Forever 21 Declara Falência Novamente e Fecha Todas as Lojas nos EUA
Impacto no Setor de Moda Rápida e o Futuro da Marca
A Forever 21, uma das gigantes do fast fashion, anunciou nesta segunda-feira, 17 de março de 2025, seu segundo pedido de falência em seis anos.
A varejista, que já havia enfrentado dificuldades financeiras em 2019, não resistiu à crescente concorrência de plataformas asiáticas como Shein e Temu, além dos desafios impostos por mudanças no comportamento dos consumidores e a instabilidade econômica global.
Com essa decisão, todas as 350 lojas físicas da Forever 21 nos Estados Unidos serão fechadas nos próximos meses.
O anúncio veio acompanhado de uma intensa liquidação de estoques, oferecendo descontos significativos aos consumidores antes da desativação das unidades.
Forever 21

A Ascensão e a Queda da Forever 21
Fundada em 1984 em Los Angeles pelo casal sul-coreano Do Won Chang e Jin Sook Chang, a Forever 21 cresceu rapidamente ao oferecer moda acessível e tendência para jovens consumidores. Seu modelo de negócios baseava-se em preços baixos e alta rotatividade de coleções, inspirando-se nas passarelas para produzir roupas a custos reduzidos.
Nos anos 2000, a empresa expandiu-se globalmente, atingindo seu auge com mais de 800 lojas espalhadas pelo mundo. No entanto, a chegada do comércio digital e a mudança no comportamento dos consumidores, que passaram a priorizar compras online e marcas sustentáveis, começaram a impactar seu faturamento.
Em 2019, a empresa entrou com pedido de falência pela primeira vez, fechando centenas de lojas e reduzindo significativamente sua operação. Em 2020, foi adquirida pelo Authentic Brands Group (ABG), que tentou reposicionar a marca com um novo foco digital e parcerias estratégicas.
O Que Levou à Nova Falência?
A recuperação da Forever 21 nunca foi completa. Embora tenha reduzido custos e se adaptado parcialmente ao e-commerce, a marca não conseguiu competir com a eficiência logística e os preços extremamente baixos de concorrentes como Shein e Temu. Essas empresas, sediadas na China, utilizam modelos de produção sob demanda e aproveitam brechas fiscais para vender produtos a preços imbatíveis nos Estados Unidos.
Além da concorrência estrangeira, outros fatores contribuíram para a crise financeira da Forever 21:
1. Dívidas Acumuladas: A empresa possui uma dívida estimada em US$ 1,58 bilhão, incluindo mais de US$ 100 milhões devidos a fornecedores na China e Coreia do Sul.
2. Inflação e Custos Operacionais: A alta dos aluguéis comerciais e dos custos de produção tornou a operação de lojas físicas inviável.
3. Mudança no Perfil do Consumidor: As novas gerações têm preferido marcas mais sustentáveis e compras diretas por aplicativos, diminuindo a relevância do fast fashion tradicional.
4. Pandemia e Cadeia de Suprimentos: Os desafios logísticos desde 2020 ainda afetam o setor varejista, tornando o abastecimento das lojas mais caro e menos eficiente.
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O Fim da Forever 21 nos EUA e o Que Acontecerá com a Marca?
Com o fechamento de suas operações nos Estados Unidos, a Forever 21 deverá focar suas atividades fora do país. O Authentic Brands Group, que também administra outras marcas famosas como Reebok e Barneys, já confirmou que a loja online e as operações internacionais continuarão.
No Brasil, a Forever 21 encerrou todas as suas unidades em 2022, após anos de dificuldades financeiras no mercado nacional. A marca, que chegou ao país em 2014 com grande expectativa, não conseguiu se sustentar diante da alta carga tributária e da concorrência local.
Apesar do fechamento das lojas físicas, a Forever 21 pode continuar existindo como uma marca digital global. Parcerias com marketplaces, venda direta pelo e-commerce e licenciamento para terceiros são algumas das possibilidades em estudo pelo Authentic Brands Group.
O Futuro do Fast Fashion: O Que a Forever 21 nos Ensina?
A falência da Forever 21 sinaliza mudanças profundas no mercado da moda rápida. As marcas que sobreviverão nesse setor precisarão:
• Investir fortemente no digital, com plataformas ágeis e experiência de compra otimizada.
* Repensar o modelo de produção, reduzindo desperdícios e adotando práticas mais sustentáveis.
• Competir com Shein e Temu de forma inovadora, oferecendo diferenciais como melhor qualidade, entrega rápida e personalização.
A Forever 21, que já foi um ícone de moda acessível para milhões de consumidores, agora entra para a história como um alerta sobre os desafios do varejo moderno.
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Cultura Alternativa e Preocupações
Sempre que uma empresa declara falência, há um impacto direto na vida de inúmeros funcionários que enfrentam a perda de seus empregos.
O Cultura Alternativa reconhece a importância de fornecer informações e recursos para esses profissionais durante períodos de transição.
Nosso compromisso é informar o público sobre oportunidades de emprego, feiras de recrutamento e programas de requalificação profissional, orientar trabalhadores na adaptação a novas carreiras, no desenvolvimento de habilidades e no empreendedorismo e apoiar a criação de espaços de diálogo para que aqueles afetados possam trocar experiências e criar novas redes de contatos profissionais
A crise de uma empresa como a Forever 21 não é apenas um evento corporativo, mas um reflexo de mudanças profundas no varejo e na economia global.
O Cultura Alternativa se dedica a ser uma fonte confiável de apoio e informação para todos que buscam novos caminhos profissionais, acreditando que, mesmo diante de desafios, há oportunidades de reinvenção e crescimento
Conclusão
O fechamento das lojas da Forever 21 nos EUA representa o fim de uma era para a marca, que durante décadas dominou o segmento de fast fashion. No entanto, a marca poderá sobreviver no ambiente digital, caso consiga se reinventar e adaptar-se ao novo perfil de consumo global.
Nos próximos meses, o Authentic Brands Group deverá definir os próximos passos da Forever 21, mas a lição deixada pela empresa é clara: no mundo da moda, a inovação constante não é uma opção, e sim uma necessidade.
Anand Rao e Agnes Adusumilli
Editores Chefes
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