A Quitinete na Selva de Pedra São Paulo
Descobri um refúgio no meio da selva de pedra que é São Paulo. Minha experiência pelo AirBnB revelou um mundo à parte, um oásis de silêncio e tranquilidade escondido em meio ao caos urbano.
Esse achado, uma quitinete no bairro de Pinheiros, foi um alívio inesperado no coração de uma metrópole em constante construção.
Ao entrar na quitinete, a sensação de estar dentro de um casulo foi imediata. O quarto de casal, um quadrado feito de paredes de vidro, proporcionava uma visão panorâmica do espaço, mas com um toque surpreendente.
Algumas das paredes eram cobertas por armários e revestidas com lã de vidro à prova de som. Este isolamento acústico transformava o pequeno quarto em um santuário de paz.
Do lado de fora, a cidade nunca parava; do lado de dentro, um silêncio quase surreal.
A Quitinete na Selva de Pedra São Paulo
Para ler
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Pinheiros, um bairro conhecido por sua efervescência cultural e gastronômica, está em constante evolução. Arranha-céus surgem a cada esquina, modificando a paisagem urbana e trazendo um dinamismo incessante.
Mesmo assim, a quitinete parecia um refúgio intocado por esse crescimento. Os sons das construções e da vida cotidiana ficavam do lado de fora das paredes de vidro.
O prédio onde a quitinete se encontrava era uma maravilha da modernidade. Totalmente automatizado, cada detalhe era pensado para facilitar a vida dos moradores.
O check-in foi uma experiência sem contato humano, realizado através de um sistema de códigos e senhas. Elevadores inteligentes, iluminação ajustável e um sistema de segurança de última geração faziam parte do pacote.
Era como se a tecnologia tivesse se integrado perfeitamente ao cotidiano, oferecendo uma experiência de conforto e eficiência.
A sensação de estar dentro de um casulo se intensificou ao explorar cada canto da quitinete. Os armários escondiam compartimentos secretos, otimizando o espaço limitado.
A Quitinete na Selva de Pedra São Paulo
A lã de vidro, além de ser à prova de som, proporcionava um isolamento térmico que tornava o ambiente aconchegante em qualquer estação do ano.
A janela, uma parede inteira de vidro, oferecia uma vista deslumbrante da cidade, mas sem permitir que o barulho urbano invadisse o refúgio.
Uma experiência macro foi o que vivi durante essa estadia. Cada elemento parecia pensado para maximizar o bem-estar e a tranquilidade.
Na selva de pedra que é São Paulo, encontrar um espaço onde o silêncio reina era quase utópico. A quitinete, com sua combinação de modernidade e isolamento, proporcionou momentos de introspecção e descanso que são raros em meio ao ritmo frenético da cidade.
Essa quitinete foi um achado precioso. A cada manhã, acordava com a luz do sol atravessando as paredes de vidro, enquanto lá fora a cidade já estava em plena atividade.
Era possível observar o movimento das construções ao redor, os arranha-céus que nasciam do concreto e as ruas que nunca paravam. Entretanto, do lado de dentro, a paz era quase tangível.
Essa experiência me fez refletir sobre a relação entre o caos urbano e a necessidade de encontrar refúgios de tranquilidade. São Paulo, com sua vastidão e complexidade, oferece contrastes únicos.
A quitinete, com seu casulo anti som, representava a síntese perfeita dessa dualidade. Um espaço onde a modernidade encontra o sossego, onde a tecnologia se alia ao conforto para criar um ambiente quase surreal em sua serenidade.
A automatização do prédio acrescentava uma camada extra de conveniência à experiência. Tudo funcionava de maneira fluida e eficiente, desde o controle da iluminação até a segurança do edifício.
Era um vislumbre do futuro, onde a tecnologia se torna uma extensão natural do cotidiano, melhorando a qualidade de vida sem invadir a privacidade ou o sossego dos moradores.
Voltar para a realidade do meu apartamento antigo em Brasília foi interessante . A quitinete em Pinheiros, havia me oferecido uma pausa revigorante. A partir dessa vivência, passei a valorizar ainda mais os espaços de tranquilidade, que podemos encontrar em meio ao caos urbano.
Eles são necessários para manter o equilíbrio, para recarregar as energias e para nos lembrar que, mesmo nas maiores cidades, é possível encontrar momentos de paz.
Encerro essa crônica refletindo sobre a importância de buscar esses refúgios em nossas vidas. Eles podem estar escondidos nos lugares mais inesperados, como uma quitinete em Pinheiros.
Basta estar aberto para descobrir e aproveitar essas experiências que nos permitem desconectar do mundo externo e reconectar com nós mesmos.
Anand Rao
Editor Chefe
Cultura Alternativa