James Taylor, American Standard, uma joia rara de 2020.
Estou me preparando, em tempo de coronavírus, para ir ao Festival de Blues de Nova Orleans com alguns amigos.
Devo sentir medo? Devo deixar de viver? Devo viver? Devo me arriscar?
Sabe o que devo fazer? Lavar as mãos, orar e emocionar cada dia mais meu coração.
Lavo minha mãos e vivo, vivo intensamente cada segundo.
Hoje, segunda, 09 de março ouvi Mariana, que tem na alma a música, e me encantei.
Vou, no Festival, onde os amigos me levarem. Sabe porque?
Porque sou um estudioso de música, portanto, um chato.
É muito chato você entender de música, o bom, é amar e sentir, e senti que Mariana tem isso, esse sentimento inigualável.
Os shows que verei são os que os amigos e Agnes quiserem.
Aí…. Nesta manhã onde vejo a Baía da Guanabara, o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor direto do hotel Prodigy Santos Dumont, me deparo com uma joia rara musical.
American Standards de James Taylor lançado em 28 de Fevereiro e inteiramente disponível em outra joia rara, o Spotify.
Descobri que Agnes tinha razão quando disse que amava um CD meu onde canto Standards de Jazz.
Eu mesmo, questionava o CD, achava que não tinha inovação nenhuma.
Mas descobri que amamos o que conhecemos.
Agnes conhecia alguma daquelas músicas, por isso amava o CD.
E eu estou amando este trabalho do James Taylor, porque? Porque conheço algumas músicas.
E Mariana elogiou grupos, cantores e etc, do festival, porque? Porque conhece.
E assim caminhamos, amando aquilo que conhecemos.
É muito bom amar e conhecer.
American Standards de James Taylor
Filho de um médico, Isaac Taylor (1921-1996) e de Gertrude Woodard, professora de música e cantora lírica. É o segundo de cinco irmãos. Em 1951, quando James tinha 3 anos, o pai, o Dr. Taylor foi eleito professor assistente da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill e a família mudou-se de Boston para o Sul.
Todos três irmãos, Alex (1947-1993), Livingston, e Hugh, e sua irmã, Kate, se tornaram músicos e gravam álbuns independentemente.
James estudou violoncelo na infância, mas começou a aprender violão em 1960. Em 1963, James entrou na Milton Academy, uma escola preparatória em Massachusetts. No primeiro verão ele conheceu Kootch Kortchmar, enquanto morava em Martha’s Vineyard e os dois formaram uma dupla country.
James abandonou a escola com 16 anos e, junto a seu irmão, Alex, formou um conjunto. James sofreu de depressão ainda jovem e teve que se internar no McLean Psychiatric Hospital em Massachusetts. Após ter alta foi para Nova Iorque e em 1966 formou seu novo conjunto, The Flying Machine, junto a Kortchmar e Joel O’Brien. Eles tocaram em Greenwich Village e conseguiram um contrato com uma pequena gravadora inexperiente, Rainy Days Records.
O nome surgiu da própria música de Taylor, Rainy Day Man. Eles conseguiram lançar um compacto simples com Brighten Your Night with My Day e do lado B, Night Owl. O disco não teve bons resultados e o conjunto se dissolveu no ano seguinte, 1967.
As mesmas músicas vão re-aparecer no futuro, em grande estilo e com maior sucesso, em discos de ouro e platina que James não imaginava ainda.
“American Standard” é o primeiro lançamento de James Taylor desde “Before This World”, de 2015. O músico teve que reencontrar e repensar algumas das composições mais amadas por ele a partir do extenso catálogo de standards da música americana.
O mote de “American Standard” é tentar devolver o contexto original de ‘Standards’ há muito vulgarizado.
Canções que em outros tempos refletiam sérios dilemas ou períodos amargos da história dos Estados Unidos, mas que hoje em dia foram reduzidas ao impacto de ‘jingles’ publicitários. Taylor então percebeu que não bastaria reproduzi-las como são conhecidas. Seria preciso reinventá-las para aguçar a imaginação dos ouvintes.
“Conheço a maioria dessas músicas e as gravações originais. Mas em termos de como elas foram tocadas e gravadas antes, prestamos atenção nos acordes e melodias, estávamos interessados em fazer algo novo, reinterpretar. É isso que faz valer a pena.” Disse o artista em comunicado.
James Taylor co-produziu o álbum com o colaborador de longa data Dave O’Donnell e o mestre da guitarra John Pizzarelli.
American Standards no You Tube
James Taylor, American Standard, uma joia rara de 2020.
American Standards no Spotify
Música é tudo
Meus amigos leitores, que não são poucos, são muitos.
Música é tudo.
Com a música você sonha, dança, se encanta e perpetua momentos únicos.
Pôxa, obrigado por esta magia e expressão existir intensamente em minha vida.
James Taylor, American Standard, uma joia rara de 2020.
E porque falei do Festival de Nova Orleans?
Taylor vai tocar lá? Nem sei, não me interessa.
Mas, terei como curtir e observar emoções de brasileiros com formações diversas que estarão comigo no Festival.
Quem sabe, vou levar minha guitarra e fazer uma música para cada um destes brasileiros.
Ou então, quem sabe, não levarei minha guitarra e ficarei sonhando, sonhando, mas, algo vai acontecer.
E nós que viajamos sempre sozinhos, eu e Agnes, o casal viajante como ela mesmo definiu no Instagram, vamos conviver com amigos.
E teremos que nos socializar e aprender que não é só nossa vontade que vale, mas, a de todos.
E com certeza as mulheres vão decidir o que nós vamos fazer, poque nós homens, queremos beber, beber, beber e nos emocionar com músicas, músicas e com elas, é claro.
Viva o Festival de Nova Orleans e viva a nossa vontade de viver sempre com a música entre nós.
Nossas mãos, ao tocar o violão, e nossos corações, ao encantar e sonhar com nossas companheiras.
E o coronavirus? Não vai aparecer, ele vai ter medo deste grupo que exala paixão e emoção.
E que tudo corra bem, pois, pelo que sei, todos nós estamos bem, obrigado.
Viva a vida, viva a música, o Festival de Nova Orleans e James Taylor que fez esse disco lindo chamado American Standards, com um bit que é único e apaixonante, o bit James Taylor.
Anand Rao
Editor do Cultura Alternativa