A asma pode matar se não for tratada corretamente
Recentemente a escritora e apresentadora Fernanda Young, de 49 anos, foi vítima fatal de uma crise de asma seguida de parada cardiorrespiratória.
“Essa é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas e se não for tratada com o devido cuidado, pode levar a óbito”, explicou a Tatiana Galvão, diretora de comunicação da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Tatiana conta que a doença é gerada por fatores externos (alérgenos). “Os mais comuns são: inalação de poeira, mofo, fumaça e produtos químicos como tintas, perfumes e aerossóis; mudança brusca de temperatura; tempo frio; tempo seco; umidade; resfriados ou gripes; exercício físico e stress”.
“Morava em uma casa pouco ventilada e com carpete, tive que mudar isso. Não uso quase roupa de lã. Uso uma medicação preventiva, que o SUS libera, constantemente, mas só isso não impede que eu tenha crise. Quando sinto que vou ter uso a medicação, tento me acalmar e fazer algumas manobras respiratórias que me ajudam controlar a asma. Claro que tem um ponto da crise que é necessário atendimento médico”, explica.
A asma pode matar se não for tratada corretamente
O tempo frio e seco piora a asma
O muco (secreção) é uma importante proteção das vias respiratórias. Quando o tempo está seco e frio, o muco fica mais espesso e mais difícil de sair e, por isso, as bactérias e vírus não são totalmente expelidos pelos pulmões.
Associado a um sistema imunológico mais enfraquecido, exposição à poluição atmosférica, entre outros fatores, pode haver mais incidência de crises alérgicas de asma e rinite, além de infecções, como a pneumonia.
A asma pode matar se não for tratada corretamente
? Casos
No Brasil, estimativas do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) apontam para uma prevalência de cerca de 20 milhões de pessoas, ou aproximadamente 13% da população, incluindo adultos e crianças.
No Brasil, a asma é a 4ª principal causa de internação, com mais de 140.000 hospitalizações por ano e 2.477 mortes em 2017, de acordo com o Datasus.
? Diagnóstico
O exame para detectar a doença é a espirometria, que avalia função pulmonar. A história clínica, o exame físico, além de testes de laboratório também são importantes para o diagnóstico.
? Tratamento
O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece tratamento gratuito desde 2011 aos asmáticos por meio do Programa Farmácia Popular. Medicamentos como brometo de ipratrópio, dirpoprionato de beclometasona e sulfato de salbutamol podem ser obtidos, gratuitamente, com a apresentação do CPF e da receita médica.
O objetivo do tratamento da asma é melhorar a qualidade de vida da pessoa, por meio do controle dos sintomas e pela melhora da função pulmonar. O tratamento medicamentoso é realizado junto com medidas educativas e de controle dos fatores que podem provocar a crise asmática.
O tratamento depende dos fenótipos da doença, classificados da seguinte maneira: asma de início na infância, asma relacionada à obesidade, asma de início na fase adulta, asma ocupacional, asma na gestação, asma associada à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e asma desencadeada por aspirina.
Deve-se tratar também outras doenças associadas à asma e que pioram o curso da doença, como rinossinusites, refluxo gastroesofágico, distúrbios psiquiátricos, DPOC e bronquiectasias.
Recomendações de prevenção
• Evitar ao máximo a exposição aos alérgenos. O casaco que está no armário há muito tempo, por exemplo, vai ter acúmulo de mofo e poeira, o que pode desencadear uma crise. Por isso, é importante expor as roupas ao sol antes de utilizá-las.
• Umidificar o ambiente e trocar o filtro do ar-condicionado.
• Se manter hidratado e verificar periodicamente os pulmões: consultar o seu médico para um check-up de asma antes da temporada de gripes e resfriados.
• Seguir o plano de ação para controlar a asma juntamente com o médico e atualizar com frequência o plano pessoal de ação contra a asma.
• Caso o ar frio seja um gatilho para a asma, por exemplo, é importante se manter quente e seco e pesquisar as previsões do tempo antes de sair.
• Evitar o contato com pessoas doentes e lavar as mãos regularmente é mandatório. Vacinar-se contra a gripe e os pneumococos também é essencial.
• É imprescindível usar os medicamentos sabiamente: se lhe foi receitado um medicamento preventivo, certifique-se de utilizá-lo mesmo que já se sinta bem.
• Verificar também se o dispositivo inalatório está sendo utilizado corretamente.
Saiba mais sobre a doença no site – Saúde Governo Federal