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Peixe Fresco ou Estragado? Embalagem Inteligente Muda de Cor

Peixe Fresco ou Estragado

A insegurança sobre a qualidade de alimentos frescos, como o peixe, é uma preocupação constante para consumidores e varejistas.

Agora, uma inovação 100% brasileira promete mudar esse cenário: trata-se de uma embalagem inteligente que muda de cor ao detectar a deterioração do peixe.

A novidade alia sustentabilidade, ciência e praticidade para transformar a relação entre o consumidor e os produtos que chegam à sua mesa.

Saiba como uma embalagem inovadora pode ajudar a reconhecer Peixe Fresco ou Estragado e garantir a qualidade do seu alimento.

Peixe Fresco ou Estragado

A Tecnologia por Trás da Mudança de Cor

Desenvolvida por pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e a Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, a embalagem utiliza pigmentos naturais extraídos do repolho roxo.

Esses pigmentos, conhecidos como antocianinas, são sensíveis ao pH e reagem às substâncias liberadas durante a decomposição do peixe, alterando sua cor de forma visível.

A embalagem é composta por mantas de nanofibras produzidas por meio da técnica de fiação por sopro em solução (SBS), que incorpora as antocianinas.

Inicialmente roxa, a embalagem muda para tons azulados à medida que o alimento se deteriora, permitindo ao consumidor identificar o estado de frescor sem abrir o produto.

Resultados Promissores em Testes com Filés de Merluza

Em testes laboratoriais com filés de merluza, a embalagem demonstrou eficácia ao mudar de cor conforme o peixe perdia frescor.

Após 24 horas, a cor roxa começou a desbotar; em 48 horas, surgiram tons azul-acinzentados; e, após 72 horas, a coloração azul indicou que o peixe não estava mais próprio para consumo.

Essa abordagem oferece uma forma prática e segura de monitorar a qualidade do alimento em tempo real.

Peixe Fresco ou Estragado

Impacto na Redução do Desperdício de Alimentos

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), aproximadamente 30% dos alimentos produzidos no Brasil são desperdiçados, o que representa cerca de 46 milhões de toneladas por ano.

A adoção de embalagens inteligentes pode contribuir significativamente para a redução desse desperdício, permitindo que consumidores e varejistas identifiquem produtos impróprios para consumo antes da abertura.

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Sustentabilidade e Aplicações Futuras

Além de aumentar a segurança alimentar, a embalagem inteligente pode contribuir para a redução do desperdício de alimentos, permitindo que consumidores e varejistas identifiquem produtos impróprios para consumo antes da abertura.

A utilização de resíduos agroalimentares na produção das mantas também reforça o compromisso com a sustentabilidade.

Embora os resultados iniciais sejam promissores, os pesquisadores destacam a necessidade de ampliar os estudos para validar a aplicação da embalagem em diferentes espécies de peixes e frutos do mar.

A escalabilidade e o baixo custo de produção da tecnologia indicam um potencial significativo para sua adoção em larga escala, beneficiando toda a cadeia de produção e consumo de pescados.

A inovação desenvolvida pela Embrapa e seus parceiros representa um avanço significativo na área de embalagens inteligentes, combinando ciência, tecnologia e sustentabilidade para atender às demandas de segurança alimentar e redução de desperdícios.

Anand Rao e Agnes Adusumilli

REDAÇÃO SITE CULTURA ALTERNATIVA