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Prevenir é viver: check-ups ignorados após os 40 e seus riscos silenciosos

Exames após os 40 anos

Você sabia que mais de 60% das pessoas acima dos 40 anos no Brasil não realizam exames preventivos de forma regular?

Esse dado, publicado pelo Ministério da Saúde em relatórios recentes, levanta um alerta: o descuido com a saúde preventiva pode ser determinante para o surgimento de doenças silenciosas, que só se manifestam quando já comprometeram órgãos ou funções importantes.

Ao cruzar a marca dos 40, entramos numa fase em que o organismo já não responde com a mesma eficiência às agressões externas e internas.

O metabolismo desacelera, as taxas hormonais oscilam, e o risco de doenças crônicas — como hipertensão, diabetes e câncer — aumenta consideravelmente. A boa notícia?

Com check-ups bem direcionados, é possível identificar alterações precoces e reverter quadros antes que se agravem.

Exames de sangue: a primeira linha de defesa

Os exames laboratoriais devem ser encarados como um mapa da saúde. Avaliações de glicemia, colesterol total e frações, função hepática e renal são indicadas anualmente a partir dos 40.

Eles ajudam a detectar distúrbios metabólicos como pré-diabetes, síndrome metabólica e disfunções hepáticas.

Além disso, a dosagem de vitamina D, ferritina e hormônios da tireoide (TSH e T4 livre) pode apontar desequilíbrios que afetam diretamente o sono, o humor e o peso corporal.

Segundo a Associação Brasileira de Patologia Clínica, alterações sutis nesses exames podem indicar riscos muito antes dos sintomas aparecerem — o que reforça o papel preventivo desse acompanhamento.

Coração em foco: cuidando da máquina vital

Com o avanço da idade, o sistema cardiovascular exige atenção redobrada. Doenças como hipertensão e insuficiência cardíaca tendem a surgir de forma insidiosa.

Exames como eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico são recomendados periodicamente, principalmente para quem tem histórico familiar ou apresenta fatores de risco como tabagismo, obesidade e sedentarismo.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, mais de 30% dos óbitos no país estão ligados a doenças cardiovasculares — e muitas poderiam ser evitadas com o diagnóstico precoce e a mudança de hábitos.

Exames após os 40 anos

Câncer: quando detectar cedo é vital

A detecção precoce do câncer é uma das formas mais eficazes de salvar vidas. Para as mulheres, a mamografia deve ser realizada anualmente a partir dos 40 anos, conforme orientações do INCA (Instituto Nacional de Câncer).

Homens, por sua vez, devem iniciar o toque retal e o PSA a partir dos 50 — ou aos 45, em caso de histórico familiar.

A colonoscopia também entra nessa lista, sendo indicada a partir dos 50 anos para ambos os sexos. Esse exame permite visualizar e remover pólipos antes que se tornem tumores malignos, reduzindo em até 68% o risco de câncer colorretal, de acordo com dados da Revista Brasileira de Cancerologia.

Visão e audição: sentidos que pedem atenção

Alterações visuais e auditivas podem surgir gradualmente, dificultando a percepção imediata do problema.

Consultas anuais com oftalmologista e otorrino são importantes para prevenir condições como glaucoma, catarata e perda auditiva relacionada à idade.

Tais alterações, quando não tratadas, interferem diretamente na autonomia e segurança do indivíduo.

Exames após os 40 anos

Hormônios e saúde mental: o equilíbrio necessário

Após os 40, tanto homens quanto mulheres passam por mudanças hormonais que podem afetar o bem-estar emocional e físico.

Além de exames que monitoram a tireoide, é válido solicitar análises de testosterona, estrogênio e cortisol.

Oscilações hormonais não afetam apenas a libido ou o peso, mas também podem estar por trás de quadros de ansiedade, insônia e cansaço extremo.

A Universidade de São Paulo (USP) reforça, em estudos publicados em 2024, que há uma forte associação entre desequilíbrios hormonais e sintomas depressivos em pessoas na meia-idade.

Exames após os 40 anos

Conclusão: longevidade começa com atitude

A negligência com a saúde preventiva não é apenas uma questão de falta de tempo — é, muitas vezes, consequência da falsa sensação de bem-estar.

A ausência de sintomas não garante ausência de doenças. Exames simples e acessíveis podem revelar alterações que, quando tratadas a tempo, garantem mais anos de vida com qualidade e independência.

Portanto, se você já passou dos 40, reflita: quando foi a última vez que olhou com atenção para a sua saúde? Consulte seu médico de confiança, agende seu check-up e invista no que você tem de mais precioso: sua vida.

Anand Rao é músico e editor do portal Cultura Alternativa.
Agnes Adusumilli é jornalista com foco em saúde, bem-estar e longevidade.

REDAÇÃO SITE CULTURA ALTERNATIVA