Canções de ninar: um estímulo cultural e afetivo para as crianças

As Canções de ninar,  segundo pesquisadores de Harvard, podem ser reconhecidas em diferentes culturas

 

Além desse aspecto cultural, a canção de ninar tem uma função no contexto familiar, que é auxiliar a criança a pegar no sono de forma afetuosa e tranquila.

 

Fazer uma criança dormir nem sempre é tarefa simples – ainda mais hoje em dia, com tantos estímulos digitais que nos cercam.

 

Um ambiente tranquilo ajuda, e nada como usar uma bela canção de ninar nesses momentos únicos com os filhos.

 

Essas canções estimulam de forma significativa o ambiente cultural da criança, tão importante para um desenvolvimento saudável.

 

Canções de ninar

 

Quem defende essa ideia é Silvia de Ambrosis Pinheiro Machado, psicóloga e doutora em Letras pela USP, que acaba de lançar o livro Canção de Ninar Brasileira (Edusp).

 

 

E não só de melodias vivem as canções de ninar. Quem não se lembra da clássica “Boi da cara preta”, com letra que remete a tantos símbolos da nossa cultura?

 

Essas obras estão repletas de imagens e elementos que ficam guardados na memória da criança, os quais também fazem referência à história do próprio país.

Além desse aspecto cultural, a canção de ninar tem uma função no contexto familiar, que é auxiliar a criança a pegar no sono de forma afetuosa e tranquila.

 

E, pelo visto, essa função fica bem clara em cantigas de todas as partes do mundo – seja em tribos indígenas ou nos grandes centros urbanos.

 

É o que mostrou uma pesquisa realizada na universidade de Harvard

 

Assim como tendemos a gostar de certas imagens – como paisagens e animais – devido a padrões genéticos da evolução, os sons teriam características em comum para determinadas situações.

Participantes da pesquisa, de 60 países, conseguiram identificar a função de canções de 86 sociedades diferentes: que poderiam ser para dançar, declarar amor, fazer dormir, entre outras.

 

As canções de ninar foram prontamente reconhecidas.

 

Ou seja, ficam marcadas em nossa história como espécie e dentro da cultura.

 

Com tantos benefícios – como estimular as primeiras lembranças afetivas e culturais – nada melhor do que manter esse hábito vivo na hora de fazer os pequenos dormirem.

Certamente, eles vão se lembrar disso no futuro e fazer o mesmo com os próprios filhos.

 

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