Dia Internacional do Jazz

Dia Internacional do Jazz

Abu Dhabi e o Jazz: Conexões Sonoras que Transcendem Fronteiras

“O jazz não é apenas música. É a história da improvisação, da liberdade e da convivência.”

Em 2025, essa linguagem sonora que atravessa continentes ecoará de forma ainda mais intensa a partir do Oriente Médio.

No dia 30 de abril, Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, será a cidade-sede do Dia Internacional do Jazz, evento promovido pela UNESCO e celebrado simultaneamente em mais de 190 países.

Não por acaso, a cidade foi escolhida para protagonizar esta edição: desde 2021, Abu Dhabi integra a Rede de Cidades Criativas da UNESCO na categoria Música, sendo reconhecida por seu compromisso com a diversidade cultural, o diálogo intercultural e o fomento às artes.

O concerto será transmitido ao vivo no dia 30 de abril no YouTube e Facebook

Dia Internacional do Jazz – Origem do Jazz

Do Mississippi ao Golfo Pérsico: o Jazz como elo universal

O jazz teve origem nos Estados Unidos da América, através da comunidade afro-americana no século XIX, tendo-se popularizado nas primeiras décadas do século XX.

New Orleans é reconhecida como a cidade onde nasceu o jazz. Acredita-se que a palavra jazz advém da gíria norte-americana.

O Cultura Alternativa já esteve em New Orleans, conheça esta cidade que possui uma energia incrível.

Ao longo das décadas, tornou-se um poderoso instrumento de resistência, criatividade e liberdade. Em 2011, a UNESCO oficializou o Dia Internacional do Jazz, propondo uma celebração que vai além da arte musical: é um apelo pela paz, inclusão e cooperação entre os povos.

Realizar essa celebração global em Abu Dhabi, um dos principais centros geopolíticos e culturais do mundo árabe, representa uma simbólica intersecção entre tradição e modernidade, entre Oriente e Ocidente.

Dia Internacional do Jazz

Uma celebração viva e multissensorial

A programação da edição 2025 extrapola a data oficial. Durante cinco semanas, Abu Dhabi sediará concertos, mostras educativas, residências artísticas e eventos comunitários espalhados por centros culturais, universidades e espaços públicos.

O auge da comemoração será o já tradicional All-Star Global Concert, que ocorrerá na Etihad Arena — maior espaço coberto de entretenimento da região — reunindo artistas renomados de diversos continentes e transmitido ao vivo pelas plataformas da ONU, da UNESCO e pelo portal oficial jazzday.com.

Diálogo entre culturas: a fusão do oud com o improviso

Um dos diferenciais mais esperados desta edição será a fusão entre instrumentos tradicionais árabes, como o oud, o qanoon e o ney, com estruturas rítmicas e harmônicas do jazz.

A proposta não é apenas estética, mas identitária: promover encontros musicais que respeitam a origem de cada cultura, criando novas possibilidades sonoras.

Artistas árabes como Dhafer Youssef e Tareq Abboushi, por exemplo, já exploram há anos essa fusão com originalidade, e sua presença no evento é aguardada com entusiasmo.

Educação, juventude e legado musical

Além do espetáculo, o Dia Internacional do Jazz em Abu Dhabi investirá em formação e acesso.

A Berklee Abu Dhabi e a New York University Abu Dhabi serão polos de oficinas e masterclasses abertas a jovens músicos da região.

A ideia é que a data não seja apenas um show, mas um catalisador de desenvolvimento artístico local e regional.

Mais do que aplaudir, é preciso formar e inspirar — e o evento tem essa vocação.

Dia Internacional do Jazz

Reflexão sobre o poder da música

Abu Dhabi, conhecida por sua grandiosidade arquitetônica e papel estratégico no Oriente Médio, abraça o jazz não como produto de exportação ocidental, mas como expressão de humanidade compartilhada.

Em tempos de tensões geopolíticas, mudanças climáticas e crises sociais, a celebração do jazz nesta parte do mundo oferece uma imagem potente: a arte como ponte, e não como muro.

Um convite do deserto ao mundo

O Dia Internacional do Jazz 2025 em Abu Dhabi é mais que uma data musical — é um manifesto artístico e político.

É a demonstração de que a música continua a ser um dos mais poderosos vetores de encontro, escuta e construção de futuros possíveis.

Neste 30 de abril, ouça com atenção: talvez entre os acordes do saxofone e os arpejos do oud, você descubra que o mundo ainda pode dançar junto.

REDAÇÃO SITE CULTURA ALTERNATIVA