Fernanda Young . A morte tem diversas faces, em todas elas a da tristeza será a mais evidente. Existem tipos de mortes: a natural, a violenta, súbita, aparente.
Mas quem aceita a morte? Indivíduos invisíveis ou notórios, parentes ou vizinhos, todos serão “Forever Young”. E de repente temos a notícia, triste notícia, que Fernanda Young nos deixou.
E vem aquela reflexão sobre a vida e a morte, nossa certeza está nesses dois caminhos que se cruzam desde que o mundo é mundo. Mais do que entender o que levamos, temos que saber o que deixamos ou vamos deixar. O que estamos fazendo com nossas vidas e com outras vidas que estão ao nosso redor? O que fizemos com elas, o que deixamos para elas? Amor? Raiva? Tristezas? Indignações? Alegrias? Recordações maravilhosas?
E a nossa vida? Deixamos aonde? Transformamos ou deixamos ser transformados? Essa passagem pelo mundo tem que ser significativa ou apenas irrelevante? Não estou aqui dizendo que temos de salvar o mundo se não conseguimos nem nos salvar. Mas refletir diante da fragilidade de dois estados líquidos e sólidos ou vice-versa que é a morte e a vida, a vida e a morte e tantos propósitos mergulhados na loucura da síntese de ser e estar, e nesse intervalo entre o nascer e morrer, o que fazer?
Quantos “Youngs” nascerão e morrerão? Fernanda foi única em várias: atriz, roteirista, escritora. E quantos “Youngs” não conhecemos? Que deixaram seus legados em suas comunidades, em suas vidas particulares, para o mundo inteiro, mas não tiveram notoriedade, e quantas mortes representam uma vida?
Aí vem a eternidade, a tarde de domingo que insiste em não acabar, pois aquela lembrança está na nuvem que passa e se junta a outras nuvens e transforma em tempestade as lágrimas juntas do inconsciente coletivo de todos os corações que sofrem por não aceitar, por apenas ter a saudade para consolar, por aceitar mas gostaria de ver aquele sorriso, de dizer a última palavra, de não dizer nada mas de estar grato em apenas observar aquele olhar infinito que o horizonte insiste em levar para onde o olhar não alcança.
Para muitos a morte celebra a vida, para outros a vida despreza a morte. Para todos esses dois caminhos vão se cruzar. Hoje somos “Youngs” amanhã ‘Forever”…
Mauro Rocha, brasiliense de coração, nasceu em Teresina/PI
Para o Cultura Alternativa.