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Feira do Livro de Brasília

Feira do Livro de Brasília

A Feira do Livro de Brasília- FELIB teve seu apogeu na década de 1990, quando atraía os brasilienses que, num frenesi, prestigiavam os seus anfitriões, os escritores brasilienses e os de fora, com o mesmo carinho.

A partir dos anos 2000, começamos a perceber um declínio da Feira, motivado por duas razões: um dirigente da Câmara do Livro do DF fazia campanha ostensiva de menosprezo aos autores de Brasília, após se tornar representante das editoras do eixo Rio e São Paulo, e o total desapoio do governo de Brasília, em especial quanto à liberação de recursos financeiros.

E hoje constatamos uma 37a FELIB num estado de clara decadência do que já foi e sempre aguardada com forte expectiva pelo público leitor. E para piorar, hoje ela acontece de forma improvisada e definida a realização sempre à véspera da data programada, sem tempo sequer para divulgação ou para os expositores se programarem.

Feira do Livro de Brasília

Sugerimos para resgatar a dimensão que a Feira merece, como o maior evento livresco do DF: tratamento digno ao escritores locais, alocando-os em estandes com maior visibilidade e melhor acesso, e não sempre no ” fundo do quintal” da Feira; acolher a literatura emergente das periferias de Brasília e as das minorias, como a das mulheres negras e do segmento LGBTQi+, hoje com edições de livros surpreendentes em qualidade e quantidade, dando- lhes a notoriedade merecida na Feira; fazer um chamamento aos ex-livreiros q foram “engolidos” pelas grandes livrarias de fora do DF, como Ivan da Presença, o Ildebrando Varela e alguns poucos q resistem, como o Chiquinho da UnB, e aos proprietários de sebos que ainda persistem, para um grande encontro na próxima Feira, assegurando-lhes um amplo estande, em localização de boa visibilidade, para uma campanha promocional de venda, noticiando na mídia; cumprimento da programação da FELIB apresentada ao público, evitando atropelos e remanejamentos de última hora dos locais previamente definidos; evitar toda e qualquer atividade com ruído totalmente incompatível com o produto livro, o que tem inviabilizado a realização de palestras, oficinas e saraus poéticos.

Feira do Livro de Brasília

Duas sugestões serão definitivas, mas dependem de q os escritores a abracem com muito determinação: pressionar os deputados distritais para aprovarem uma lei q garanta o patrocínio financeiro da Feira do livro, e, em caso de não se lograr êxito, q nos filieemos em massa à Câmara do Livro do DF, pra realizarmos as Feiras por nossa conta, e nos livrarmos definitivamente das reiteradas expectativas frustrantes de um patrocínio do GDF, q tem demonstrado no último decênios desejo de não mais ajudar.

E como é natural a acomodação e cansaço a toda prática repetitiva, é necessário nova equipe gestora da Feira, com muito ânimo e ideias inovadoras.

O livro, essa especialíssima fonte de conhecimento, é instrumento de libertação, de dignificação cidadã e forjador de um senso crítico maduro, merece, pois, um tratamento especial.

Brasília, dezembro de 2023.
Ronaldo Alves Mousinho
Prof./Escritor.

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