Só Dez Por Cento é Mentira ultrapassa as fronteiras convencionais do registro documental.
Utiliza uma linguagem visual inventiva, emprega dramaturgia, cria recursos ficcionais e propõe representações gráficas alusivas ao universo extraordinário do poeta.
Procurando ressignificar às “desimportâncias” biográficas e à personalidade “escalena” de Manoel de Barros o diretor Pedro Cezar, responsável pelo roteiro e pela narração, pontua o filme com momentos de breves testemunhos ao fundo, como fizera em seu primeiro longa-metragem, Fabio Fabuloso.
Narrado na maior parte das vezes em tom pessoal o filme busca, sobretudo, “uma voz que se aproxime da simplicidade e da afetividade do personagem e que se afaste da soberba e da pretensão de uma análise teórica sobre poesia no idioleto manoelês”.
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Manoel de Barros
Manoel Wenceslau Leite de Barros (Cuiabá, 19 de dezembro de 1916 — Campo Grande, 13 de novembro de 2014)
Foi um poeta brasileiro do século XX, pertencente, cronologicamente à Geração de 45, mas formalmente ao pós-Modernismo brasileiro, se situando mais próximo das vanguardas europeias do início do século e da Poesia Pau-Brasil e da Antropofagia de Oswald de Andrade.
Com 13 anos, ele se mudou para Campo Grande (MS), onde viveu pelo resto da sua vida.
Recebeu vários prêmios literários, entre eles, dois Prêmios Jabutis e foi membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.
É o mais aclamado poeta brasileiro da contemporaneidade nos meios literários.
Enquanto ainda escrevia, Carlos Drummond de Andrade recusou o epíteto de maior poeta vivo do Brasil em favor de Manoel de Barros.
Sua obra mais conhecida é o “Livro sobre Nada” de 1996.