Mario Bittencourt

Mário Bittencourt, Presidente do Fluminense, erros e acertos

Mário Henrique Guimarães Bittencourt nasceu no Rio de Janeiro e cresceu no tradicional bairro de Vila Isabel.

Desde jovem, sua paixão pelo Fluminense foi evidente, inspirada por seu pai, também tricolor de coração. Formou-se em Direito e iniciou sua carreira jurídica dentro do clube, no final da década de 1990, como estagiário no departamento jurídico. Sua trajetória no clube é longa e marcada por dedicação.

Sua atuação no caso envolvendo a Portuguesa em 2013 ganhou destaque nacional. A polêmica decisão de tirar pontos do time paulista em função da escalação irregular de um jogador foi amplamente debatida e resultou na permanência do Fluminense na Série A. Na ocasião, Mário citou “O Pequeno Príncipe” para justificar a posição do clube, o que evidenciou sua habilidade retórica.

Além de advogado, Mário tornou-se uma figura proeminente no cenário político do futebol. Após anos nos bastidores, candidatou-se à presidência do Fluminense em 2019, vencendo a eleição e assumindo a missão de reconstruir um clube combalido financeiramente e distante de conquistas significativas no futebol.

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No Fluminense

Mário Bittencourt assumiu a presidência do Fluminense em um momento de turbulência. Dívidas acumuladas, desempenho esportivo irregular e uma torcida ansiosa por mudanças foram os desafios iniciais. Ele teve que conciliar a gestão financeira com a busca por resultados no campo, uma equação complicada para qualquer dirigente esportivo.

Durante seu mandato, o clube voltou a disputar a Copa Libertadores da América, após anos de ausência. A conquista da competição continental em 2023 marcou um ponto alto em sua gestão, consagrando o Fluminense como campeão da América. Essa vitória também trouxe visibilidade internacional e uma renovação no orgulho da torcida.

No entanto, nem todos os aspectos de sua gestão foram positivos. Apesar das conquistas, críticas surgiram quanto ao planejamento a longo prazo e às escolhas de elenco. A oscilação entre boas campanhas e temporadas decepcionantes tornou o trabalho de Mário um misto de elogios e questionamentos.

Acertos

Entre os méritos de Mário Bittencourt, a reestruturação financeira do clube é notável. Sua equipe implementou medidas para renegociar dívidas, permitindo ao Fluminense respirar em um cenário financeiro adverso. Isso garantiu maior capacidade de investimento no futebol e estabilidade nas contas.

Outro ponto positivo foi a manutenção de talentos formados em Xerém, como André e Samuel Xavier, além da contratação de peças importantes, como Thiago Silva, que agregaram experiência ao elenco. Essa mescla entre jovens promessas e veteranos trouxe equilíbrio ao time, culminando na histórica conquista da Libertadores.

A valorização do marketing e da imagem do clube também merece destaque. Mário impulsionou a internacionalização da marca, atraindo patrocinadores de peso e aproximando o Fluminense de torcedores pelo mundo. Esses esforços ajudaram a consolidar a instituição entre as mais relevantes do futebol brasileiro.

Erros

Apesar dos avanços, Mário Bittencourt também acumulou equívocos que impactaram negativamente sua gestão. Um dos principais problemas foi a contratação de jogadores veteranos que não renderam o esperado, como Douglas Costa, Gabriel Pires e Renato Augusto. Essas apostas frustraram a torcida e pressionaram a comissão técnica.

Além disso, a insistência em modelos táticos que não se adaptaram ao futebol moderno gerou instabilidade no desempenho do time. O desgaste com técnicos, incluindo a polêmica demissão de Fernando Diniz pouco após sua renovação, também revelou uma gestão de futebol por vezes impulsiva.

Outro erro foi a falta de diálogo com a torcida em momentos críticos. Muitas vezes, declarações consideradas arrogantes e prolixas por parte do presidente criaram um distanciamento entre a direção e os torcedores, o que intensificou as críticas à sua liderança.

Discurso, promessas cumpridas e não

Mário Bittencourt construiu sua campanha presidencial com discursos firmes e promessas ambiciosas. Ele garantiu à torcida que recolocaria o Fluminense entre os grandes clubes do continente e fortaleceria a base financeira da instituição. Algumas dessas metas foram cumpridas com êxito.

A conquista da Libertadores em 2023 e os títulos estaduais confirmaram parte das promessas feitas. Entretanto, aspectos como a manutenção de um elenco equilibrado e a competitividade constante ainda deixam a desejar. O ano de 2024 expôs fragilidades, com contratações que não corresponderam às expectativas.

Em seus discursos, Mário frequentemente exaltou o trabalho realizado, mas a falta de autocrítica em momentos difíceis foi alvo de reclamações. Enquanto parte da torcida reconhece os avanços, outra parcela questiona se as promessas restantes serão, de fato, cumpridas até o fim de seu mandato.

Eleições no Fluminense

Em 2022, Mário Bittencourt foi reeleito presidente com ampla vantagem, refletindo a confiança da maioria dos sócios no trabalho realizado até então. Seu novo mandato se estende até o final de 2025, e ele não poderá disputar outra reeleição devido às normas internas do clube.

O futuro do Fluminense nas próximas eleições já começa a ser debatido. Nomes como o ex-jogador Fred surgem como possíveis candidatos, gerando expectativas e incertezas quanto à sucessão. A transição de poder será um momento crucial para o clube.

O processo eleitoral no Fluminense reflete as tensões internas de uma instituição em busca de equilíbrio. Para muitos torcedores, o legado de Mário será decisivo para definir o perfil do próximo presidente, que herdará um clube em transformação.

Nossa Opinião

As maiores falhas da gestão de Mário Bittencourt em 2024 foram evidentes. As contratações de atletas em fim de carreira prejudicaram o desempenho do time, somadas à insistência em discursos prolixos e, por vezes, arrogantes. Além disso, sua proposta de comandar a SAF com 51% gerou apreensão.

A faixa etária dos jogadores contratados revelou uma falta de planejamento estratégico, que impactou diretamente os resultados esportivos. A enrolação em alguns momentos e a postura de superioridade diante das críticas também afastaram parte da torcida.

Por outro lado, reconhecemos os avanços alcançados e destacamos que, para consolidar sua gestão, é essencial que Mário reveja essas falhas. Somente com ajustes significativos o Fluminense poderá manter-se no topo do futebol brasileiro e internacional.

Conclusão

A gestão de Mário Bittencourt é um misto de triunfos e desafios. Enquanto a conquista da Libertadores e a reestruturação financeira são dignas de elogios, os erros cometidos em 2024 mostram que há muito a ser aprimorado. O presidente precisará equilibrar suas decisões para garantir a continuidade do sucesso tricolor.

O futuro do Fluminense dependerá de escolhas assertivas que considerem tanto o presente quanto o longo prazo. A torcida, sempre exigente, espera que o clube mantenha seu protagonismo no cenário esportivo, sem repetir os erros do passado.

Com ajustes e aprendizados, o legado de Mário Bittencourt poderá ser lembrado como um divisor de águas na história do Fluminense. Contudo, os próximos anos serão determinantes para consolidar essa percepção.

Anand Rao

Tricolor de coração 

Editor Chefe

Grupo de Comunicação Cultura Alternativa 

Cultura Alternativa