A relação entre humanos e inteligência artificial (IA) desperta sentimentos contraditórios enquanto alguns a veem como ameaça, outros a enxergam como aliada.
No TEDxEAEBusinessSchool, Karina de la Puente abordou a necessidade de abandonar a narrativa de substituição e adotar o conceito de co-inteligência, onde humanos e máquinas trabalham juntos, combinando suas habilidades para obter melhores resultados.
O Medo da Substituição
O avanço da IA gera receios de desemprego e perda de relevância profissional. Muitos se perguntam: “Se a IA faz o que faço, e em menos tempo, qual é meu valor?”
Esse questionamento foi levantado por uma redatora na palestra de De la Puente, refletindo uma preocupação legítima sobre o papel humano no futuro do trabalho.
Contudo, apesar da capacidade de processamento e automação da IA, há aspectos intrinsecamente humanos que a tecnologia não consegue reproduzir.
Elementos como intuição, criatividade, sensibilidade cultural e empatia permanecem exclusivos da cognição humana.
A IA pode processar grandes volumes de informações, mas a interpretação contextual e a tomada de decisões estratégicas ainda dependem da experiência humana.

🤖 Inteligência Artificial e Taxas de Desemprego
A Co-Inteligência e o Modelo Centauro
A solução para esse dilema está na co-inteligência, ou seja, a colaboração entre humanos e IA para potencializar a tomada de decisões.
Em sua palestra, De la Puente trouxe a metáfora do centauro digital, baseada no mito grego: a fusão entre a força do cavalo e a racionalidade do humano. No contexto tecnológico, isso significa combinar a rapidez e precisão da IA com o pensamento crítico e criativo humano.
A alternativa ao centauro seria o modelo ciborgue, onde humanos simplesmente delegam tarefas à IA sem questionar ou agregar valor.
Esse modelo, segundo a palestrante, é perigoso porque reduz a participação ativa dos humanos, tornando-os meros espectadores da automação.
Já o centauro digital representa um profissional que usa a IA para expandir suas capacidades, mas mantém o controle do processo.
Três Habilidades Essenciais para Trabalhar com IA
A adaptação ao uso da IA exige o desenvolvimento de habilidades específicas. De la Puente destacou três competências fundamentais para se destacar no futuro:
1. Curiosidade Radical
Não basta saber o que a IA pode fazer; é necessário aprender a formular perguntas melhores para extrair o máximo de sua capacidade.
Além disso, a curiosidade deve ser aplicada a si mesmo: quais habilidades humanas agregam mais valor nesse novo cenário?
2. Criatividade Aumentada
A IA não deve ser uma muleta, mas um trampolim para ampliar a criatividade. Em vez de usar IA para substituir tarefas, ela pode ser utilizada para desafiar ideias, testar hipóteses e refinar conceitos.
3. Sabedoria
O avanço tecnológico só faz sentido quando guiado por princípios éticos e humanos. Questões como a transparência, o viés algorítmico e a responsabilidade sobre as decisões baseadas em IA precisam ser debatidas.

O Futuro Não É Apenas Tecnológico, Mas Humano
A palestra de De la Puente refuta a ideia de que a IA substituirá os humanos e propõe uma visão mais equilibrada.
A automação continuará a crescer, mas o diferencial competitivo será a capacidade de usar a tecnologia sem perder a essência humana.
A inteligência artificial pode ser uma ferramenta valiosa, desde que usada com discernimento. Não se trata de competir com as máquinas, mas de dançar com elas, integrando seus recursos ao talento humano.
O futuro, portanto, não pertence nem às máquinas nem exclusivamente aos humanos, mas àqueles que souberem aliar os dois elementos de maneira estratégica e inovadora.
Anand Rao e Agnes Adusumilli
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