Crônica Jornalística – O universo da mentira
No cenário político contemporâneo, a disseminação de informações falsas tornou-se uma estratégia recorrente para alcançar e manter popularidade.
A verdade, antes considerada essencial na democracia, parece ter perdido espaço para narrativas fabricadas que atendem a interesses específicos.
A propagação de fake news não é um fenômeno recente; contudo, com o avanço das redes sociais, sua disseminação atingiu proporções significativas.
Durante as eleições, a desinformação desempenhou um papel relevante, influenciando a opinião pública e possivelmente os resultados eleitorais.
Nesse contexto, o jornalismo enfrenta desafios inéditos. Profissionais experientes, que construíram suas carreiras em um ambiente midiático distinto, frequentemente encontram dificuldades para se adaptar às novas dinâmicas.
A rapidez com que as informações circulam e a pressão por análises imediatas podem levar a equívocos, comprometendo a credibilidade construída ao longo dos anos. Uma pesquisa do Reuters Institute revelou que 78% dos brasileiros acreditam que jornalistas tentam ocultar seus erros, indicando uma crise de confiança entre a imprensa e o público.
As redes sociais valorizam a imagem e a superficialidade, muitas vezes em detrimento da profundidade e da precisão. A estética e a capacidade de engajamento tornaram-se critérios primordiais, enquanto a exatidão informativa é frequentemente negligenciada.
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Essa mudança favorece a disseminação de conteúdos apelativos, mesmo que desprovidos de fundamento, moldando a percepção pública de maneira distorcida.
Diante desse cenário, é essencial que a sociedade, os profissionais de comunicação e as plataformas digitais unam esforços para resgatar a primazia da verdade. A educação midiática, a verificação rigorosa dos fatos e a valorização do jornalismo ético são passos fundamentais para reverter a tendência atual e restaurar a confiança nas informações que consumimos.
Editor Chefe
Cultura Alternativa