O envelhecimento humano é influenciado por fatores genéticos e ambientais na saúde

O Impacto do meio ambiente e da genética na longevidade humana

O envelhecimento humano é influenciado por fatores genéticos e ambientais.

O Impacto do Meio Ambiente e da Genética na Longevidade Humana

O envelhecimento humano é um processo complexo influenciado por fatores genéticos e ambientais.

Estudos recentes sugerem que, embora a genética desempenhe um papel importante, as influências ambientais – conhecidas como “exposoma” – têm um impacto significativamente maior na longevidade e no desenvolvimento de doenças relacionadas à idade.

Um estudo baseado no UK Biobank analisou os fatores ambientais e genéticos que afetam o envelhecimento e a mortalidade, trazendo novas perspectivas sobre os determinantes da expectativa de vida.

O envelhecimento humano é influenciado por fatores genéticos e ambientais.

O Papel do Exposoma e da Genética no Envelhecimento

A pesquisa analisou 492.567 participantes do UK Biobank para identificar exposições ambientais associadas à mortalidade e ao envelhecimento biológico.

Foram avaliadas 164 exposições ambientais, considerando fatores como poluição do ar, tabagismo, status socioeconômico e hábitos de vida. Os resultados mostraram que o exposoma explica uma variação adicional de 17% na mortalidade, enquanto os riscos genéticos explicam menos de 2%.

Para algumas doenças, como câncer de mama, próstata e colorretal, o risco genético teve maior impacto (entre 10,3% e 26,2%), enquanto para doenças pulmonares, cardíacas e hepáticas, o exposoma foi o principal fator de variação (entre 5,5% e 49,4%).

Esses achados reforçam que fatores ambientais têm um peso significativo na expectativa de vida e na incidência de doenças relacionadas ao envelhecimento.

O envelhecimento humano é influenciado por fatores genéticos e ambientais.

Principais Fatores Associados à Longevidade

A análise revelou 25 fatores ambientais independentes associados ao envelhecimento e à mortalidade. Entre os fatores de risco mais significativos estavam o tabagismo, viver em moradias públicas e baixos níveis de renda. Em contrapartida, viver com um parceiro, ter uma renda mais alta e praticar atividade física foram fatores protetores.

O tabagismo continua sendo um dos principais determinantes da mortalidade precoce. Os dados indicam que fumantes têm uma maior taxa de mortalidade em comparação com não fumantes.

Além disso, o status socioeconômico foi fortemente correlacionado à longevidade, com indivíduos de renda mais baixa apresentando maior risco de morte prematura.

Outro fator importante foi a atividade física. Os participantes que praticavam exercícios regularmente apresentaram menor risco de envelhecimento biológico acelerado, demonstrando que a adoção de hábitos saudáveis pode mitigar os efeitos negativos do ambiente.

Doenças Relacionadas ao Envelhecimento e Influência do Exposoma

O estudo analisou a incidência de 25 doenças relacionadas ao envelhecimento, incluindo câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. Em média, cada um dos 25 fatores ambientais estudados esteve associado a 15 dessas doenças.

O tabagismo foi associado a 21 das 25 doenças analisadas, enquanto fatores socioeconômicos, como nível de renda e posse de imóvel, estiveram relacionados a 19 doenças.

A privação socioeconômica foi identificada como um fator determinante para múltiplas morbidades, sugerindo que a desigualdade social tem um impacto direto na saúde e na longevidade.

Em contrapartida, doenças como Alzheimer e demências tiveram uma maior influência da predisposição genética do que do exposoma. No entanto, a maioria das condições crônicas esteve mais associada a fatores ambientais do que à genética.

O envelhecimento humano é influenciado por fatores genéticos e ambientais.

A Influência do Meio Ambiente no Envelhecimento Biológico

A pesquisa também utilizou um “relógio proteômico” – um modelo baseado em biomarcadores sanguíneos que avalia o envelhecimento biológico.

Os resultados mostraram que 28 exposições ambientais estavam fortemente associadas a um envelhecimento acelerado, sendo o tabagismo, a privação socioeconômica e a falta de atividade física os principais fatores.

O estudo também identificou que indivíduos que se sentiam frequentemente cansados ou desmotivados tinham maior risco de envelhecimento acelerado. Isso sugere que o bem-estar mental e emocional desempenha um papel relevante no processo de envelhecimento.

Outro achado relevante foi a associação entre fatores da infância e o envelhecimento. Crianças que eram mais altas ou mais magras aos 10 anos apresentaram menor risco de envelhecimento biológico precoce. Além disso, a exposição ao tabagismo materno ao nascimento foi identificada como um fator de risco para mortalidade precoce na idade adulta.

Conclusão

Os resultados desta pesquisa reforçam que o ambiente tem um impacto muito maior na longevidade e na saúde do que os fatores genéticos.

Embora a predisposição genética seja relevante para algumas doenças específicas, a grande maioria das condições crônicas e da mortalidade prematura está mais associada ao estilo de vida e ao ambiente em que se vive.

A adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios, a manutenção de uma boa rede social e o controle de fatores de risco como o tabagismo e a poluição, pode influenciar significativamente a expectativa de vida.

Além disso, políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades socioeconômicas podem ter um papel essencial na melhoria da saúde da população.

Dessa forma, investir em um ambiente mais saudável e acessível é fundamental para promover o envelhecimento com qualidade e reduzir a incidência de doenças associadas à idade.

Anand Rao e Agnes Adusumilli

Editores Chefes

Cultura Alternativa