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Os editores de livros e escritores serão substituídos por robôs?

Os editores de livros e escritores serão substituídos por robôs?

Como a inteligência artificial está se aventurando na produção literária e na indústria criativa.

Shelley escreve contos de terror. Aliás, já criou mais de 140 mil histórias do gênero, que foram publicadas em um fórum do Reddit. Entretanto, ela não é uma escritora no estrito sentido da palavra.

Um assunto recorrente como o texto de Bernadette Lyra abaixo publicada no ‘Opinião’, do jornal A Gazeta

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OS ROBÔS DA INTERNET JÁ ESCREVEM LITERATURA

A mitologia das redes sociais pendura frases feitas no cabide de cientistas, escritores, filósofos, reis, rainhas e tantos outros ilustres bichos de orelha. Ainda que não se possa afirmar a veracidade de todas, algumas são deliciosas.

Por exemplo: “a criatividade é a inteligência se divertindo”, atribuída (mas não confirmada) a Einstein. Essa frase me vem à cabeça, quando leio sobre existência de robôs da inteligência artificial, os famosos bots, que são capazes de escrever poemas, contos e romances.

Não é novidade falar em inteligência artificial. Ela está entre nós. E, cada vez mais, é motivo de filmes e livros com histórias de ficção científica. Quem não se lembra de A.I. (Artificial Intelligence, 2001), sucesso de Spielberg?

Pois é. Esse agrupamento de redes neurais, algoritmos, sistemas de aprendizado e outras parafernálias tecnológicas consegue simular as capacidades humanas de raciocínio, de habilidade de tomar decisões e de percepção do ambiente.

E, agora, vem a cereja do bolo: os robôs conseguiram a proeza de reivindicar para si a criatividade, adentrando o terreno da literatura. Já são muitos os bots a produzirem textos que em nada ficam a dever à obra dos mais ilustres cérebros.

Por exemplo: o romance “True Love.wrt”, de autoria do PC Writer 1.0, que refaz “Anna Karenina”, de Tolstoi, no melhor estilo do badalado japonês Haruki Murakami; os minicontos do Magic Realism Bot (Robô de Realismo Mágico) com lances tão incríveis que Gabriel Garcia Marques não teria vergonha em assinar.

O ato de criar sempre foi considerado a marca registrada da inteligência das criaturas na terra. Ao longo dos séculos, a inteligência foi criando universos científicos, artísticos e culturais. 

Confira todo o texto Bernadette Lyra

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Um bom livro — fruto do trabalho e talento do escritor e do editor — proporciona emoção, paixão, conhecimento, drama, reflexão. São tantas sensações singulares.

Ao abrir um livro, parece que o leitor está diante de uma janela, por onde pode observar o mundo. Aos poucos, com uma dose de coragem e curiosidade, ele se debruça na janela. E, quando percebe, já está com o corpo todo para fora, prestes a se atirar. Não há volta. O mundo do lado de dentro até pode ser mais seguro, mas não é tão fascinante.

Então, qual é o papel do editor e do autor? Criar boas narrativas e fazer a manutenção dessa “janela”, checar as dobradiças, a solidez da estrutura, assegurar que o leitor terá uma experiência única.

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Será que a inteligência artificial pode substituir esse fator humano essencial à criação de um produto cultural que desperte nossas emoções? Da minha parte, não acredito nisso. E não estou sozinha nessa crença. O romancista de ficção cientista, Satoshi Hase, esteve na banca de um prêmio literário japonês, cujo regulamento permitiu a inscrição de obras idealizadas por máquinas; dos 1.450 livros inscritos, 11 foram redigidos por um programa.

Segundo ele, ainda que os romances “escritos por máquinas” fossem bem estruturados, as descrições dos personagens deixaram a desejar. Aliás, esse é um problema que um editor de carne e osso pode, naturalmente, apontar, sugerir e auxiliar o autor humano a solucionar.

 Segundo Texto de | Tânia Lins é formada em Administração de Empresas e pós-graduada em Língua Portuguesa, Comunicação Empresarial e Institucional e Jornalismo Digital.

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