Exercícios Físicos e Alzheimer

A atividade física regular é extremamente importante para a saúde física e mental das pessoas. Além de ajudar a evitar quedas e prevenir doenças como a demência, ela pode melhorar a cognição, a memória, o humor e a autoestima.

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Brasil

No Brasil, mais de 10% da população já tem mais de 60 anos e estima-se que em 2030 seremos a quinta população mais idosa do mundo. Por isso, é essencial cuidarmos da nossa qualidade de vida desde agora.

Exercícios Físicos e Alzheimer

O Estudo

O hormônio irisina é liberado pelos músculos durante a atividade física e tem efeitos benéficos sobre o metabolismo e o cérebro. Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostrou que a irisina pode evitar a perda de memória e proteger os neurônios dos danos causados pelo Alzheimer. A irisina bloqueia a ação de substâncias tóxicas que se acumulam no cérebro e estimula a produção de compostos que favorecem a comunicação entre os neurônios.

O estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sobre o hormônio da irisina foi publicado na revista Nature Medicine em janeiro de 2019. Os autores principais foram os professores Fernanda de Felice e Sérgio Ferreira. Eles descobriram que a irisina, liberada pelos músculos durante a atividade física, é importante para a formação da memória e a proteção dos neurônios contra o Alzheimer.

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Irisina

A irisina é um hormônio produzido pelos músculos durante o exercício físico que ajuda a queimar gordura e a regular o metabolismo. Mas ela também tem um papel importante na prevenção do Alzheimer, pois ela protege os neurônios e melhora a formação da memória. Os pesquisadores da UFRJ descobriram que a irisina se liga a receptores específicos nas células nervosas e aumenta a expressão de genes relacionados à sinapse, que é a comunicação entre os neurônios.

Eles também observaram que os pacientes com Alzheimer tinham níveis mais baixos de irisina no cérebro do que os indivíduos saudáveis.

O método utilizado no estudo da irisina da UFRJ envolveu experimentos com camundongos geneticamente modificados para desenvolverem Alzheimer. Eles foram divididos em quatro grupos: sedentários com Alzheimer, sedentários sem Alzheimer, ativos com Alzheimer e ativos sem Alzheimer. Os grupos ativos foram submetidos a um treinamento de corrida em esteira por cinco semanas. Depois, os pesquisadores mediram os níveis de irisina no cérebro e no sangue dos animais, e também avaliaram o seu desempenho em testes de memória e aprendizado. Eles também fizeram experimentos in vitro com células nervosas humanas e de camundongos para testar os efeitos da irisina na expressão gênica e na sinapse.

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Resumo técnico detalhado

Os pesquisadores usaram camundongos transgênicos que expressam mutações humanas nos genes APP e PS1, que estão associados ao Alzheimer familiar. Eles dividiram os animais em quatro grupos: APP/PS1 sedentários (AS), APP/PS1 ativos (AA), wild-type sedentários (WS) e wild-type ativos (WA). Os grupos ativos foram submetidos a um treinamento de corrida em esteira por cinco semanas, cinco dias por semana, 60 minutos por dia. Depois do treinamento, os pesquisadores coletaram amostras de sangue e de tecido cerebral dos animais para medir os níveis de irisina por ELISA. Eles também avaliaram o desempenho dos animais em testes comportamentais de memória e aprendizado, como o labirinto aquático de Morris e o teste de reconhecimento de objetos novos. Eles observaram que os camundongos AS tinham níveis mais baixos de irisina no cérebro e no sangue do que os outros grupos, e que os camundongos AA tinham níveis mais altos de irisina do que os camundongos AS. Eles também observaram que os camundongos AA apresentaram uma melhora significativa na memória e no aprendizado em relação aos camundongos AS.

Para investigar os mecanismos moleculares da irisina no cérebro, os pesquisadores fizeram experimentos in vitro com culturas primárias de neurônios hipocampais de camundongos e com linhagens celulares neuronais humanas (SH-SY5Y). Eles trataram as células com irisina recombinante humana ou com anticorpos anti-irisina e mediram a expressão gênica por PCR em tempo real e a proteína por western blotting. Eles também mediram a densidade sináptica por imunofluorescência e a função sináptica por patch-clamp. Eles descobriram que a irisina se liga a receptores específicos nas células nervosas (αVβ5 integrin) e ativa uma via de sinalização intracelular (Akt/CREB) que aumenta a expressão de genes relacionados à sinapse, como PSD95, synapsin-1 e BDNF. Eles também descobriram que a irisina aumenta a densidade sináptica e a frequência das correntes pós-sinápticas excitatórias nas células nervosas. Além disso, eles observaram que a irisina protege as células nervosas contra o estresse oxidativo induzido por Aβ42, um peptídeo tóxico que se acumula no cérebro dos pacientes com Alzheimer.

Anand Rao

Editor Chefe

Cultura Alternativa