O projeto Circulação Zé Canhoto será iniciado nesta terça (17/4), na Escola Classe 03 (EC 03/Guará 1), com apresentações às 9h e às 14h.
Depois outras quatro escolas classe do Guará (5, 6,1 e 2) receberão o projeto que apresenta o espetáculo solo do artista Jorge Crespo,” tem gente que acredita”.
Crespo apresenta-se com Zé Canhoto, boneco de sua criação, que interage com o público e conta suas histórias adaptadas da literatura universal, sempre ilustradas com o uso de técnicas diferenciadas do teatro de animação.
Circulação Zé Canhoto será finalizado em 5 de maio e conta com o patrocínio do GDF, por meio do FAC/DF, da Secretaria de Cultura do DF. A Classificação indicativa é a partir de 5 anos de idade
Jorge Crespo diz que na última apresentação do Projeto, na quinta (03/05), às 8h, será feita uma homenagem ao saudoso Seu Teodoro. “Como um trecho importante do espetáculo, ‘História do Boi e da Lua’, traz uma leitura linda alusiva ao boi, resolvemos aproveitar e projetar um pequeno vídeo e entregar ao filho de Seu Teodoro, Guarapiranga Freire, nossa singela homenagem à contribuição dele ao imaginário popular do boi no DF”, explica o bonequeiro.
Jorge Crespo também pontua que “o boneco Zé Canhoto toca violão e é uma homenagem ao violeiro Zé Canhoto da Paraíba que, sendo canhoto, toca seu instrumento sem mudar o acordoamento para facilitar a execução, o que o torna uma figura ímpar”, observa o ator.
Dentre as atividades, será feita uma homenagem ao saudoso Seu Teodoro
Projeto Circulação Zé Canhoto
“Tem gente que acredita”
O boneco Zé Canhoto envolve e nos diverte com a “História do Boi e da Lua”, uma adaptação de um conto popular moçambicano, “O Boi e a Garça” recolhido e publicado pelo escritor Mia Couto, Noite Sonâmbula. A história do Boi Estrela é ilustrada com efeitos cênicos e recursos da animação de bonecos, criando um clima de suspense e encantamento.
A “História que é toda de mentiras” é uma adaptação livre de um conto do clássico “As Mil e Uma Noites”. Divertida, surpreendente e romântica, esta narrativa se utiliza da técnica do teatro de sombras, reforçando a imaginação e o devaneio dos espectadores.
A fábula do “Compadre Rico e o Compadre Pobre” integra o folclore brasileiro, tendo sido recolhida e publicada pelo historiador e folclorista Basílio de Magalhães. Nesta montagem, utiliza-se técnica mista de animação de boneco e projeção de imagens, ilustrando de forma divertida as desventuras do “compadre pobre” frente à ambição do “compadre rico”.
“Um peixe difícil de pegar” é uma história de pescador que leva o público para o fundo do mar. Os bonecos usados para ilustrar esta narrativa, contada com movimento, luz e cor, foram produzidos com técnica especialmente desenvolvida por Jorge Crespo. O resultado, de forte conteúdo lúdico e poético, é de grande beleza cênica.
O conteúdo, os temas e os recursos desta montagem fazem da peça “Tem Gente Que Acredita…” uma ótima diversão e excelente entretenimento para crianças de todas as idades.
Jorge Crespo
Bonequeiro e ator, Jorge Crespo é um artista múltiplo. Em seu ateliê, cria e dá forma a bonecos, produz objetos e cenários, valendo-se de diferentes técnicas e materiais. Nos palcos, dá vida aos bonecos e ao universo cenográfico que os envolve utilizando recursos diversificados, levando o público a se conectar de um modo diferente com a realidade: ora lúdica, onírica, ou ainda, poética…, mas sempre de forma sensível e compromissada.
Sobre a montagem
Zé Canhoto, boneco criado no Rio de Janeiro, carrega em si elementos de um Brasil plural, mesclando referências das várias regiões do país, de sul a norte. Zé Canhoto do Brasil, violeiro, matuto e boiadeiro, pode ser descrito como um típico homem do povo, aquele que nos remete à simplicidade e à alegria cantadas em prosa e verso como características tão estimadas do povo brasileiro.
A montagem do presente espetáculo acompanha essa ideia – a de apresentar aspectos de um Brasil culturalmente rico e diverso, ressaltados na trilha sonora e na utilização do recurso cenográfico das redes. Estas, carregadas de simbolismo, compõem o espaço cênico do palco.
As texturas de suas varandas trabalhadas nos lembram as rendas e rendeiras, os enredos, as tramas, as redes que aprisionam sonhos, e os sonhos sonhados no embalar das redes.
São elas que nos fazem recordar as varandas das casas interioranas, as redes balançando nos barcos que sobem e descem os rios deste país, as redes de pesca e os pescadores. Desta maneira, são elas costuram e dão acabamento aos contos e histórias que Zé Canhoto nos conta.