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Do campo à mesa: como o ovo conquistou o coração dos brasileiros e bateu recordes

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Nos últimos anos, o ovo tem se destacado como um dos alimentos mais consumidos no Brasil, reflexo de uma combinação de valor nutricional, preço acessível e versatilidade culinária.

Em 2024, o país atingiu um marco histórico com a produção de 56,9 bilhões de unidades, um aumento de 8,5% em relação ao ano anterior.

Esses números reforçam o papel essencial do ovo na dieta do brasileiro, tanto pela questão econômica quanto pela busca por opções mais saudáveis.

Para 2025, a estimativa é de uma produção de 59 bilhões de unidades no ano, gerando um consumo per capita de 272 unidades, o que significa um consumo de cerca de 40 unidades acima da média global. Justamente, uma das resposta sobre o atual cenário é o aumento da demanda.

Além disso, há uma troca de proteína provocada pela pressão da carne bovina que pesa no bolso do consumidor.

A troca é histórica, geralmente para uma proteína mais barata, como a carne de frango e ovos. Junte-se a isso o período da Quaresma, evento cristão que prega o não consumo de carnes por 40 dias, neste ano entre 5 de março a 17 de abril.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) reforça que a “alta registrada no preço dos ovos é uma situação sazonal, comum ao período pré e durante a quaresma”.

Segundo a entidade, “após longo período com preços em baixa, a comercialização de ovos aqueceu pela demanda natural da época, quando há substituição de consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e por ovos”.

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Crescimento no consumo per capita

O consumo per capita também não fica para trás. Em 2024, cada brasileiro consumiu, em média, 269 ovos, representando um incremento de 11,2% em comparação a 2023.

Essa evolução se deve, em parte, à popularização de pratos que incluem o alimento em diferentes momentos do dia, desde o café da manhã até jantares rápidos e acessíveis.

Outro fator determinante foi a desmistificação de mitos associados ao consumo de ovos, como o impacto negativo sobre os níveis de colesterol.

Estudos recentes evidenciaram que, para pessoas saudáveis, o consumo moderado de ovos é seguro e benéfico, sendo uma fonte rica de proteínas e micronutrientes como colina, vitaminas do complexo B e antioxidantes.

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Fatores que impulsionam o mercado interno

A busca por alimentos mais acessíveis e nutritivos tem sido o principal motor para o crescimento da demanda por ovos. Enquanto outras fontes de proteína animal enfrentam oscilações de preço, o ovo se mantém competitivo, atendendo a diferentes faixas de renda.

Além disso, campanhas de conscientização promovidas por entidades como o Instituto Ovos Brasil contribuíram para posicionar o alimento como essencial na dieta do brasileiro.

Vale destacar a diversidade de aplicações do ovo na culinária, seja em pratos simples como omeletes e tapiocas, seja em sobremesas sofisticadas, o que amplia ainda mais sua relevância nas cozinhas brasileiras.

A tendência de alimentos funcionais e proteicos também colocou o ovo em evidência, especialmente entre adeptos de dietas como a cetogênica e a low-carb.

A liderança na produção nacional

O Brasil consolidou-se entre os maiores produtores de ovos do mundo. Com uma produção equivalente a 1.700 unidades por segundo, estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná lideram o setor.

Essa expansão foi possível graças a investimentos em tecnologia, automação e boas práticas de manejo, que garantem a qualidade do produto e o bem-estar das aves.

No entanto, há desafios a serem superados. A oscilação nos preços de insumos, como milho e farelo de soja, essenciais na alimentação das aves, é um dos principais pontos de atenção.

Para lidar com isso, produtores têm investido em estratégias de redução de custos e alternativas sustentáveis, garantindo estabilidade no fornecimento.

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Expansão internacional e novas oportunidades

O mercado internacional também tem sido um grande aliado para o crescimento do setor. Em 2024, as exportações de ovos brasileiros cresceram 70% em relação ao ano anterior, com destaque para o aumento da demanda em países do Oriente Médio e da Ásia.

Além disso, a previsão de abertura de novos mercados na Europa e no Reino Unido promete ampliar ainda mais o alcance do produto brasileiro.

Esse crescimento reflete a qualidade dos ovos produzidos no país, que atendem a rigorosos padrões internacionais de segurança alimentar.

Por outro lado, para se manter competitivo, o Brasil precisa continuar investindo em inovações tecnológicas e na melhoria da logística de exportação.

Desafios e perspectivas para o futuro

Apesar dos avanços, o setor enfrenta desafios relacionados à sustentabilidade e à necessidade de uma maior diversificação de mercados. Questões ambientais, como o impacto da produção em larga escala, estão cada vez mais no centro das discussões globais. Para atender a essas demandas, empresas do setor vêm adotando soluções mais sustentáveis, como sistemas de energia renovável e aproveitamento de resíduos.

No mercado interno, a meta para 2025 é continuar promovendo o ovo como um alimento acessível e nutritivo.

Iniciativas de educação alimentar em escolas e comunidades podem ser uma ferramenta poderosa para ampliar o consumo de forma consciente, garantindo também o crescimento do setor.

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Conclusão

A história de sucesso do ovo no Brasil é um reflexo da adaptação do setor às demandas do mercado e às novas tendências alimentares.

Com uma produção que cresce a passos largos e perspectivas otimistas para os próximos anos, o ovo consolida-se como um alimento indispensável na mesa dos brasileiros.

Seja no dia a dia ou em receitas elaboradas, ele segue como um exemplo de versatilidade e nutrição acessível para todos.

Agnes ADUSUMILLI

REDAÇÃO SITE CULTURA ALTERNATIVA