Bhaskara Rao Adusumilli

Bhaskara Rao Adusumilli (in memoriam) nasceu hoje, 14/08, Dia dos Pais

Meu amor, minha vida, meu pai, o Professor Bhaskara Rao Adusumilli nasceu hoje no Dia dos Pais. Reproduzo texto escrito por Cobra.

Cronologia

Bhaskara Rao Adusumilli, filho de Bhaskara Subrahmanya Sarma Adusumilli e sua esposa Balatripura Sundara Adusumilli, nasceu em Secunderabad, Andhra Pradesh, na Índia, a 14 agosto de 1928.

Bhaskara Rao obteve seu Bacharelado em Ciências e Mestrado em Geologia, respectivamente em 1949 e 1950, na Universidade de Andhra, em Waltair, na Índia. Depois de trabalhar por quatro anos na mesma instituição como docente, partiu para a Suíça, em 1954, onde se doutorou pela Universidade de Berna. Estas informações encontrei em sua biografia oficial, no Site da Academia Brasileira de Ciências, da qual foi membro.

Bhaskara Rao Adusumilli

Brasil

A convite do Ministério da Educação e Cultura do Brasil, através da CAGE-Campanha de Formação de Geólogos, ele foi um dos professores titulares fundadores do Curso de Geologia da Universidade de Recife em 1958, como professor de Mineralogia e mais tarde também de Geologia Econômica. Ele, juntamente com os professores Heinz Ebert, Karl Beurlen, Boris Brajnikov, John Stark e Max White formavam o grupo de cientistas notáveis, que dava grande força e prestígio à Escola de Geologia do Recife no meio geológico brasileiro, e um certo orgulho aos professores mais jovens, por estarem integrados no seu magistério.

Bhaskara Rao Adusumilli

Cobra e o Professor

Meu relacionamento com o professor Rao resumia-se a cumprimentos formais, nos encontros casuais da rotina da Escola. Porém uma ou duas vezes jantamos juntos, convidados pelo professor John Thomas Stark, de quem eu era assistente. Em sua terra, pertencia à classe dos brâmanes, considerados originários da cabeça de Brahma. Em relação a isso, lembro-me também de um encontro à tarde, na varanda da casa do professor Stark, no terceiro jardim de Boa Viagem. Tomávamos um uísque e conversávamos amenidades. Então o professor Bhaskara Rao disse algumas coisas que eu já sabia, mas que me fascinava ouvir da boca de um esclarecido geólogo hindu. Falou particularmente da trindade de deuses hindus, e a certa altura, de um dos dogmas de sua crença – que não se devia matar uma formiga, porque nela poderia estar vivendo um ser humano, em uma segunda existência. E reteve o gesto que fez, de matar uma que passava junto dele, sobre o peitoril branco do alpendre.

Pernambuco e o Professor

O professor Rao residia no edifício Tereza Cristina e depois no Edifício Santalice da Rua da Aurora, às margens do rio Capibaribe, próximo ao prédio do Cinema São Luís, com vista privilegiada da cidade. Ele se casou no Recife, em 1960, com a Professora Assistente da cadeira de Petrografia da mesma Escola, Maria do Perpétuo Socorro, Convidaram poucas pessoas para a cerimônia, de modo que me senti muito honrado por estar entre os convidados. Ele, ainda solteiro, também havia sido um dos convidados ao meu casamento, poucos meses antes. Compareci com Maria José, minha mulher. A celebração foi em casa do Professor Karl Beurlen, na rua Desembargador João Pais, em Boa Viagem, a poucos metros da praia.

Bhakara Rao Adusumilli

Família

Bhaskara Rao teve, com Dona Maria do Socorro, dois filhos: Anand Rao e Savithri Maria.

Brasília e o Professor

Em 1971 o professor Rao foi contratado pela Universidade de Brasília como Professor Titular tendo lecionado Geologia Econômica, Recursos Minerais e Recursos Energéticos nos cursos de graduação e pós-graduação. Foi chefe do Deptº de Geologia Econômica e Recursos Minerais e Coordenador do Curso de Pós-Graduação. Orientou bolsistas e trabalhos de campo da graduação, bem como teses de Pós-Graduação. Em 1993 aposentou-se.

Publicações e Etc

Suas principais atividades, durante sua vida profissional, foram o estudo de depósitos de tungstênio, pegmatitos, ouro laterítico, gemas, e economia mineral. Ele publicou algumas centenas de artigos (Abstracts ou trabalhos completos) em periódicos e congressos; publicou 5 livros e colaborou com 16 capítulos para outros. Foi membro de 18 sociedades nacionais e internacionais, e recebeu a Medalha de Ouro de Pesquisa Mineral (1971), CNPq Medalha 30 Anos (1981); Hallmark ABI 1986; Prêmio José Bonifácio de Andrade com a Insígnia de Ouro (1992) e Medalha e Diploma de Honra do Centenário da Escola de Engenharia de Pernambuco, Centro de Tecnologia e Geociências (1995), além de outras medalhas e placas de homenagem.

Sua paixão pela Mineralogia e Minérios, bem como sua dedicação aos estudantes e sua mente profícua, fizeram com que criasse ainda em Recife o Clube de Mineralogia, através do qual publicou vários Boletins e Artigos avulsos, bem como números comemorativos ou em homenagem, como é o caso do Volume Djalma Guimarães. Tinha intenso intercâmbio com a sociedade científica internacional, participando em congressos e reuniões em vários lugares do mundo onde apresentava seus trabalhos e discutia suas ideias.

Vida Eterna

Faleceu em Brasília, no dia 27 de novembro de 2003.

Fernando Araújo

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