Consumo de livros - A leitura é importante para manter o equilíbrio mental - Cultura Alternativa

Crescimento no consumo de livros no Brasil

Consumo de livros

Panorama do Consumo de Livros: consumidores preferem lojas virtuais, mas com preços iguais situação se inverte

2ª edição da pesquisa não tem mudanças significativas nos números gerais: 84% da população brasileira não comprou nenhum livro nos últimos 12 meses

Consumo de livros

A 2ª edição do Panorama do Consumo de Livros foi divulgada nesta quinta-feira (6) pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Nielsen BookData sem mudanças significativas nos números gerais: 84% da população brasileira não comprou nenhum livro nos últimos 12 meses de acordo com a pesquisa.

Nesta edição, o estudo se aprofundou no perfil dos consumidores e não consumidores de livros – e em como eles preferem comprar.

A pesquisa também traz indicativos importantes da atuação nos players do mercado – além de apontar a liderança praticamente inconteste da Amazon no setor, a pesquisa indica fortalecimento de outras lojas, especialmente Mercado Livre (que atuava apenas como marketplace durante o período estudado), Shopee, Livraria Leitura e Skeelo.

Entre os consumidores de livros – 16% da população –, 55% prefere comprar livros em lojas on-line e 39% prefere comprar em lojas físicas. Porém, quando a pesquisa questiona qual a preferência se o preço fosse igual nos diferentes canais de venda, a situação se inverte: a maioria (49%) afirma que compraria em lojas físicas, contra 44% que disseram que prefeririam lojas virtuais.

Questionada se esse número poderia ser usado na defesa da Lei Cortez, a presidente da CBL, Sevani Matos, afirmou que a entidade vem fazendo um detalhado trabalho de comunicação sobre o assunto. “Aos poucos estamos conseguindo explicar.

Agora, esse novo argumento pode ser usado porque também deve haver estímulo de alguma forma para que empreendedores pensem em abrir livrarias. Isso é outra coisa que precisa acontecer. Muitos empreendedores não têm conhecimento do mercado, ou têm medo de perder para uma loja online”, afirmou.

Entre os motivos que atraem consumidores para as lojas virtuais, se destacam preços e promoções, praticidade, facilidade de encontrar o livro desejado e de comparar preços entre diferentes lojas e não precisar sair de casa. O frete grátis é outro aspecto importante.

Já entre os consumidores que preferem as lojas físicas, os destaques são o manuseio do objeto livro na loja antes da compra e a facilidade em sair do local com o livro em mãos, sem precisar aguardar a entrega. Encontrar maior variedade e não precisar pagar o frete também são outros fatores que atraem os consumidores para as lojas físicas.

42% dos consumidores adquiriram entre três e cinco livros no último ano, e 11,5% compraram mais de 10 obras.

“Este levantamento nos permite acompanhar padrões de consumo, preferências e comportamentos dos brasileiros, evidenciando a necessidade de ações efetivas para o fomento à leitura”, disse ainda Sevani Matos.

“Este acompanhamento nos mostra que o Brasil precisa cada vez mais de políticas sérias e eficientes para a formação de leitores e o fortalecimento do livro”.

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Preço

preço segue como o maior fator de desmotivação entre os não consumidores (35,5% deles dizem que o livro é caro), seguido por falta de lojas e livrarias por perto (26,2%) e falta de tempo para compra ou leitura (24,2%).

Já entre os consumidores, tema ou assunto é o principal fator na escolha do livro, seguido por título do livro.

O preço também guia 60% das escolhas de local para comprar volumes impressos nas lojas virtuais (seguido por frete grátis, 44%, e entrega rápida, 35%).

Esse aspecto ainda motiva a escolha da loja física, mas com porcentagem menor (26%); entre outros motivos para a escolha do local de compra, estão disponibilidade, ambiente e organização das estantes, variedade dos títulos e proximidade da loja.

O preço é também o principal motivo de escolha em compras de livros digitais – 59,7% dos consumidores citam esse fator.

Segundo a pesquisa, os consumidores consideram os livros para entretenimento e lazer (48%) e os livros infantis e juvenis (40%) nem caros nem baratos.

Já os livros escolares (55%) e os livros voltados para aprimoramento pessoal e profissional (41%) foram classificados pela maioria como caros.

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Lojas

Alguns dos players do mercado receberam boas notícias com os resultados da pesquisa. O Mercado Livre cresceu de 6,8% das compras em lojas virtuais em 2023, contra 11% em 2024 – ainda antes da empresa iniciar sua operação de livros no esquema 1P, ou seja, o acréscimo se deu apenas no marketplace. Shopee também aumentou o seu número: era 4,4% das compras em 2023, passou a 6,8%.

A loja online da Livraria Leitura também cresceu exponencialmente: tinha 0,1% das citações em 2023, e em 2024 foram 3,3% dos consumidores que apontaram o site da rede como local da última compra. Estante Virtual teve crescimento semelhante (de 0,9% a 2,5%).

Amazon segue na liderança isolada dos consumidores: 61,7% apontaram a loja como o último local em que compraram livros de forma virtual.

Quando o assunto é compra presencial, a Leitura aparece na liderança com folga: 34,9% dos consumidores indicaram que a sua última compra nessa modalidade foi em uma das lojas da rede. Em segundo lugar, ficam as livrarias de bairro (23,4%), seguidas por Livrarias Curitiba (5,1%) e Travessa (4,7%).

Entre as compras de livros digitais, a Amazon também é o local onde maioria fez a sua última compra (52% dos consumidores), seguida por Google (21,1%) e Skeelo (13%). A plataforma de leitura vinculada à assinatura de planos de telefonia, entre outras formas de acesso, teve um crescimento importante (representava 8,9% em 2023).

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