Ansiedade é normal quando a vida muda: a transição para novos ciclos desperta reações emocionais intensas, e compreender isso se torna fundamental.
Especialistas afirmam que a ansiedade natural funciona como um alerta do corpo frente ao desconhecido, preparando a pessoa para agir. Segundo a OMS, em 2019, cerca de 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) conviveram com transtornos de ansiedade — um número muito superior à média mundial de cerca de 3,6%.
Assim, percebe-se a relevância do tema no Brasil e a importância de distinguir a ansiedade comum daquela que gera sofrimento.
Como a ansiedade surge em face das mudanças
Logo, mudanças provocam ansiedade porque rompem com rotinas seguras e exigem adaptações. Essa resposta emocional — chamada de “ansiedade normal” — ocorre de maneira transitória e pode até ser saudável.
Além disso, esse tipo de ansiedade ajuda a manter foco, mobilizar recursos internos e enfrentar desafios com maior atenção. Especialistas destacam que sintomas como batimentos acelerados, pupilas dilatadas ou sono prejudicado surgem nesse estágio natural.
Dessa forma, mudar de cidade, assumir um novo trabalho, começar um relacionamento ou até mesmo iniciar um projeto pessoal costuma desencadear sinais ansiosos. O corpo interpreta essas situações como riscos iminentes, mas, na maioria das vezes, trata-se apenas de uma preparação para o novo.
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Quando o comum se torna patológico
Porém, quando a ansiedade persiste sem motivo claro, intensifica-se e interfere diariamente, ela evolui para um transtorno. Nesses casos, surge a chamada ansiedade patológica — marcada por preocupação excessiva, insônia constante, sintomas físicos acentuados e prejuízo nas atividades cotidianas.
Além disso, no Brasil, o número de jovens diagnosticados cresce de forma preocupante: uma pesquisa nacional indicou que 26,8% da população já recebeu diagnóstico de ansiedade, sendo 31,6% entre pessoas de 18 a 24 anos. A prevalência se mostra maior entre mulheres e concentra-se na região Centro-Oeste.
Contudo, essa realidade reforça a necessidade de diferenciar o desconforto natural das mudanças do sofrimento crônico que paralisa. Quando a pessoa reconhece essa linha tênue, ela encontra mais facilidade para buscar apoio profissional e adotar caminhos de cuidado.

Como lidar com a ansiedade ao mudar de vida
Portanto, para enfrentar mudanças com equilíbrio, torna-se essencial adotar estratégias saudáveis. Manter uma rotina estruturada, priorizar boa qualidade de sono, praticar respiração consciente e desconectar-se gradualmente das redes sociais representam práticas de autocuidado eficazes.
Além disso, reconhecer que a ansiedade faz parte do processo permite transformá-la em motivação. Muitos profissionais de saúde mental ressaltam que a energia ansiosa pode ser canalizada para o crescimento pessoal, favorecendo a adaptação.
Assim, como afirma a psicóloga Luana Marques, de Harvard, o desconforto não funciona como inimigo, mas como indício de evolução. Encarar esse sentimento como aliado em vez de ameaça faz com que o medo da mudança se converta em ação positiva e fortalecedora.
Anand Rao
Editor Chefe
Cultura Alternativa