Por que as mulheres vivem mais do que os homens?
Por séculos, uma constatação tem se mantido firme nos registros de saúde pública ao redor do mundo: as mulheres vivem mais do que os homens.
Mas por que essa diferença persiste, mesmo diante dos avanços médicos e sociais? Compreender os fatores que influenciam essa desigualdade pode ser o primeiro passo para promover um envelhecimento mais saudável para todos.
Expectativa de vida: dados do Brasil e do mundo
Segundo o Our World in Data, em 2021 a expectativa média de vida foi de 73,8 anos para mulheres e 68,4 para homens.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que, em 2023, as mulheres vivem em média 79,7 anos, enquanto os homens alcançam 73,1 anos. Ou seja, uma diferença de 6,6 anos.
Esses dados reforçam que essa disparidade não é pontual. Ela se mantém ao longo do tempo e em diferentes contextos culturais e socioeconômicos.
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Por que as mulheres vivem mais do que os homens?
Fatores biológicos: genética e hormônios fazem diferença
Diversas pesquisas científicas apontam que fatores biológicos influenciam diretamente a longevidade. As mulheres, por possuírem dois cromossomos X, tendem a ter maior resistência a algumas doenças genéticas.
Além disso, o estrogênio hormônio predominante no corpo feminino — tem efeito protetor sobre o sistema cardiovascular, retardando, por exemplo, o aparecimento da aterosclerose.
Embora esses elementos não expliquem tudo, eles ajudam a entender por que as mulheres apresentam menor mortalidade em faixas etárias críticas.
Comportamento e estilo de vida: uma diferença marcante
Além da biologia, o comportamento influencia fortemente os índices de expectativa de vida. Estatísticas mostram que homens estão mais expostos a comportamentos de risco, como o consumo excessivo de álcool, tabaco, direção perigosa e práticas violentas.
Eles também tendem a evitar consultas médicas preventivas e a negligenciar sintomas, o que dificulta diagnósticos precoces.
Por outro lado, as mulheres geralmente procuram serviços de saúde com mais frequência e aderem melhor aos tratamentos propostos.
Por que as mulheres vivem mais do que os homens?
Doenças que afetam mais os homens
Doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes impactam com mais força a saúde masculina, segundo estudo publicado na ScienceDirect. Esses quadros, quando não tratados de forma adequada, aumentam significativamente o risco de morte precoce.
Além disso, homens têm maior propensão a desenvolver comportamentos autodestrutivos e a negligenciar o bem-estar emocional, fator que também repercute na saúde física.
Desigualdade racial e expectativa de vida no Brasil
Outro ponto importante é a interseção entre gênero e raça. Um levantamento do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS) revelou que mulheres brancas no Brasil vivem, em média, 80 anos, enquanto mulheres negras vivem 76. Entre os homens, a diferença é ainda mais expressiva: 74 anos para brancos e 68 anos para negros.
Essas disparidades refletem o acesso desigual à saúde, educação, renda e condições dignas de vida — realidades que afetam diretamente a longevidade.
Tendências recentes: a diferença pode estar diminuindo
Em alguns países, há sinais de que a diferença entre a expectativa de vida de homens e mulheres está diminuindo.
Essa tendência pode estar relacionada ao avanço das políticas de igualdade de gênero e à adoção de hábitos mais saudáveis por parte dos homens. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer para equilibrar essa balança.
O que pode ser feito para promover uma vida mais longa para todos
Promover campanhas de saúde voltadas especificamente para o público masculino, estimular o cuidado preventivo e criar políticas públicas que reduzam desigualdades sociais são ações essenciais.
Investir em educação para a saúde, com linguagem acessível e estratégias eficazes, também pode gerar impacto positivo a longo prazo.

Conclusão
A diferença na expectativa de vida entre homens e mulheres é resultado de uma combinação complexa de fatores biológicos, comportamentais e sociais.
Ao compreender essas variáveis, é possível traçar estratégias mais eficazes para melhorar a qualidade de vida de todos, independentemente do gênero.
Viver mais e melhor é um objetivo que deve ser acessível a todas as pessoas.
REDAÇÃO SITE CULTURA ALTERNATIVA