“Ainda Estou Aqui”: Filme Brasileiro
A seleção do filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, para representar o Brasil na busca por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 2025, marca um momento significativo para o cinema nacional.
A obra, que já recebeu o prêmio de Melhor Roteiro no prestigiado Festival de Veneza, desperta expectativas sobre um possível retorno do Brasil ao maior prêmio do cinema mundial, após a indicação de “Central do Brasil” em 1999, também dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Montenegro.
O Enredo Inspirador de “Ainda Estou Aqui”
O filme é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e mergulha na trajetória de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres em sua maior parte e por Fernanda Montenegro em momentos-chave.
Eunice era esposa do engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva, que foi sequestrado e desapareceu em 1971 durante a ditadura militar.
A obra não apenas retrata o drama pessoal de Eunice ao lidar com a perda e o desaparecimento do marido, mas também destaca sua determinação ao se reinventar e se tornar uma especialista na defesa dos direitos dos povos indígenas no Brasil.
É uma história que transborda resistência, memória e transformação, elementos que a tornam uma obra relevante e profundamente conectada à história do país.
“Ainda Estou Aqui”: Filme Brasileiro
A Importância de “Ainda Estou Aqui” para o Cinema Nacional
A escolha do filme para representar o Brasil no Oscar 2025 não é apenas uma honra para seus realizadores, mas também um reconhecimento do valor e da potência do cinema brasileiro.
O último filme a representar o Brasil na disputa foi “Central do Brasil”, que alcançou um feito histórico ao ser indicado para Melhor Filme Estrangeiro e também garantir uma indicação de Melhor Atriz para Fernanda Montenegro.
Agora, com “Ainda Estou Aqui”, há uma expectativa de que Fernanda Torres, filha de Montenegro, possa seguir o mesmo caminho, representando mais uma vez o talento brasileiro na indústria cinematográfica mundial.
Reconhecimento Internacional e Expectativas para o Oscar
O sucesso do filme no Festival de Veneza já deu sinais de seu potencial. Além de vencer o prêmio de Melhor Roteiro, “Ainda Estou Aqui” tem recebido elogios da crítica internacional, sendo mencionado em listas de possíveis indicados ao Oscar pela revista “The Hollywood Reporter”.
No cenário global, a produção é vista como um concorrente forte na categoria de Melhor Filme Internacional, onde seu principal rival até o momento é “Emília Perez”, representante da França.
O filme também possui potencial para ser indicado em outras categorias do Oscar, graças às atuações impressionantes do elenco e à direção habilidosa de Walter Salles.
Se conseguir passar pelo primeiro corte da Academia de Hollywood, que acontecerá em 17 de dezembro com a divulgação da shortlist dos filmes internacionais, “Ainda Estou Aqui” estará um passo mais próximo de representar o Brasil na cerimônia que acontecerá em 2 de março de 2025.
“Ainda Estou Aqui”: Filme Brasileiro
O Contexto Histórico e a Relevância do Tema
Ambientado durante a ditadura militar, o filme traz à tona um dos períodos mais sombrios da história brasileira, ao contar a luta e a resiliência de uma mulher diante da perda e da incerteza.
A história de Eunice Paiva é um relato da dor e da força de uma geração que enfrentou repressão e violência, mas que também encontrou formas de resistir e lutar por justiça.
A obra, ao trazer esse passado à tona, faz um convite à reflexão sobre os impactos da ditadura e o papel da memória na construção da identidade nacional.
Esse contexto histórico não apenas adiciona profundidade à narrativa, mas também torna “Ainda Estou Aqui” uma obra de relevância universal, dialogando com outras produções internacionais que abordam temas de resistência e luta por direitos humanos.
A Importância do Cinema Brasileiro no Cenário Internacional
A escolha de “Ainda Estou Aqui” pela Academia Brasileira de Cinema reflete a qualidade e a diversidade das produções nacionais. A presidente da Comissão de Seleção, Bárbara Paz, destacou que a decisão foi unânime e que o filme representa um “momento histórico para nosso cinema”.
Essa seleção é um reconhecimento do potencial do Brasil em criar narrativas que têm o poder de emocionar e impactar plateias de todo o mundo.
Por fim,
“Ainda Estou Aqui” não é apenas um filme; é um testemunho do poder do cinema em contar histórias que ressoam com a realidade, a memória e a identidade de um país.
A seleção do filme para representar o Brasil no Oscar 2025 marca um momento de celebração e esperança para o cinema nacional, que tem a chance de mais uma vez brilhar no cenário mundial.
Agora, resta aguardar e torcer para que a obra conquiste seu espaço entre os indicados, reafirmando a força e o talento do cinema brasileiro.
Agnes ADUSUMILLI
REDAÇÃO SITE CULTURA ALTERNATIVA