Varejo deve movimentar R$ 69,75 bilhões e impulsionar a economia brasileira
O Natal é uma das datas mais aguardadas pelo comércio varejista, um período em que as expectativas de vendas e contratações refletem o comportamento econômico do país.
Em 2024, o setor projeta movimentar R$ 69,75 bilhões, representando um aumento real de 1,3% em relação ao ano anterior, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Apesar do crescimento, o valor ainda está abaixo dos níveis registrados antes da pandemia, quando o faturamento natalino alcançou R$ 73,74 bilhões em 2019. Mas quais fatores moldam este cenário e como o varejo está se adaptando às novas demandas?
Varejo
Setores em Destaque e Preferências dos Consumidores
Os supermercados e hipermercados continuam a liderar as vendas natalinas, respondendo por 45% do volume total de vendas, o que equivale a R$ 31,37 bilhões.
Já lojas de vestuário, calçados e acessórios representam 28,8% da movimentação, somando R$ 20,07 bilhões, seguidas por artigos de uso pessoal e doméstico, que correspondem a 11,7% (R$ 8,16 bilhões).
A liderança dos supermercados reflete mudanças no comportamento do consumidor, que têm priorizado itens essenciais e experiências em casa, como ceias e confraternizações mais intimistas.
Por outro lado, o segmento de moda e acessórios ainda enfrenta o desafio de competir com o e-commerce e marcas internacionais que ganham espaço no mercado brasileiro.
Consumidor
Transformações no Mercado de Trabalho
Com o aumento do emprego formal ao longo do ano e mais de 240 mil vagas preenchidas, o varejo deve contratar 98,1 mil trabalhadores temporários para a temporada natalina, número ligeiramente inferior ao registrado em 2023. Essa redução reflete uma maior estabilidade no mercado de trabalho, além do uso crescente de tecnologias no setor, como automação de estoque e atendimento digital.
Segundo o economista Fabio Bentes, essa mudança indica que o varejo está se tornando menos dependente de contratações sazonais. No entanto, os trabalhadores temporários continuam a desempenhar um papel fundamental na operação de grandes redes durante períodos de pico.
Desempenho Regional: O Peso dos Grandes Mercados
São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul devem concentrar mais de 55% da movimentação financeira.
Entre as unidades federativas, o Paraná e a Bahia apresentam as maiores projeções de crescimento, com aumentos de 5,1% e 3,6%, respectivamente, em relação a 2023.
Essa performance regional destaca a importância de fatores locais, como políticas públicas que impulsionam a economia e ações promocionais específicas para atrair consumidores.
No Distrito Federal, por exemplo, o comércio projeta movimentar cerca de R$ 992 milhões, com o tíquete médio subindo de R$ 345,26 em 2023 para R$ 396,67 em 2024.
Esse aumento reflete um poder de compra maior entre os consumidores locais, especialmente em setores de alto valor agregado.
Varejo
Tendências e Novas Estratégias no Varejo
O varejo tem sido moldado por novas tendências, como a ascensão das vendas online e a demanda por produtos sustentáveis. Cada vez mais, consumidores buscam experiências de compra alinhadas com valores ambientais e sociais. Isso tem impulsionado marcas a oferecerem produtos recicláveis, embalagens ecológicas e transparência em suas práticas comerciais.
Além disso, os marketplaces estão consolidando seu espaço, especialmente para pequenos empreendedores que encontram neles uma forma de competir com grandes redes.
O cenário também evidencia a importância das estratégias omnichannel, que integram vendas físicas e digitais, permitindo que o consumidor tenha uma experiência fluida e personalizada.
Varejo
Impactos Econômicos e Perspectivas para o Natal
O cenário econômico de 2024 traz projeções otimistas. A inflação controlada e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) criam um ambiente mais favorável tanto para empresários quanto para consumidores.
Contudo, desafios permanecem, como a alta das taxas de juros, que ainda impactam o crédito e o consumo. Apesar disso, especialistas indicam que o Natal deste ano será um marco importante na retomada da confiança do mercado varejista.
O aumento do tíquete médio em várias regiões, aliado ao crescimento das vendas em setores como alimentação e vestuário, sugere que o consumidor brasileiro está disposto a gastar mais, mesmo que de forma seletiva.
As ações promocionais e o apelo emocional da data continuarão a desempenhar um papel estratégico no sucesso das vendas.
Consumidor
Por fim, Um Natal de Oportunidades
O Natal de 2024 simboliza mais do que a celebração de fim de ano: é um termômetro da economia e das mudanças no perfil de consumo dos brasileiros.
Com crescimento moderado nas vendas e uma abordagem mais estratégica, o varejo mostra sua capacidade de adaptação e resiliência.
Seja nos supermercados ou nas lojas de moda, as oportunidades estão presentes, especialmente para quem investe em inovação e personalização.
À medida que nos aproximamos da data, consumidores e varejistas se preparam para um Natal que, mesmo com seus desafios, traz otimismo e esperança para o futuro do mercado. Que venha o Natal!
Agnes ADUSUMILLI