Ojiichan
Livro de Oscar Nakasato celebra a memória, a ancestralidade e o vínculo entre neto e avô japonês
Em uma narrativa breve e sensível, Oscar Nakasato convida o leitor a revisitar as lembranças que moldam nossa identidade familiar no livro Ojiichan.
Publicado com um cuidado estético tocante, o título, que em japonês significa “vovô”, abre as portas para uma jornada afetiva e silenciosa entre gerações.
A capa, em tons de verde e com uma mesa cercada por cadeiras vazias, sugere a presença da ausência — o avô que já partiu, mas que permanece vivo nos rituais do cotidiano: o chá, os objetos simples, os momentos compartilhados.
Ojiichan
Um olhar respeitoso sobre a herança nipo-brasileira
Oscar Nakasato, descendente de imigrantes japoneses e vencedor do Prêmio Jabuti por Nihonjin, mais uma vez trabalha com delicadeza os fios que ligam memória, cultura e afeto.
Em Ojiichan, o avô não é apenas uma figura familiar, mas também um símbolo de disciplina, introspecção e sabedoria silenciosa — traços marcantes de uma geração que construiu o Brasil com esforço e discrição.
O autor nos leva a refletir sobre as marcas que os avós deixam: não apenas nos grandes ensinamentos, mas nas pequenas ações diárias, nas palavras poucas, nos sabores guardados na memória.
Cada elemento descrito — uma chaleira, um doce típico, um gesto — carrega um universo inteiro de significados.
Uma escrita que fala com o coração
Nakasato adota um estilo direto e minimalista, mas repleto de lirismo. As frases curtas carregam sentimentos densos.
A narrativa não depende de grandes reviravoltas, mas de sensações e percepções. É um convite à contemplação, ao silêncio e à escuta do que foi vivido.
Ler Ojiichan é como folhear um álbum de memórias em voz baixa — com respeito, ternura e saudade.
Para refletir e compartilhar
Ojiichan é um livro recomendado para leitores de todas as idades, especialmente para quem deseja compreender melhor a importância da ancestralidade, dos vínculos afetivos e das raízes culturais.
É uma leitura que emociona sem ser melodramática, que toca sem precisar gritar.
Leu e se emocionou?
REDAÇÃO SITE CULTURA ALTERNATIVA