como ocorreu no Canadá, onde a Meta bloqueou notícias em suas plataformas após a aprovação de legislação semelhante.

Isso poderia resultar em menor visibilidade para os veículos de mídia e limitar o acesso dos usuários a informações de qualidade.

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Impacto no Ecossistema Digital e no Jornalismo

A iniciativa australiana reflete uma tendência global de busca por equilíbrio entre as plataformas digitais e os produtores de conteúdo.

A concentração de receita publicitária nas mãos de poucas empresas de tecnologia tem sido apontada como um fator que compromete a sustentabilidade financeira dos veículos de mídia tradicionais.

Ao exigir que as plataformas remunerem os editores, o governo australiano pretende redistribuir parte dessa receita, fortalecendo o jornalismo local.

No entanto, críticos argumentam que tais medidas podem ter efeitos colaterais indesejados. A imposição de pagamentos obrigatórios pode levar as plataformas a limitar o compartilhamento de notícias ou a priorizar conteúdos de fontes que não exigem remuneração, afetando a diversidade e a pluralidade de informações disponíveis aos usuários.

Além disso, há preocupações sobre a interferência governamental na liberdade de mercado e na autonomia das empresas privadas.

Por outro lado, defensores da medida afirmam que é necessário um mecanismo que assegure a justa compensação pelo trabalho jornalístico, especialmente em um contexto de declínio das receitas tradicionais de publicidade e desafios econômicos enfrentados pelos veículos de mídia.

A remuneração pelo uso de conteúdo noticioso seria uma forma de reconhecer o valor do jornalismo e garantir sua continuidade em uma era digital.

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Perspectivas Futuras e Desafios na Regulação de Tecnologias Emergentes

A iniciativa australiana pode servir de modelo para outros países que buscam regulamentar a relação entre plataformas digitais e veículos de mídia.

No entanto, a implementação de tais medidas requer um equilíbrio delicado entre promover a inovação tecnológica e proteger os interesses dos produtores de conteúdo.

A regulação excessiva pode sufocar a inovação, enquanto a falta de regulamentação pode levar à exploração injusta dos criadores de conteúdo.

Além disso, a natureza global das plataformas digitais apresenta desafios adicionais. As empresas operam em múltiplas jurisdições, cada uma com suas próprias leis e regulamentações.

Isso levanta questões sobre a eficácia de medidas nacionais isoladas e a necessidade de coordenação internacional para abordar questões relacionadas às tecnologias emergentes de forma coerente e eficaz.

Em última análise, a discussão sobre a remuneração de conteúdo noticioso pelas plataformas digitais é parte de um debate mais amplo sobre o papel das tecnologias emergentes na sociedade e como elas devem ser regulamentadas para servir ao interesse público.

À medida que a tecnologia continua a evoluir rapidamente, os governos enfrentam o desafio de desenvolver políticas que promovam a inovação, protejam os direitos dos cidadãos e assegurem a sustentabilidade dos setores afetados pelas mudanças digitais.

Anand Rao e Agnes Adusumilli

Editores Chefes

Cultura Alternativa