Livros escritos por inteligência artificial despertam debate
Livros escritos por inteligência artificial já circulam em livrarias e marketplaces digitais, levantando debates sobre o futuro da literatura. No programa Pedro+Cora, disponível no YouTube, os jornalistas Pedro Doria e Cora Rónai compartilharam reflexões após participarem de um painel organizado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros. O tema central foi o papel atual e as limitações da IA na criação de livros.
Pedro apresentou dois exemplos concretos: uma autobiografia assinada pela IA e um livro de viagem patrocinado pela Continental Pneus. Embora o projeto gráfico seja elegante e visualmente atrativo, o conteúdo carece de profundidade emocional. Como destacou Cora, frases bem estruturadas não substituem a vivência e a sensibilidade do autor.
Além disso, o público ainda busca autenticidade nas obras. Por mais que a IA componha textos coesos, falta a centelha humana que conecta autor e leitor. Nesse sentido, os escritores ainda têm um espaço insubstituível no cenário editorial contemporâneo.

Assista ao programa completo no YouTube
Se você deseja explorar o tema com mais profundidade, assista ao programa completo neste link: https://youtu.be/zvZAI5iV-3I?si=5B-tIornIld06Bus.
Em primeiro lugar, Pedro e Cora revelam como o ChatGPT já faz parte de seu fluxo diário de trabalho. Hoje, dificilmente produzem um texto sem antes realizar consultas na ferramenta. Isso inclui desde pesquisas aprofundadas até testes de estrutura e desenvolvimento de argumentos.
Além disso, o vídeo traz insights valiosos para escritores, jornalistas e editores. Refletir sobre o uso ético e inteligente da IA na produção textual é essencial para quem deseja manter sua relevância em um mercado em constante transformação.
Ferramenta ou rival? O uso da IA no processo criativo
Em primeiro lugar, é importante entender que o ChatGPT não substitui a inspiração criativa, mas pode ser um excelente aliado. Pedro e Cora usam a ferramenta como interlocutor socrático, explorando ideias ainda incertas e organizando raciocínios. “É como conversar com um colega de redação”, resume Cora.
Além disso, o ChatGPT agiliza etapas do processo de escrita e oferece novos caminhos para quem enfrenta bloqueios criativos. Pedro comentou que embora o uso da IA possa, às vezes, demandar mais tempo, o resultado final tende a ser mais robusto e bem estruturado.
Por fim, para profissionais que atuam remotamente, a IA também supre em parte a ausência de interações espontâneas típicas de um ambiente de redação. Isso amplia o potencial criativo e colaborativo, mesmo em processos solitários de escrita.
O impacto da IA no mercado editorial atual
Atualmente, livros escritos por inteligência artificial já dominam nichos de mercado, especialmente na Amazon. Romances de entretenimento rápido, literatura erótica e manuais técnicos são categorias em que a IA atua com eficácia. Pedro observou que a presença desses títulos cresce a cada dia.
Além disso, a IA demonstra limitações em áreas que exigem nuances emocionais mais complexas. Cenas eróticas detalhadas, por exemplo, ainda dependem de intervenção humana. Obras sofisticadas e memoráveis, como os romances de Saramago ou thrillers bem construídos, também permanecem território humano.
Por outro lado, para textos informativos — como resumos escolares e apostilas — a IA já é plenamente eficaz. Ferramentas como o ChatGPT podem gerar conteúdos didáticos com agilidade e qualidade, atendendo a uma demanda crescente no setor educacional.

O papel do escritor no cenário de inteligência artificial
Em primeiro lugar, é evidente que o escritor contemporâneo precisa dialogar com as novas tecnologias. Pedro e Cora reforçam que o uso da IA já é uma prática consolidada, e que ignorá-la pode significar ficar para trás em termos de produtividade e inovação.
Além disso, ferramentas como o ChatGPT ampliam as possibilidades de construção textual. Elas não eliminam a necessidade de autoria, mas oferecem suporte valioso na organização de ideias, estruturação de textos e concepção de argumentos sofisticados.
Por fim, a grande literatura — aquela que emociona, provoca e transforma — seguirá sendo um campo dominado pela criatividade humana. No entanto, os livros do futuro serão, inevitavelmente, fruto da sinergia entre talento autoral e inteligência artificial.
Anand Rao e Agnes Adusumilli
Editores Chefes
Cultura Alternativa