Jazz Contemporâneo – Choro sempre com o pianista Brad Mehldau.
Jazz Contemporâneo – Choro sempre com o pianista Brad Mehldau. Ele trabalha a dinâmica, o solo, a magia, a sensibilidade nas teclas do piano como ninguém. Não posso me furtar de escrever este artigo opinativo sobre este gênio que incendeia-me quando toca.
Brad Mehldau – Sua música é minha
O músico acha que é dono de sua própria música. Não é. Só os menores dizem: esta música é minha. Os grandes sabem que para uma música ter vida o ouvinte tem que colocar a mesma no coração. Tem que extorquir sem violência, de forma paradoxal, a alma e o coração de quem escuta. Mehldau faz isso comigo. Ouço-o há anos e me emociono toda vez repetindo a música uma centena de vezes. Como é possível?
Vou lhes explicar como. Quando ouço uma música uma imagem me vem à mente? Ou um saudade? Ou um aperto no coração? Ou uma falta de explicação? Um sonho, um segredo por dizer. E as lágrimas ou não, escorrem. Assim é possível. Sinto pena do músico técnico, daquele que lê a pauta e a partitura com maestria e passa que não sente nada. Sempre digo, este é um bom aluno que será professor. Grandes músicos muitas vezes nem sabem ler partitura, mas, tem alma na canção, tem algo que as palavras não podem definir.
Sinto pena do músico que quer ser famoso e para ter fama, faz tudo, menos música.
Sinto pena dos produtores que vestem seus objetos, os músicos, com roupas ou fundos diferentes para aparentar que o ele está neste ou naquele lugar. Quem faz música com alma, terá uma fama, mas, uma fama setorizada na sociedade. E Mehldau ao tocar hits de rock, no piano, sob a ótica do Jazz Contemporâneo, é tudo, sabendo trabalhar em comunhão com sua produção, sem perder o coração que sua música pulsa.
Meu Deus, como é bom ouvir música e tocar da forma como toco, com alma, absoluta alma e coração. E digo e reafirmo sem dó, Brad Mehldau, sua música é minha.
Jazz Contemporâneo – Agnes Adusumilli
Agnes Adusumilli, Editora do Cultura Alternativa e esposa, não gosta de Mehldau, pois, escuto o mesmo sem parar. Ela tem razão, é uma música complexa que tem muito de dinâmica e a percepção da dinâmica é muito difícil. Respeito-a integralmente, mas, amo Mehldau.
Agora, achei rídiculo a apresentação dele no BMW Jazz Festival há alguns anos. Sai de Brasília para Sampa e ele nos brindou com bossa nova, tocando como se estivesse numa churrascaria, fiquei puto. Foi uma babaquice Mehldau, não a sua música, mas, a forma popularesca como tocou a bossa nova, sem alma e sem pulsação.
Brad Mehldau – Parceiros
Atualmente Mehldau tem feito duos em discos. Fez com o deus da guitarra Pat Metheny, fez com a parafrase do sax Joshua Redman, com Chris Tile e seu bandolim. Os discos são incríveis. Coloco abaixo a lista Brad Mehldau – Cultura Alternativa disponível no Spotify que tem mais de 70 músicas. Ouça.
Brad Mehldau – You Tube
Nos takes abaixo sinta a pulsação, a dinãmica, a técnica, a alma, o coração e a poesia musical de Mehldau.
Jazz Contemporâneo – Poema para Mehldau
Teus sons.
Dons
Retiram de minha alma.
Tons
Da minha oração.
Não quero te conhecer nunca
Mas quero te dizer
Me apropriei da tua canção
Ela nasce nas tuas mãos
E mora no meu coração.
Anand Rao
Editor do Cultura Alternativa
https://www.culturaalternativa.com.br/
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