Qualidade do sono - Site Cultura Alternativa

Dormir muito é tão perigoso para sua saúde quanto dormir pouco

Qualidade do sono

A importância do sono adequado para a saúde

Dormir bem é essencial para a saúde física e mental, mas o que poucos percebem é que tanto a falta quanto o excesso de sono podem trazer sérios riscos.

Estudos mostram que dormir menos de sete horas ou mais de nove horas pode aumentar o risco de problemas de saúde, incluindo doenças cardiovasculares e transtornos do humor, como depressão e ansiedade.

Segundo o psiquiatra Eduardo Ruffa, da Associação de Psiquiatras da Argentina (APSA), a relação entre horas de sono e saúde, embora ainda não completamente compreendida, é uma preocupação crescente entre profissionais de saúde.

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Excesso de sono: um alerta para a saúde

Apesar de alguns indivíduos necessitarem de mais sono naturalmente, a maioria das pessoas que dormem mais de nove horas tende a apresentar baixa eficiência do sono, como em casos de apneia do sono.

Este distúrbio, caracterizado pela interrupção da respiração durante o sono, não apenas impede o descanso adequado, mas também aumenta o risco de doenças cardíacas.

Pessoas que sofrem de apneia frequentemente precisam de mais horas na cama para compensar a má qualidade do sono, o que pode ser um indicativo de um problema de saúde subjacente.

Consequências para o corpo e a mente

Dormir pouco ou muito afeta não só a disposição diária, mas também pode contribuir para o desenvolvimento de doenças graves. Entre os riscos, destacam-se:

Doenças cardiovasculares: A má qualidade do sono está diretamente ligada a problemas cardíacos, seja pelo sono insuficiente ou prolongado.

Doenças neurodegenerativas: Estudos indicam que dormir mal aumenta o risco de demência e impacta negativamente a memória.

Obesidade: A relação entre sono e obesidade é complexa, pois o excesso de peso aumenta as chances de distúrbios do sono, enquanto a má qualidade do sono contribui para o ganho de peso

Essa correlação entre o sono e a saúde reforça a importância de identificar o padrão ideal de descanso para cada pessoa, uma vez que a necessidade de sono é variável.

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Transtornos do sono no Brasil

No Brasil, a situação é preocupante: sete em cada dez brasileiros sofrem de transtornos relacionados ao sono, como insônia. A condição é mais prevalente entre mulheres e em populações vulneráveis, sendo afetada por fatores socioeconômicos e de idade.

Segundo Ruffa, ao tratar esses distúrbios, é necessário considerar as particularidades de cada indivíduo, evitando abordagens generalizadas, especialmente para mulheres em fases de mudança hormonal, como a menopausa.

Sono e qualidade de vida: mais do que uma questão individual

O sono de uma pessoa impacta quem convive ao seu redor. Por exemplo, um membro da família que ronca ou possui um padrão de sono irregular pode afetar o descanso dos outros.

Além disso, fatores externos, como segurança e infraestrutura urbana, influenciam diretamente na qualidade do sono. Assim, o sono não deve ser visto apenas como um problema pessoal, mas uma questão de saúde pública.

Ruffa destaca que, em áreas com alta criminalidade, a simples recomendação de “dormir bem” não é suficiente, pois o ambiente inseguro compromete o descanso.

Nesse contexto, políticas públicas que garantam segurança e conforto podem ser tão importantes quanto orientações sobre higiene do sono.

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Intervenções para melhorar o sono

A busca por um sono de qualidade envolve uma combinação de ações individuais, familiares, comunitárias e políticas públicas.

Medidas como criar ambientes silenciosos e seguros, melhorar a infraestrutura e desenvolver programas de saúde pública focados nos grupos mais vulneráveis são fundamentais para garantir um sono restaurador.

Além disso, a educação sobre práticas saudáveis, conhecida como psicoeducação, é essencial para que as pessoas aprendam a adotar hábitos que favoreçam noites de descanso mais satisfatórias.

Uso excessivo de medicamentos para o sono

Um aspecto preocupante abordado por especialistas é o uso excessivo de medicamentos para insônia. Ruffa considera alarmante a alta adesão a esses remédios, que muitas vezes são prescritos como primeira opção de tratamento.

O psiquiatra Almir Tavares, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), alerta que o uso de hipnóticos e das chamadas drogas Z (como zolpidem e zaleplona) deve ser feito com cautela, devido à falta de estudos sobre seus efeitos a longo prazo.

Embora sejam eficazes no curto prazo, os riscos de dependência e efeitos colaterais tornam o uso prolongado desses medicamentos uma preocupação.

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Conclusão: equilíbrio é o segredo para uma boa saúde

O sono desempenha um papel vital em nossa saúde, e equilibrar suas horas é fundamental. O ideal não é fixar um número exato de horas, mas buscar um padrão que traga bem-estar e qualidade de vida.

A sociedade, por meio de políticas públicas e suporte comunitário, deve contribuir para criar um ambiente propício ao descanso, enquanto cada indivíduo, com orientação e conhecimento, busca um equilíbrio que atenda às suas necessidades biológicas e emocionais.

Em suma, o sono é uma necessidade coletiva, que exige atenção individual e esforço conjunto para proporcionar saúde e bem-estar para todos.

REDAÇÃO SITE CULTURA ALTERNATIVA

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