Maria Esther Bueno, o tênis no Brasil

Maria Esther Bueno, terna e eterna

Maria Esther Bueno, terna e eterna. Hoje lemos a notícia do falecimento de Maria Esther Bueno. Fui Presidente da Associação de Pais de Tenistas, minhas filhas jogaram o circuito amador no Brasil. Fizerem Universidade nos Estados Unidos por causa do tênis. Tive dois cânceres e Maria Esther falece deste mal, portanto, não é um dia feliz na redação do Cultura Alternativa.

 

Mas, vou relatar uma passagem ímpar com Maria Esther, nesta despedida deste ícone do tênis mundial.

 

O tênis no Brasil – Maria Esther Bueno

Poucos viram Maria Esther jogar. A tecnologia de difusão e informação não era um marco naquele período.

Eu, encantado pelo entusiasta do tênis na minha residência, meu pai, o Professor Bhaskara Rao, sempre ouvi falar de Maria Esther e fui a torneios ver Koch e Mandarino, por ai vai. Sempre soube dos seus feitos e ela se tornou um mito para mim.

Depois, nasceram minhas filhas que jogaram o circuito. A mais jovem foi campeã de duplas do Brasil com 10 anos e a mais velha número 01 do ranking com 18. Assim, minha história com o tênis foi se desenvolvendo, e por ter filhas, cada vez mais, a informação sobre o tênis feminino foi tomando conta do meu dia a dia.

 

Maria Esther Bueno – Classe Executiva

Numa determinada viagem, retornando de Nova York, sentamos, eu e a Editora Agnes Adusumilli ao lado de Maria Esther Bueno. Meu coração bateu diferente naquele momento e senti que minha admiração era grande. Me dirigi a ela, conversamos por um tempo, e depois, fomos dormir, mas, tive a chance de dizer de como ela havia influenciado o tênis e dado esperança às mulheres que objetivavam carreira profissional no Brasil. Como ela era terna ao conversar comigo e eterna para todos.

Durante o voo, pela manhã, ou de madrugada, não me lembro, ela tentava pegar sua bagagem de mão no bagageiro, eu prontamente à ajudei. Me senti como se estivesse ajudando uma rainha, um ícone, um mito, uma baluarte.

Hoje leio sobre a morte de Maria Esther e obviamente meus olhos representam tacitamente o choro da minha alma.

 

O tênis no Brasil – O Futuro

Não acompanho mais o tênis brasileiro, acompanho o mundial, mas, hoje o tênis no mundo chora. Hoje a tristeza é grande com a partida de Maria Esther. E ela só podia partir no dia em que se realizou a final de um grande torneio, o de Roland Garros. Para ser mais preciso, na véspera. Ela só podia partir num período em que o tênis é transmitido e minha filha Eliza acompanha com fervor. Ela não podia partir numa data qualquer.

Saudades Maria Esther Bueno, saudades, e saiba que você é terna e eterna num país que tem perdido a cada dia sua identidade. Você nos identifica como brasileiros e engrandece nosso orgulho, nosso país. Você nos resgata e parte sem partir, pois, sua história, seus feitos, fazem parte da alma do esporte brasileiro e enaltecem e eternizam você em meu coração.

RIP Maria Esther Bueno.

 

Anand Rao

Editor do Cultura Alterantiva

culturaalternativa.com.br