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Algumas práticas para proteger o cérebro e evitar demências

Atividades do Cérebro

O envelhecimento da população tem trazido à tona uma preocupação cada vez maior com a saúde mental, especialmente com doenças neurodegenerativas como a demência e o Alzheimer.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de casos de demência deve triplicar até 2050.

O estilo de vida moderno, com seu ritmo acelerado e dependência de tecnologias, tem sido apontado como um dos fatores que podem acelerar o declínio cognitivo. No entanto, a ciência mostra que é possível trabalhar o cérebro de forma a retardar, ou até evitar, esses efeitos prejudiciais.

Especialistas como o neurocirurgião Fernando Gomes, da Universidade de São Paulo (USP), e o neurocientista Rogério Panizzutti, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), concordam que exercitar o cérebro com práticas simples e acessíveis pode ser uma excelente estratégia para preservar a saúde mental.

Essas atividades não só mantêm o cérebro ativo como promovem a neuroplasticidade, que é a capacidade do sistema nervoso de criar novas conexões neuronais. Em uma sociedade onde a dependência de dispositivos eletrônicos é cada vez maior, perder a chance de estimular o cérebro pode acelerar o processo de declínio cognitivo.

Aqui, listamos sete práticas baseadas em estudos recentes que podem ajudar a manter o cérebro ativo e saudável ao longo dos anos, afastando o risco de demências.

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Abandone o GPS: Volte para casa sem ajuda de aplicativos

Quantas vezes você já voltou para casa usando o GPS, mesmo em trajetos conhecidos? A desorientação espacial é um dos primeiros sinais de declínio cognitivo em pessoas com demência.

De acordo com Fernando Gomes, deixar de depender dos aplicativos de localização é um exercício valioso para o cérebro. A prática de se localizar, sem auxílio tecnológico, pode fortalecer a memória espacial e estimular a habilidade de se orientar no ambiente.

Caminhar sem o auxílio do GPS, explorando novas rotas, pode ajudar a reativar partes do cérebro responsáveis pela navegação. Esse desafio, ainda que simples, é um excelente estímulo cognitivo e pode ajudar a proteger a mente de perdas futuras.

Memória visual e lógica: Faça as compras sem lista

Seja no supermercado ou em outra atividade do dia a dia, tentar lembrar dos itens que você precisa sem uma lista pronta é uma maneira poderosa de estimular a memória de curto prazo. Fazer compras sem lista não só ativa a memória visual, mas também exige raciocínio lógico, já que é preciso organizar mentalmente os itens que faltam em casa e associá-los a uma ordem de compra.

Deixar de lado a lista de papel ou do celular pode se transformar em um exercício cerebral valioso. “Este simples ato trabalha várias áreas do cérebro ao mesmo tempo”, explica Panizzutti. Além disso, a prática pode ajudar a manter a mente ágil e treinada para lembrar detalhes, algo essencial para a prevenção do declínio cognitivo.

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Proteja sua audição: Abaixe o volume dos fones de ouvido

A perda auditiva precoce é outro fator de risco para o desenvolvimento de demências, como aponta um relatório recente da revista The Lancet. Segundo a publicação, até 50% dos casos de demência podem ser evitados com a adoção de práticas preventivas, incluindo o cuidado com a audição.

Ouvir música ou podcasts em volumes muito altos, especialmente com fones de ouvido, pode causar danos irreversíveis ao sistema auditivo, o que aumenta as chances de declínio cognitivo com o passar dos anos.

O conselho dos especialistas é simples: abaixar o volume dos fones de ouvido e evitar ambientes com ruído intenso pode ser uma forma eficaz de proteger tanto a audição quanto o cérebro.

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Aprenda um instrumento musical: Coordenação e memória em harmonia

Se você sempre sonhou em aprender a tocar um instrumento musical, saiba que, além de ser uma atividade prazerosa, a música é um dos exercícios mais completos para o cérebro. Ao tocar um instrumento, o cérebro trabalha intensamente para coordenar movimentos, reconhecer sons e reproduzir notas. Esse esforço envolve a ativação de múltiplas áreas cerebrais, o que estimula a formação de novas conexões neuronais.

A neurocientista Lívia Ciacci afirma que a música é uma excelente maneira de manter o cérebro ativo e de retardar o envelhecimento cognitivo. “A música desafia o cérebro de forma única, pois combina habilidades motoras e cognitivas em um único exercício.”

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Dançar: Movimento e sociabilidade contra a solidão

Dançar é uma das atividades físicas que mais ajudam a prevenir o declínio cognitivo, pois une movimento físico à interação social. Estudos mostram que a solidão na velhice pode aumentar significativamente o risco de Alzheimer e outras demências. O neurocientista Rogério Panizzutti ressalta que, em muitas sociedades, a solidão tem se tornado um problema crescente, sendo comparada ao impacto negativo de fumar 15 cigarros por dia.

A dança, além de ser uma forma de exercício físico, proporciona interação social, algo fundamental para a saúde mental em qualquer idade. Participar de aulas de dança ou simplesmente dançar em casa pode ser uma forma poderosa de combater a solidão e manter o cérebro saudável.

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Exercite a mente: Escreva uma redação

Escrever regularmente é outra prática que pode beneficiar o cérebro de forma significativa. Em tempos de redes sociais, onde o conteúdo é consumido rapidamente e de forma superficial, dedicar-se à escrita é uma maneira eficaz de estimular a organização do pensamento e a capacidade de argumentação.

O neurocientista Fernando Gomes recomenda que as pessoas escrevam ao menos uma redação por semana, sobre qualquer tema de interesse, para exercitar a mente.

Escrever à mão, segundo ele, é ainda mais eficaz do que digitar, pois ativa áreas do cérebro responsáveis pela coordenação motora fina e pela memória.

A prática ajuda a fortalecer as vias neurais ligadas à linguagem e comunicação, o que pode ter um impacto positivo no longo prazo.

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Fale sobre seus sentimentos: Intimidade e saúde mental

Muitas vezes, ao atingir uma idade mais avançada, as pessoas deixam de lado a importância de falar sobre seus sentimentos, de se relacionar intimamente ou de manter uma vida sexual ativa.

No entanto, o sexo e a intimidade desempenham um papel crucial na saúde mental, especialmente para os mais velhos. Fernando Gomes explica que a falta de interação emocional e física pode prejudicar tanto o corpo quanto a mente.

Manter uma vida emocional ativa, seja conversando com amigos, familiares ou parceiros, é fundamental para manter o cérebro estimulado e evitar a solidão, que pode ser um fator de risco para o declínio cognitivo.

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Conclusão

Com a aplicação de práticas simples e acessíveis, como caminhar sem o auxílio do GPS, aprender um instrumento musical, dançar, escrever, ou simplesmente conversar sobre seus sentimentos, é possível proteger o cérebro e aumentar sua longevidade.

A prevenção de doenças neurodegenerativas começa com pequenos ajustes no estilo de vida. Embora a herança genética tenha seu papel, é o nosso dia a dia que pode fazer a maior diferença na proteção da saúde mental. Como apontam os especialistas, nunca é tarde para começar.

REDAÇÃO SITE CULTURA ALTERNATIVA

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