Curta o Sarau Cultura Alternativa de 02/12/2023.
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Roteiro do Sarau, clique no tempo e veja quem quiser:
0:54 | Poesia de Charles Bukowski
4:26 | Clipe com Waly Salomão
9:57 | A Música de André Geraissati
17:31 | Poesia de Vinícius de Moraes
19:50 | A Música de Shelly Berg Trio
30:08 | A Poesia de Carlos Drumond de Andrade
32:01 | Trio de Jazz
38:26 | A Poesia de Cassiano Nunes
41:30 | A Poesia Alemã de Elke Erb
42:58 | A Poesia Alemã de Björn Kuhligk
45:51 | A Música de Nico Assumpção, Larry Coryell e Danilo Caymmi
52:52 | A Música de Vanessa Moreno
Poesia Brasileira
Waly Salomão – foi um influente poeta e letrista brasileiro, nascido em 1943 e falecido em 2003. De origem baiana, sua obra é marcada pela fusão da cultura popular com referências eruditas, abrangendo a literatura, a música e as artes visuais. Colaborou com grandes nomes da música brasileira, como Caetano Veloso e Gal Costa, enriquecendo a Tropicália com suas letras poéticas e inovadoras.
Além da poesia, Salomão também se destacou como ensaísta, com uma produção intelectual que refletia sobre a cultura e a sociedade brasileiras. Sua trajetória é um marco no cenário cultural do Brasil, especialmente por seu papel de agitador cultural e sua abordagem transgressora e multifacetada da arte.
Vinícius de Moraes – Foi um poeta, compositor e diplomata brasileiro, nascido no Rio de Janeiro em 1913 e falecido em 1980. Figura central na música popular brasileira, ele é um dos fundadores do movimento da Bossa Nova, compondo clássicos em parceria com Tom Jobim, como “Garota de Ipanema”. Sua poesia, que se estende desde a fase do modernismo até a Bossa Nova, é marcada por uma linguagem lírica e intimista, abordando temas como o amor, a natureza e a passagem do tempo. Vinícius também é lembrado pela sua atuação no cinema e no teatro, sendo um dos principais nomes da cultura brasileira do século XX.
Carlos Drummond de Andrade – Nascido em Itabira, Minas Gerais, em 1902 e falecido em 1987, é um dos maiores poetas da língua portuguesa. Sua obra abrange diversos gêneros literários, incluindo poesia, crônica e conto, marcada por uma linguagem inovadora e uma visão crítica da sociedade brasileira. Drummond, figura central do modernismo brasileiro, é conhecido por poemas como “No meio do caminho” e “A máquina do mundo”. Sua poesia, que reflete sobre temas universais como amor, morte e a passageira natureza da vida, continua a ser um pilar da literatura brasileira.
Cassiano Nunes – foi um renomado poeta, crítico literário e professor brasileiro, nascido em 1929 e falecido em 1999. Dedicou-se intensamente ao estudo da literatura, com foco especial na obra de Machado de Assis, sobre a qual escreveu diversos ensaios críticos. Sua poesia é marcada por um estilo lírico e reflexivo, explorando temas como a temporalidade e a existência humana. Cassiano também teve importante atuação no meio acadêmico, sendo professor da Universidade de Brasília e influenciando gerações de estudiosos. Sua contribuição para a crítica literária brasileira é amplamente reconhecida, destacando-se pela profundidade de suas análises e pela clareza de sua escrita.
Canto do prisioneiro
Felizes são os marinheiros
que partem sem dizer adeus, e em cada porto de escala
renovam o mistério do amor
(…) Só eu não parto…
Prisioneiro do arco-íris
como quem num presídio abafa
e expressa a sua ânsia construindo
um navio dentro de uma garrafa!
Sou de Santos
Nasci perto do mar
como Ribeiro Couto.
Como ele, cantei
o cais do Paquetá,
cheio de marinheiros,
estrangeiros,
aventureiros.
Apitos roucos de navios
me atraíam para outras terras,
propostas sedutoras.
Corri mundo.
vim parar no Planalto Central
onde, solitário, entre livros,/ contemplo os últimos anos.
Às vezes, à noite,/me encaminho para o lado do Eixo
e me detenho ante os terrenos baldios
(amplidão) da Asa Sul.
Ao longe,
os guindastes das construções
sugerem um cenário de cais.
E o vento me traz com o cheiro de sal
o inútil apelo do mar
Palavras à Cidade Livre hoje Núcleo Bandeirante
Há vinte anos, quando aqui cheguei/ no Planalto Central,
em Brasília, ainda encontrei/ intacta, na tua verdade pioneira,
na tua realidade rude, mas fecunda: áspera imagem, do “far west” brasileiro, e Cidade Livre!
Livre! Haverá adjetivo
com mais oxigênio e glória?
Poesia Alemã
Elke Erb: Nasceu na Renânia do Norte e cresceu na Alemanha Oriental. Conhecida também como tradutora, Elke Erb combina contos, poemas e ensaios em seus trabalhos. Sua obra reflete um olhar aguçado sobre a vida cotidiana, influenciada por suas experiências na Alemanha Oriental. Ela tem um papel importante para as gerações mais jovens de poetas na Alemanha atual.
Poesia pura
Faz tempo, um galo e asno
Começaram uma amizade
E foram passear juntos no parque
1970
Poetas vivem esse século.
E esse naquele e aquele nesse, alguém ultrapassa
enquanto isso, como o restante, um outro vive no meio disso.
Bom e agradável. Endler fica dos 50 aos 90 no mesmo canto.
Aliás os poetas vivem em apartamentos como esse,
Que por exemplo Endler possui,
um quartinho no quinto andar,
Sem banho,
com privada na parte externa, mas ensolarado.
Quando o poeta Endler enfia a cabeça na janela,
confere se as latas de lixo estão vazias
Poema não especificado
Não pretendo dizer demais. Trago um poço na cabeça.
Num pátio. Amoras Tudo bem
Björn Kuhligk: Nascido em 1975 em Berlim Ocidental, Kuhligk é um escritor e fotógrafo. Ele publicou tanto poesia quanto prosa e editou várias antologias de poesia, destacando a cena de jovens poetas de língua alemã. Kuhligk também foi editor de uma revista literária em Berlim
Amor na era da UE
Enquanto um guarda de fronteira traça
uma linha novamente,
atirar é necessário,
é permitido, filmar
é necessário, é permitido
quão desse mundo
este continente
com pequenas estrelas em suas lapelas,
como ele
constrói suas defesas.
Mamãe
rapidamente lava a louça.
quando os primeiros tênis foram lavados
no sul, mais tarde dois, três bípedes
foram pescados, atirar de volta
é necessário, é permitido.
Como é isto
Nego os pontos no tempo, as superfícies
os lugares que deveriam ser fixados
Amo o que não consigo vender
Odeio o que poderia amar de forma diferente
Confio na água, na incapacidade,
na falta de clareza, na areia
Enquanto me lembro, desejar
sempre começou de novo desde o início.
SEM DISCURSOS
A luz
deve seguir o exemplo das sombras
nada claro, sem mapa
uma confusão de vozes
um começo do qual, talvez algo
completamente diferente também, quem sabe
por exemplo, montes de neve em agosto
ou
uma pista de boliche não alugada
no dia seguinte, pois é o que desejamos,
uma boca
que fala, um ouvido ao qual uma promessa pode ser feita.
Músicos
André Geraissati – É um reconhecido violonista e compositor brasileiro, conhecido por seu trabalho inovador na música instrumental. Nascido em 1957, Geraissati iniciou sua carreira na década de 1970 e rapidamente ganhou destaque no cenário musical por sua técnica apurada e estilo único, que mescla influências da música brasileira com elementos do jazz e da música clássica. Ele é especialmente admirado por suas composições originais e arranjos inovadores, tendo colaborado com diversos artistas importantes. Sua habilidade em explorar as possibilidades sonoras do violão o torna uma figura importante na música instrumental contemporânea do Brasil.
Shelly Berg Trio – É um grupo liderado por Shelly Berg, um renomado pianista e compositor americano. Berg é conhecido por sua versatilidade e habilidade em jazz, tendo colaborado com uma variedade de artistas de renome e orquestras. Ele também é educador, atuando como reitor da Escola de Música Frost da Universidade de Miami. O trio, que geralmente inclui Berg ao piano, acompanhado por baixo e bateria, é aclamado por suas interpretações inovadoras e técnicas virtuosas, abrangendo uma ampla gama de estilos jazzísticos. Eles são conhecidos por suas performances envolventes e pela habilidade de fundir tradição e modernidade no jazz.
Nico Assumpção – Foi um dos mais influentes baixistas brasileiros, nascido em São Paulo em 1954 e falecido em 2001. Reconhecido por sua técnica excepcional e inovação no baixo elétrico, ele é lembrado por sua habilidade em fusion, jazz e música brasileira. Nico trabalhou com uma variedade de grandes artistas brasileiros e internacionais, deixando uma marca indelével na música instrumental. Sua capacidade de mesclar ritmos brasileiros com elementos do jazz o tornou um músico altamente respeitado e um pioneiro na evolução do baixo elétrico no Brasil.
Larry Coryell – Nascidi em 1943, foi um pioneiro guitarrista de jazz americano, frequentemente referido como o “padrinho do fusion”. Sua carreira abrangeu várias décadas e estilos, desde o jazz tradicional até o rock, fusion e além. Coryell foi particularmente conhecido por sua habilidade técnica e inovações no jazz-rock fusion na década de 1960 e 1970, colaborando com artistas como Miles Davis e Chet Baker. Sua abordagem versátil e habilidade para misturar diferentes gêneros musicais tornaram-no uma figura influente no desenvolvimento do jazz moderno.
Vanessa Moreno – Natural de São Bernardo do Campo, é uma destacada cantora, compositora e instrumentista brasileira. Sua carreira foi reconhecida com o Prêmio Profissionais da Música em 2017 e 2018, e ela é considerada uma das grandes revelações da música brasileira contemporânea.
REDAÇÃO SITE CULTURA ALTERNATIVA
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